Ações da Ambipar (AMBP3) tombam 20%, mesmo com decisão favorável da Justiça em disputa com o Deutsche Bank
Justiça do Rio de Janeiro nega pedido urgente do Deutsche Bank para derrubar liminar que protege a companhia de uma crise de R$ 10 bilhões

Em uma decisão favorável para o Grupo Ambipar (AMBP3), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu, nesta terça-feira (30), manter de pé o escudo protetor que impede credores de executarem dívidas — em especial, o Deutsche Bank.
A medida dá à companhia um fôlego adicional para negociar suas dívidas e evita um efeito-dominó que poderia agravar sua crise financeira.
O desembargador relator, Mauro Pereira Martins, negou o pedido urgente do Deutsche Bank, que tentava suspender imediatamente a decisão que deu à Ambipar 60 dias de proteção temporária.
- LEIA TAMBÉM: Palavra do Estrategista: veja como receber gratuitamente a carteira da Empiricus comandada por Felipe Miranda
Segundo a decisão, derrubar a proteção agora autorizaria os credores a cobrarem suas dívidas, agravando a crise financeira na Ambipar e comprometendo a continuidade da companhia.
O juiz considerou que o risco de um dano "irreversível" era muito maior para a Ambipar do que para o banco.
Apesar da decisão favorável, as ações da Ambipar operam em forte queda. Por volta das 15h20, os papéis tombavam 20%, cotados a R$ 8,60.
Leia Também
A disputa entre a Ambipar e o Deutsche Bank: por que o banco recorreu?
Mas o que levou a essa disputa no tribunal? O Deutsche Bank, insatisfeito com a medida de tutela cautelar, recorreu da proteção inicial concedida à Ambipar.
O banco alemão argumentava que a decisão era ilegal e pedia sua anulação imediata. Veja os principais argumentos da instituição financeira:
- Para o banco, a ação deveria correr em São Paulo, onde estaria o principal estabelecimento do Grupo Ambipar, e não no Rio de Janeiro. O juiz de segunda instância, no entanto, decidiu não analisar essa questão agora para não "pular etapas" do processo.
- O banco alegou que seus créditos, por serem de operações de derivativos e com garantias específicas, não poderiam ser afetados por esse tipo de proteção judicial.
- O Deutsche Bank defende que a Ambipar era financeiramente saudável e vinha pagando as garantias exigidas, o que tornava a busca pela proteção judicial uma mudança de comportamento contraditória e injustificada.
No documento judicial, o Deutsche Bank afirmou que haveria “risco de dano irreversível” devido à cautelar concedida, uma vez que o banco estaria impedido de exercer seus direitos legais e contratuais decorrentes das operações de derivativos e garantias fiduciárias contraídas pela Ambipar.
Isso o deixaria “sujeito ao exponencial agravamento do seu risco de crédito, sem considerar o risco sistêmico que o decisum causaria ao ferir gravemente a estrutura do mercado de operações de derivativos e o mercado de recuperação de crédito”, afirmou a instituição.
A blindagem temporária da Ambipar
Na semana passada, a Justiça já havia concedido pedidos liminares para a ação aberta pela Ambipar, que pedia uma medida de proteção urgente para evitar um colapso financeiro iminente após uma performance ruim dos green bonds (títulos de dívida verdes) no exterior.
Na decisão liminar, o juiz concedeu uma blindagem temporária de 30 dias, prorrogável por mais 30.
Em comunicado enviado nesta terça-feira, a Ambipar afirma que a decisão "tem caráter meramente preventivo, frente a uma específica contingência financeira e arbitrária". O objetivo seria resguardar direitos e garantir estabilidade ao caixa da companhia, além de preservar as relações com fornecedores, clientes e parceiros.
Essa medida funciona como um passo anterior à recuperação judicial, permitindo que problemas financeiros sejam tratados de forma mais amigável, sem a necessidade de um litígio longo.
A decisão determinou que nenhuma dívida anterior poderia ser cobrada e que qualquer execução em andamento fosse paralisada.
Além disso, suspendeu os efeitos das cláusulas de vencimento cruzado (cross-default), evitando que o não pagamento a um credor gerasse o vencimento automático de todas as outras dívidas do grupo.
O gatilho da medida judicial
Segundo a Ambipar, o grupo precisou recorrer à Justiça devido à pressão do Deutsche Bank sobre contratos de empréstimos e derivativos que somam US$ 550 milhões.
De acordo com a companhia, o banco passou a exigir garantias adicionais muito acima do devido, calculadas com base em títulos que ainda não haviam sido entregues, drenando mais de R$ 200 milhões do caixa da empresa.
O perigo imediato era que o Deutsche Bank cobrasse mais R$ 60 milhões no dia seguinte, sob pena de declarar o vencimento antecipado da dívida.
Com quase todos os contratos financeiros da Ambipar contendo cláusulas de vencimento cruzado, isso poderia provocar um efeito-dominó, elevando o risco de insolvência imediata e gerando um rombo financeiro estimado em mais de R$ 10 bilhões, de acordo com a empresa.
O Banco Santander também havia enviado notificação similar, aumentando a pressão sobre a empresa.
