🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduanda em comunicação digital de business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para contato, enviar no e-mail beatriz.azevedo@seudinheiro.com.

VIROU PASSEIO

Ibovespa está batendo recordes por causa de ‘migalhas’? O que está por trás do desempenho do índice e o que esperar agora

O otimismo com emergentes e a desaceleração nos EUA puxam o Ibovespa para cima — mas até quando essa maré vai durar?

Bia Azevedo
Bia Azevedo
21 de maio de 2025
6:30 - atualizado às 10:04
Touro da B3 andando de conversível na Faria Lima cheio de marra
Imagem: Touro da B3. Imagem gerada por inteligência artificial

Quem te viu, quem te vê, Ibovespa… O índice atingiu alta superior a 16,4% no ano e quatro recordes históricos em poucos dias — enquanto as poderosas bolsas de Nova York ficaram comendo poeira no quesito valorização, diga-se de passagem.

Parece até que o sonho emergente ganhou corpo. Mas o que todo mundo quer saber é: trata-se de um delírio passageiro, ou a bonança deve durar? 

Para responder isso, o Seu Dinheiro conversou com André Leite, CIO da TAG Investimentos, Bruno Henriques, analista sênior de ações do BTG Pactual, Roberto Chagas, head de renda variável do Santander Asset Management, e Matheus Amaral, especialista em renda variável no Inter

E a moral da história, segundo (quase) todos eles, é que o horizonte segue positivo. Ou seja, 140 mil pontos podem ser só o começo. 

Estão deixando a gente sonhar: o que está por trás dos recordes do Ibovespa? 

Até o novo recorde da última terça-feira (20), o principal índice da bolsa brasileira acumula uma alta de 3,73% em maio, aos 140.109,63 pontos. Se considerarmos os últimos 30 dias, a valorização supera os 8%. 

Mas pouco disso é mérito do Brasil, de acordo com Roberto Chagas, do Santander Asset Management, gestora com mais de R$ 374 bilhões sob gestão. 

Leia Também

Para ele, o principal motivo por trás disso é o fluxo de recursos saindo dos Estados Unidos em direção a outros mercados, como os de países emergentes. 

Ele explica que, depois do Dia da Libertação, como ficou conhecida a data na qual Donald Trump iniciou de vez a guerra comercial, o risco de uma forte desaceleração da economia norte-americana fez os investidores perceberem uma exposição excessiva nas bolsas de Nova York — especialmente em ativos de tecnologia. 

Desde então, esse temor sobre o futuro da maior economia do mundo arrefeceu — principalmente diante da trégua com a China — mas ainda é esperada uma desaceleração, mesmo que ainda estejamos bem longe do tão comentado “fim do excepcionalismo norte-americano”. 

“As posições na bolsa nos EUA estavam muito acima da média. A cada US$ 100, aproximadamente US$ 70 estavam lá. Eu costumo fazer uma analogia com uma banheira: imagine as bolsas norte-americanas como um ralo enorme, que sugava água de tudo quanto é lado. Agora, esse ralo está menos potente”, afirma Chagas.

André Leite, CIO da TAG Investimentos, concorda. Mas ele deixa claro que o capital aportado na bolsa brasileira pelos estrangeiros é “uma migalha” perto da enormidade de capital que ainda está nas terras do Tio Sam. 

“Os investidores estão reduzindo um pouco suas posições por lá. Como o valor total de mercado das bolsas globais está em torno de US$ 125 trilhões, cada 1% retirado dos EUA gera algo próximo dos US$ 1 trilhão sendo distribuídos pelo mundo. O Brasil recebeu uma lasquinha disso”, diz Leite. 

Vale lembrar que, até 15 de maio, a B3 registrou 18 dias seguidos de fluxo estrangeiro positivo. Desde 17 de abril, mais de R$ 20,8 bilhões entraram no mercado. No acumulado do ano, considerando entradas e saídas, o fluxo estrangeiro para o Ibovespa totaliza R$ 15 bilhões — o melhor resultado para o período desde 2023.

Além disso, a bolsa também tem ganhado impulso com a expectativa do fim do ciclo de aperto monetário. As recentes sinalizações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, indicando a possibilidade de manutenção das taxas de juros, vêm reforçando esse otimismo entre os investidores.

Mas André Leite afirma: “O fundamento do Brasil não melhorou, piorou. O fiscal do Brasil, com Lula desesperado para se reeleger, só está piorando. A gente teve uma temporada de balanços até boa, com alguns resultados surpreendentes, mas os juros seguem altos e prejudicando essas companhias”. 

Até onde o Ibovespa pode chegar?

Para Matheus Amaral, do Inter, os 140 mil pontos recentemente alcançados podem ser apenas o começo diante de uma perspectiva otimista para o futuro.

“Apesar da alta recente, o valuation da bolsa não subiu de forma significativa. O índice segue negociando em torno de 4,5 vezes o lucro, valor abaixo da nossa média histórica, que é próxima a 8 vezes”, afirma Amaral. 

Em outras palavras, a bolsa ainda está barata mesmo após o rali dos últimos dias, o que torna plausível a possibilidade de o Ibovespa atingir os 150 mil pontos em breve.

