Natura (NTCO3) derrete 29% depois da divulgação do balanço do 4T24; por que o mercado ficou tão pessimista com a ação?
Resultados ‘poluídos’ pela reestruturação da Avon Internacional e Ebtida negativo fazem o papel da empresa de cosméticos sofrer na bolsa hoje

O mercado não acordou nada feliz com as ações da Natura (NTCO3), que divulgou os resultados do quarto trimestre de 2024 na noite da última quinta-feira (13).
O papel despencou 29,94% nesta sexta-feira (14), após ter entrado em leilão por oscilação máxima permitida, e fechou cotado a R$ 9,50.
O que explica esse “derretimento” das ações? Os resultados bem abaixo do esperado, com despesas altas e margem bruta menor.
- LEIA TAMBÉM: A ação de um banco resiliente é a aposta deste analista para quem quer receber dividendos e investir ‘sem sustos’; conheça o papel
O prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões, ainda que inferior ao do mesmo período do ano passado, foi um dos destaques negativos.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) negativo em R$ 139,6 milhões também não foi bem visto, já que se contrapôs a um Ebitda positivo de R$ 466 milhões no mesmo período de 2023.
Já o Ebitda recorrente foi de R$ 703,3 milhões no período. A margem Ebitda foi de 9,1%, redução de 70 pontos-base na base anual.
Leia Também
A receita líquida consolidada somou R$ 7,7 bilhões, um avanço de 16,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Como o mercado enxerga o balanço da Natura
Segundo os analistas do BTG Pactual, Bruno Henriques, Luis Mollo e Marcel Zambello, os números da Natura vieram “poluídos” por culpa da reconsolidação da Avon Internacional, após a conclusão do processo de Capítulo 11, a “falência” nos Estados Unidos.
No entanto, mesmo sem considerar esta linha de negócios, o balanço do 4T24 da Natura ainda é crítico.
“Excluindo a Avon Internacional, os resultados ficaram abaixo de nossas estimativas, principalmente devido a despesas de SG&A [despesas com vendas, gerais e administrativas] mais elevadas no período e uma margem bruta menor”, explicam os analistas do BTG.
No lado positivo do balanço, os destaques são as vendas da bandeira Natura tanto no Brasil quanto na América Latina e o aumento da eficiência nas despesas de vendas.
Por outro lado, a Avon ainda luta para acelerar as vendas na América Latina.
O BTG mantém recomendação neutra para NTCO3.
“Nos últimos trimestres, a empresa tem demonstrado esforços bem-vindos para simplificar sua estrutura e melhorar as margens operacionais, o que nos deixa reconhecidamente mais positivos. No entanto, a reestruturação em andamento ainda significa riscos para a tese (conforme demonstrado no quarto trimestre, com números poluídos e mais fracos do que o esperado)”, explicam.
Na visão do JP Morgan, a redução da margem bruta – que ficou abaixo das projeções do banco — se explica por um mix de categorias pior e descontos dados pela empresa.
Apesar de a empresa ter confirmado as boas expectativas de receita, as despesas mais altas frustraram os resultados. Os analistas também esperavam um capex (investimentos) menor, o que foi outra surpresa negativa nas linhas do balanço.
“Os resultados da Natura ficaram muito aquém do esperado por nós e pelo mercado, do ponto de vista operacional, com o Ebitda ajustado ficando 30%-35% abaixo das expectativas”, reforçam.
O lucro por ação ajustado de R$ 0,17, embora tenha ficado acima das estimativas de R$ 0,11 do JP Morgan, ficou bem abaixo do consenso do mercado, que era de R$ 0,24.
Apesar disso, o banco norte-americano mantém recomendação “overweight”, que é equivalente à compra, por observar um “momentum positivo em torno da empresa sendo construído entre os investidores no passado recente.”
No entanto, o JP reconhece que reconhece que a frustração operacional do 4T24 implica em pessimismo para os resultados de curto prazo.
