A lição deixada pelo ataque cibernético que parou a linha de montagem da Jaguar Land Rover
Maior fabricante automotiva do Reino Unido não produziu nenhum veículo em setembro devido a ataque cibernético
A Jaguar Land Rover acaba de sofrer aquele que é considerado o maior ataque cibernético da história do Reino Unido. O caso, ocorrido em setembro, leva especialistas a se questionarem sobre a capacidade das empresas de lidar com a crescente onda de ameaças pela internet.
Segundo a emissora britânica BBC, a montadora, que é a maior do país, não produziu nenhum veículo ao longo de todo o mês de setembro. O ataque forçou a empresa a desligar seus sistemas de TI em todas as fábricas espalhadas por diferentes países.
O prejuízo estimado em decorrência do ataque é da ordem de £1,9 bilhão (R$ 13,44 bilhões), de acordo com o Centro de Monitoramento Cibernético (CMC), entidade sem fins lucrativos que avalia os riscos desse tipo de ataque no Reino Unido.
A empresa ainda segue um processo gradual de retomada das operações.
Edward Lewis, diretor do Centro de Monitoramento Cibernético, definiu o caso como “um evento macroeconômico muito sério para o Reino Unido”, em entrevista à rede de televisão CNBC.
Não é para menos, além da cifra bilionária envolvida, a JLR é a maior empregadora do setor automotivo em seu país de origem, com cerca de 33 mil funcionários, além de outras 104 mil pessoas ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
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Dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) mostram que, do início do ano até setembro, as vendas da Jaguar para a União Europeia estavam quase 80% abaixo do mesmo período do ano anterior.
O ataque ainda ocorreu em meio a anos de declínio na indústria automotiva britânica, com a produção de setembro sendo a mais baixa desde 1952, segundo a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Veículos.
Crimes cibernéticos no Reino Unido
O ataque à Jaguar Lan Rover foi atribuído a um grupo chamado Scattered Lapsus$ Hunters, uma colaboração entre três coletivos.
Um deles, chamado Scattered Spider, é investigado pela Agência Nacional do Crime por ataques a empresas como Marks & Spencer e Co-op, também neste ano.
Até mesmo o NHS, sistema público de saúde britânico, considerado um dos melhores do mundo, foi vítima de um ataque virtual recente.
Ameaça crescente
Os crimes cibernéticos estão aumentando no Reino Unido, e o país já enfrenta o recorde de quatro ataques por semana, em média, de acordo com o Centro de Segurança Cibernética Nacional (NCSC, na sigla em inglês).
Em meados de outubro, a organização assinou uma carta conjunta com a Agência Nacional do Crime e ministros do governo, incluindo a das Finanças, Rachel Reeves. O documento alerta os líderes de todas as empresas do FTSE 350 (índice acionário do mercado britânico) a tomarem medidas de proteção.
A mensagem foi direta: “não espere pelo incidente, aja agora.”
O governo também voltou sua atenção à matriz Tata Group, proprietária da JLR, que comprou as marcas Jaguar e Land Rover da Ford em 2008.
A JLR é uma das mais de 200 empresas no Reino Unido que terceirizam alguma ou toda a gestão de TI para outra subsidiária da Tata, a Tata Consulting Services.
Em 2023, a empresa expandiu sua parceria para criar uma infraestrutura de tecnologia da informação mais simples e de ponta, em um acordo avaliado em mais de £800 milhões (R$ 5,65 bilhões).
Marks & Spencer e Co-op, mencionadas como vítimas de ataques recentes, terceirizaram mais da metade de suas equipes de TI. O jornal The Telegraph publicou que a Marks & Spencer encerrou sua relação comercial com a TCS, notícia negada pela Tata Consulting Services.
Socorro do governo
A Jaguar Land Rover é responsável por 4% de todas as exportações de bens do Reino Unido, de acordo com a própria empresa. A isso, somam-se relatos publicados pela CNBC de que a companhia não possuía seguro contra ataques cibernéticos quando o caso ocorreu.
O governo inglês entrou em jogo para socorrer a JLR com uma garantia de empréstimo de £1,5 bilhão (R$ 10,6 bilhões). A medida deve ajudar a companhia na retomada da produção.
A ajuda deve facilitar o acesso ao crédito da empresa. De acordo com informações do jornal O Globo, os impactos econômicos sofridos envolvem quedas nas vendas, diminuição de lucros, custos de mitigação e prejuízos a fornecedores e negócios locais.
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