Bruno Henriques, do BTG Pactual, compartilha essa visão positiva para o principal índice da B3, ressaltando a qualidade das empresas que o compõem e os preços atrativos atuais. Ele ainda destaca que o investidor brasileiro está sublocado em renda variável, indicando espaço para uma maior entrada de recursos no mercado acionário nacional.

Nesse sentido, porém, André Leite, da TAG, é uma voz dissonante, apesar de acreditar que o índice pode, sim, chegar aos 150 mil pontos. Na visão dele, essa valorização é um voo de galinha. 

Ele lembra que, embora o Ibovespa tenha apresentado altas recentes, seu desempenho histórico em períodos longos mostra retornos frequentemente abaixo do CDI, com uma volatilidade muito elevada. 

Leite compara o Ibovespa a um “ativo do futuro que nunca chega”, reforçando que, enquanto o Brasil não endireitar seu macro, o potencial do mercado acionário fica limitado, mesmo com ações baratas e prêmio de risco interessante embutido.

O que pode “acabar com a farra” do Ibovespa? 

Segundo os especialistas consultados para esta reportagem, existem dois grandes riscos que podem jogar água no chope do Ibovespa. O primeiro deles é a  manutenção dos juros elevados por mais tempo do que o previsto pelo mercado. 

“Ficar otimista em relação ao corte de juros no Brasil, esse para mim é um grande questionamento. Aqui no Santander nós estamos trabalhando com uma perspectiva de que os juros vão ficar altos por mais tempo do que o mercado espera. Esperamos que fique em 14,75% até o fim do ano”, afirma Chagas. 

Já o segundo é a possibilidade de uma recessão voltar à pauta do mercado no caso, por exemplo, do acordo entre China e Estados Unidos não se sustentar após o prazo de 90 dias estabelecido entre as potências. 

Outro ponto que tem certa relevância, apesar de não ser o foco do momento, é justamente o fiscal do Brasil, que acabou ficando de lado desde que Donald Trump retornou à Casa Branca. Com a proximidade das eleições, qualquer “licença para gastar” do governo Lula poderia prejudicar bastante o país. 

Quais setores podem se beneficiar daqui para a frente?

Uma unanimidade entre os especialistas com quem conversamos é o setor de utilities, que tende a ser resiliente e funciona como uma proteção ao investidor. 

Nesse sentido, André Leite cita a ação da Sabesp (SBSP3). “A projeção é de que a empresa dobre de tamanho até 2030, sob uma nova gestão que vem promovendo ganhos significativos em eficiência operacional. Por isso, gostamos do setor como um todo, e dentro dele, temos preferência por essa empresa em particular”. 

Ele também cita a Cemig (CMIG4) graças ao potencial de privatização. 

Matheus Amaral também cita o setor de construção civil focado em baixa renda — com exposição ao Minha Casa Minha Vida —, cujas ações têm tido um desempenho forte na bolsa, que tende a continuar. 

Henriques também aponta para o setor de consumo e varejo. “Em um cenário mais construtivo deveria atrair mais recursos. Esse setor pode ser considerado subavaliado hoje, apresentando uma valorização abaixo do esperado”, diz.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MEXENDO NA BOLSA

Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças

12 de junho de 2025 - 17:40

Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras

MOVIMENTO INÉDITO

Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria

12 de junho de 2025 - 16:49

Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3

NA MIRA DO LEÃO

Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras

12 de junho de 2025 - 15:48

O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso

MENOS RENDIMENTOS

Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto

12 de junho de 2025 - 13:52

Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores

DE CARA NOVA

Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11

12 de junho de 2025 - 13:02

Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial

AJUSTES NO PORTFÓLIO

Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3

12 de junho de 2025 - 9:16

O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?

ANOTE NA AGENDA

Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber

11 de junho de 2025 - 19:40

A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos

CARTA MENSAL

Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”

11 de junho de 2025 - 16:04

Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação

A MAIOR ALTA DO IFIX

Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje

11 de junho de 2025 - 12:19

Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII

DE OLHO NA CONTA

Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber

11 de junho de 2025 - 11:39

A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu

11 de junho de 2025 - 10:39

Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas

QUE SE FAÇA LUZ

Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%

10 de junho de 2025 - 19:29

A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado

COMPRAR OU VENDER

Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta  preço-alvo das ações BBSA3

10 de junho de 2025 - 18:00

Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço

É A HORA

Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos

10 de junho de 2025 - 13:25

De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%

OPORTUNIDADE À VISTA

Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG

10 de junho de 2025 - 12:39

Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG

LEÃO COM MAIS APETITE

“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?

9 de junho de 2025 - 17:23

Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos

LÁ VAMOS NÓS DE NOVO…

FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda

9 de junho de 2025 - 17:14

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF

É PARA COMPRAR

UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”

9 de junho de 2025 - 13:10

Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA

A ESTRATÉGIA DO FII

Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas

9 de junho de 2025 - 12:11

O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo

APÓS CAPTAÇÃO RECORDE

Fundo imobiliário TRXF11 adiciona 13 imóveis na carteira por mais de R$ 530 milhões e turbina portfólio com inquilinos de peso

9 de junho de 2025 - 9:50

Com a compra, o TRX Real Estate incrementa não apenas a carteira de ativos, mas também de inquilinos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar