Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

Assim tem sido a vida do investidor nos últimos dias, com a lenta e desconfiada retomada dos mercados a cada recuo de Donald Trump em seu tarifaço indiscriminado.
Na sexta, ele recuou sobre o setor mais barulhento e influente da economia americana: o de tecnologia. Ontem, a beneficiada foi a indústria automobilística.
Mas é um recuo ‘naquelas’: sem dar o braço a torcer. Como nos lembra o colunista Matheus Spiess, “Trump não tem problema algum em dar dois passos para trás — desde que consiga gritar que, na verdade, avançou três”.
O problema maior é que, no meio desse caos, a reputação dos EUA vai por água abaixo. Por isso os investidores podem até dar um respiro a cada pequeno recuo, mas não largam o colete salva-vidas.
A melhor saída, segundo Spiess, seria Trump sentar à mesa, negociar, ajustar o discurso e tentar recuperar parte da credibilidade que escoou pelo ralo – ainda que sem admitir que errou, claro!
A solução envolve trocar o tarifaço indiscriminado por esforços concentrados em setores estratégicos, como tecnologia, chips e infraestrutura crítica (como é o caso do anúncio da Nvidia). Aí, sim, surgiriam oportunidades reais de investimento.
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Investir no exterior já foi mais complicado.
De alguns anos para cá, os BDRs vêm facilitando bastante a vida de brasileiros interessados em investir em empresas estrangeiras — ou em companhias brasileiras listadas em outros países.
Ao mesmo tempo em que expõem os investimentos a riscos muitas vezes fora do radar, os BDRs abrem o leque e proporcionam diversificação à carteira.
Para ajudar você a diversificar seus investimentos com mais solidez, o banco BTG Pactual acaba de divulgar as ações internacionais mais promissoras para abril. Veja quais são.
Os mercados nesta terça-feira
Sim, Trump continua mexendo com os humores hoje.
Na Ásia, as bolsas fecharam o dia majoritariamente em alta, com Nikkei subindo 0,89% e Xangai, 0,15%. Pequeno alívio também na Europa: os principais índices operam com valorização abaixo de 1%.
Os índices futuros das bolsas de Nova York também operam em alta modesta, o que indica que Wall Street pode estender os ganhos da véspera.
Além do desenrolar da guerra comercial, os investidores acompanham balanços, dados da indústria dos EUA e discursos de autoridades do Fed. Do outro lado do mundo, vêm os dados do PIB da China, que saem no fim do dia.
No Brasil, o mercado aguarda o relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25, além do projeto que estabelece diretrizes para o Orçamento de 2026, que será enviado hoje ao Congresso, com a meta de superávit primário de 0,25%.
O Ibovespa deve tentar voltar ao patamar dos 130 mil pontos. Ontem, encerrou em alta de 1,39%, aos 129.453,91 pontos. Já o dólar caiu 0,34%, a R$ 5,851.
Segura firme no salva-vidas e vamos para mais um dia!
Outros destaques do Seu Dinheiro:
AGENDA DE RESULTADOS
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências. De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump.
DE OLHO NO CONSELHO
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): Rafael Ferri dá o primeiro passo para chegar ao alto escalão da empresa. Ferri indicou a si próprio como candidato ao Conselho de Administração da companhia, que será eleito no dia 5 de maio.
DESTAQUES DA BOLSA
Minerva (BEEF3) chega a cair 6% após Goldman Sachs rebaixar ações e indicar outras duas para colocar no lugar. O banco explica que o aumento de capital da companhia não é o bastante para aliviar o balanço, que sofre com alavancagem elevada.
IR 2025
Como declarar financiamentos e empréstimos no imposto de renda 2025. Dívidas de valor superior a R$ 5 mil também devem ser informadas na declaração, mas empréstimos e financiamentos são declarados de formas distintas, o que exige atenção.
CASO ANTITRUSTE
Um novo dono para o Instagram e WhatsApp: o que está em jogo no julgamento histórico da empresa de Zuckerberg. A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos alega que a Meta, que já era dona do Facebook, comprou o Instagram e o WhatsApp para eliminar a concorrência, obtendo um monopólio.
MILEI FAZENDO HISTÓRIA
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio. A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões.
CRIPTO HOJE
Bitcoin (BTC) sustenta recuperação acima de US$ 84 mil — mercado cripto resiste à pressão, mas token Mantra despenca 90% sob suspeita de ‘rug pull’. Trégua nas tarifas de Trump e isenção para eletrônicos aliviam tensões e trazem respiro ao mercado cripto no início da semana.
DIÁRIO DOS 100 DIAS (DIA 85)
Dá com uma mão e tira com a outra: o próximo alvo das tarifas de Donald Trump já foi escolhido. Mesmo tendo anunciado a suspensão das tarifas por 90 dias por conta do caos nos mercados, o republicano diz que as taxas são positivas e não vai parar.
DIÁRIO DOS 100 DIAS (DIA 83 E 84)
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo. Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos.
SEM FIADOR
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) não tem mais garantias prestadas pelo Casino após decisão da justiça francesa. Na prática, o Grupo Pão de Açúcar não tem como garantir sua posição junto às autoridades tributárias durante processo sobre recolhimento de imposto de renda.
REESTRUTURAÇÃO DA AÉREA
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on. Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores.
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Iguatemi (IGTI11) sobe na bolsa após venda de shoppings por R$ 500 milhões — e bancão diz que é hora de colocar as ações na carteira. Com o anúncio da venda, o BTG Pactual reiterou a recomendação de compra dos papéis da Iguatemi, mas não é o único a ver a transação como positiva.
ARNAULT COMEÇOU 2025 COM O 'PÉ ESQUERDO'
Dior nos acuda? LVMH reporta queda nas vendas em quase todos os segmentos no primeiro trimestre de 2025. Conglomerado não escapou da crise global do mercado de luxo, mas mantém visão ‘vigilante e confiante’ para o ano.
QUEM PAGA A CONTA?
Agricultura regenerativa tem demanda em alta, mas requer investimentos compartilhados e incentivo ao produtor. Grandes mercados importadores apertam o cerco regulatório, mas custo da transição não pode ficar concentrado no produtor, dizem especialistas.
CAPITAIS DO CAPITAL
Brasil fica fora de lista com as cidades mais ricas de 2025; Nova York lidera, confira. Nova York lidera ranking de metrópoles com mais habitantes milionários publicado pela Henley & Partners e pela New World Wealth; nenhuma cidade da América Latina ou da África aparece no top 50.
AUMENTO DA ISENÇÃO
Tabela progressiva do IR é atualizada para manter isento quem ganha até 2 salários mínimos; veja como fica e quando passa a valer. Governo editou Medida Provisória que aumenta limite de isenção para R$ 2.428,80 a partir de maio deste ano.
TRANSMISSÃO AO VIVO
Missão espacial com Katy Perry e noiva de Jeff Bezos decola com transmissão ao vivo; assista. Seis mulheres estavam na tripulação da NS-31, missão espacial da empresa de Jeff Bezos, que foi transmitida ao vivo.
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Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
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Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
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