Mercado Livre (MELI34) nas alturas: o que fez os analistas deste bancão elevarem o preço-alvo para as ações do gigante do e-commerce
Os analistas agora projetam um preço-alvo de US$ 3.200 para as ações do Meli ao final de 2026; entenda a revisão
As maiores altas e quedas do Ibovespa em agosto: temporada de balanços 2T25 dita o desempenho das ações
Não houve avanços ou recuos na bolsa brasileira puxados por setores específicos, em um mês em que os olhos do mercado estavam sobre os resultados das empresas
Ibovespa é o melhor investimento do mês — e do ano; bolsa brasileira pagou quase o dobro do CDI desde janeiro
O principal índice de ações brasileiras engatou a alta em agosto, impulsionado pela perspectiva de melhora da inflação e queda dos juros — no Brasil e nos EUA
Agora é a vez do Brasil? Os três motivos que explicam por que ações brasileiras podem subir até 60%, segundo a Empiricus
A casa de análise vê um cenário favorável para as ações e fundos imobiliários brasileiros, destacando o valor atrativo e os gatilhos que podem impulsionar o mercado, como o enfraquecimento do dólar, o ciclo de juros baixos e as eleições de 2026
Ibovespa ignora NY, sobe no último pregão da semana e fecha mês com ganho de 6%
No mercado de câmbio, o dólar à vista terminou o dia em alta, rondando aos R$ 5,42, depois da divulgação de dados de inflação nos EUA e com a questão fiscal no radar dos investidores locais
Entram Cury (CURY3) e C&A (CEAB3), saem São Martinho (SMTO3) e Petz (PETZ3): bolsa divulga terceira prévia do Ibovespa
A nova composição do índice entra em vigor em 1º de setembro e permanece até o fim de dezembro, com 84 papéis de 81 empresas
É renda fixa, mas é dos EUA: ETF inédito para investir no Tesouro americano com proteção da variação do dólar chega à B3
O T10R11 oferece acesso aos Treasurys de 10 anos dos EUA em reais, com o bônus do diferencial de juros recorde entre Brasil e EUA
Ibovespa sobe 1,32% e crava a 2ª maior pontuação da história; Dow e S&P 500 batem recorde
No mercado de câmbio, o dólar à vista terminou o dia com queda de 0,20%, cotado a R$ 5,4064, após dois pregões consecutivos de baixa
FIIs fora do radar? Santander amplia cobertura e recomenda compra de três fundos com potencial de dividendos de até 17%; veja quais são
Analistas veem oportunidade nos segmentos de recebíveis imobiliários, híbridos e hedge funds
Batalha pelo galpão da Renault: duas gestoras disputam o único ativo deste FII, que pode sair do mapa nos dois cenários
Zagros Capital e Tellus Investimentos apresentam propostas milionárias para adquirir galpão logístico do VTLT11, locado pela Renault
Para o BTG, esta ação já apanhou demais na bolsa e agora revela oportunidade para investidores ‘corajosos’
Os analistas já avisam: trata-se de uma tese para aqueles mais tolerantes a riscos; descubra qual é o papel
Não é uma guerra comercial, é uma guerra geopolítica: CEO da AZ Quest diz o que a estratégia de Trump significa para o Brasil e seus ativos
Walter Maciel avalia que as medidas do presidente norte-americano vão além da disputa tarifária — e explica como os brasileiros devem se posicionar diante do novo cenário
É hora de voltar para as ações brasileiras: expectativa de queda dos juros leva BTG a recomendar saída gradual da renda fixa
Cenário se alinha a favor do aumento de risco, com queda da atividade, melhora da inflação e enfraquecimento do dólar
Dólar e bolsa sobem no acumulado de uma semana agitada; veja as maiores altas e baixas entre as ações
Últimos dias foram marcados pela tensão entre EUA e Brasil e também pela fala de Jerome Powell, do BC norte-americano, sobre a tendência para os juros por lá
Rumo ao Novo Mercado: Acionistas da Copel (CPLE6) aprovam a migração para nível elevado de governança na B3 e a unificação de ações
Em fato relevante enviado à CVM, a companhia dará prosseguimento às etapas necessárias para a efetivação da mudança
“Não acreditamos que seremos bem-sucedidos investindo em Nvidia”, diz Squadra, que aposta nestas ações brasileiras
Em carta semestral, a gestora explica as principais teses de investimento e também relata alguns erros pelo caminho
Bolsas disparam com Powell e Ibovespa sobe 2,57%; saiba o que agradou tanto os investidores
O presidente do Fed deu a declaração mais contundente até agora com relação ao corte de juros e levou o dólar à vista a cair 1% por aqui
Rogério Xavier revela o ponto decisivo que pode destravar potencial para as ações no Brasil — e conta qual é a aposta da SPX para ‘fugir’ do dólar
Na avaliação do sócio da SPX, se o Brasil tomar as decisões certas, o jogo pode virar para o mercado de ações local
Sequóia III Renda Imobiliária (SEQR11) consegue inquilino para imóvel vago há mais de um ano, mas cotas caem
O galpão presente no portfólio do FII está localizado na Penha, no Rio de Janeiro, e foi construído sob medida para a operação da Atento, empresa de atendimento ao cliente
Bolsa brasileira pode saltar 30% até o fim de 2025, mas sem rali de fim de ano, afirma André Lion. Essas são as 5 ações favoritas da Ibiuna para investir agora
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o sócio da Ibiuna abriu quais são as grandes apostas da gestora para o segundo semestre e revelou o que poderia atrapalhar a boa toada da bolsa