*Matéria atualizada para incluir o posicionamento da Ambipar
The Sims, Fifa e mais: 5 jogos que marcaram a história da EA, comprada por fundo soberano saudita e genro de Trump
Com a compra bilionária da EA pelo fundo soberano da Arábia Saudita, cinco franquias icônicas mostram por que a gigante dos games vale tanto no mercado
Gol (GOLL54) recebe prazo da B3 para regularizar ações, que operam (muito) abaixo de R$ 1
Com ações valendo menos de 1 centavo, companhia aérea deve adotar grupamento para se enquadrar às regras da bolsa
WEG (WEGE3) ignora tombo das ações na B3 e anuncia novo investimento bilionário, agora em Santa Catarina. O que está por trás da estratégia?
A empresa pretende investir aproximadamente R$ 1,1 bilhão em Santa Catarina. Veja qual será o destino dos recursos
Por que a Direcional (DIRR3) e a Moura Dubeux (MDNE3) querem se unir para avançar no Nordeste
As empresas assinaram um acordo para avaliar potenciais oportunidades de investimentos residenciais no Nordeste
Assassinato de Odete Roitman já tem dia e hora para acontecer — e promete impulsionar ainda mais a receita da novela mais lucrativa da história da Globo
Mistério no enredo, faturamento no intervalo: Globo faz da morte de Odete Roitman um trunfo comercial
BTG coloca pé no freio e rebaixa recomendação de empresa do setor automotivo por causa do dólar pressionado
Cenário global desafiador é um dos obstáculos na pista da Iochpe-Maxion, que tem preço-alvo e estimativa de lucro menores
Braskem (BRKM5) volta ao nível de valor de mercado de 2009 após perda de R$ 48,2 bilhões desde seu auge
A volta a esse nível simboliza uma das maiores destruições de valor corporativo do mercado acionário brasileiro nas últimas décadas, de acordo com a Elos Ayta
Ações da Ambipar (AMBP3) valorizam 21% por causa de outra empresa — e ela é capaz de evitar uma recuperação judicial; saiba qual é
Na semana passada, ações da empresa de soluções ambientais caíram quase 50% por causa de medidas contra credores
EA é vendida por US$ 55 bilhões: nova fase da produtora de games envolve fundo saudita e genro de Trump
Criadora de Fifa e The Sims, a Electronic Arts será adquirida por consórcio que inclui o fundo soberano da Arábia Saudita e a gestora de Jared Kushner
Nubank lança cartão de crédito para adolescentes de 16 e 17 anos com limite definido de acordo com o dinheiro guardado
Responsáveis poderão acompanhar gastos pela funcionalidade de Controle Parental
Bradesco BBI vê forte potencial de valorização em Eletrobras (ELET6) e eleva preço-alvo; ações operam em alta
Alta nos preços de energia e expectativa de dividendos adicionais impulsionam otimismo dos analistas
Hora de comprar: entenda a aposta do Safra nas ações da JBS (JBSS32) e da Minerva (BEEF3)
Para o banco, a demanda global por proteína segue aquecida, e um desconto injustificado e impulso nos lucros devem ajudar na valorização dos frigoríficos
Não se assuste com a escalada da Copasa na bolsa: ação CSMG3 pode valer R$ 50 se tirar lições da Sabesp, diz BTG
Os analistas ainda veem um espaço relevante para valorização das ações da Copasa nos próximos meses — mas isso dependerá da concretização de duas condições específicas
ISA Energia (ISAE4) pagará R$ 444,7 milhões em juros sobre capital próprio — e ainda dá tempo de receber a bolada
O pagamento do provento será feito em três parcelas, cada uma com uma data-base distinta
Solução para a Braskem (BRKM5) pode descer amargo para a Petrobras (PETR4) e reduzir os dividendos da petroleira
Diluição dos acionistas da petroquímica afundada em dívidas parece cada vez mais inevitável — e a Petrobras vai ter que colocar dinheiro se não quiser perder sua fatia
Mais de R$ 6 bilhões em dividendos e JCP: Bradesco (BBDC4), Itaúsa (ITSA4) e mais 7 empresas pagam proventos nesta semana; veja o calendário
Contudo, nem tudo são boas notícias para quem se interessou pela cifra, já que as datas de corte, que dão direito aos benefícios, já passaram; veja quem tem direito às boladas
Estações até Taboão da Serra: Motiva (MOTV3) e Estado de São Paulo anunciam investimentos de quase R$ 4 bilhões para ampliar Linha 4
O Estado investirá quase R$ 3 bilhões do total, como parte do acordo de reconhecimento de prejuízos financeiros da empresa após atrasos nas entregas de estações da linha
Braskem (BRKM5) com risco de calote? Por que essas duas agências decidiram rebaixar a petroquímica
A Fitch e a S&P Global cortaram as notas de crédito para a Braskem nos últimos dias — e por motivos muito parecidos. Quais as preocupações dos analistas?
Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, se desfaz de ações da BYD, e empresa responde
Buffett encerrou participação de 17 anos na BYD; a saída começou em 2022 e foi concluída após anos de valorização
BB Seguridade (BBSE3) ainda vale a pena? BTG Pactual dá a resposta
Segundo os analistas, após reunião com investidores em São Paulo, a gestão da empresa mostrou confiança em 2025