Não é uma guerra comercial, é uma guerra geopolítica: CEO da AZ Quest diz o que a estratégia de Trump significa para o Brasil e seus ativos
Walter Maciel avalia que as medidas do presidente norte-americano vão além da disputa tarifária — e explica como os brasileiros devem se posicionar diante do novo cenário
Desde o “Dia da Libertação” em que Donald Trump distribuiu tarifas para países aliados e não aliados, o mundo assumiu que era o início de uma “guerra comercial”. Vozes dissonantes, entretanto, tem uma visão diferente para a postura do republicano.
É o caso de Walter Maciel, CEO da AZ Quest. Para ele, as medidas de Trump não representam uma disputa comercial, mas uma disputa geopolítica para delimitar novas fronteiras de influência e poder.
No podcast Touros e Ursos desta semana, o gestor analisa como a estratégia dos EUA pode redefinir a ordem mundial, os impactos para o Brasil — que tem perdido espaço na diplomacia internacional — e quais caminhos o investidor deve seguir diante desse novo tabuleiro.
Segundo Maciel, Trump cobra uma postura mais justa de parceiros comerciais como China e Europa. Na visão dele, esses países se aproveitaram da ordem mundial criada pelos EUA após a Segunda Guerra, mas sem respeitar as mesmas regras de comércio e trabalho.
- CONFIRA: Quer saber onde encontrar os melhores rendimentos da renda fixa hoje? O Seu Dinheiro disponibilizou uma seleção gratuita de oportunidades; veja agora
O objetivo, segundo Maciel, é claro: corrigir desequilíbrios globais que deixaram os norte-americanos pagando a conta do crescimento alheio. Entenda melhor aqui.
E o Brasil nesta conta?
O Brasil tem tropeçado no tabuleiro internacional, na visão do gestor. O país sempre foi um aliado dos EUA, e deveria ter adotado uma postura de "ficar quietinho, não brigar com ninguém, ser amigo de todo mundo".
Leia Também
No entanto, declarações e ações do governo, como criticar o dólar, associar-se a nações antidemocráticas e intervir em políticas de outros países, estão fazendo com que o Brasil seja visto como uma "pedra no sapato".
O CEO da AZ Quest não acredita que as tarifas de 50% impostas ao Brasil sejam "por causa do ex-presidente Jair Bolsonaro", e classifica essa justificativa como uma "desculpa" para as dificuldades que a diplomacia está tendo em resolver a situação.
A omissão do Itamaraty nesse processo agrava a situação — e a ponte com Washington deveria ser construída por empresários, banqueiros e diplomatas experientes, na opinião de Maciel.
Apesar disso, o gestor afirma que o mercado brasileiro tem se mostrado resiliente. A bolsa segue em patamar razoável, o dólar cede e os juros de longo prazo carregam expectativa de queda. A leitura é que a poeira geopolítica tende a baixar e que a renovação política, nas eleições de 2026, pode abrir espaço para resolver problemas estruturais, como o ajuste fiscal.
Onde investir com a crise Trump
Diante desse cenário, Maciel recomenda cautela com visão de longo prazo. A taxa de juros real no Brasil segue elevada, o que exige algum conservadorismo, mas há espaço para aumentar o risco de forma gradual. A casa mantém visão construtiva para o real, que ainda estaria 35% defasado frente a uma cesta global de moedas
O investidor pode aproveitar o momento para “curtir os juros altos até o Carnaval”, quando tradicionalmente o mercado brasileiro ganha mais movimento. Além disso, Maciel defende diversificação internacional, com destaque para tecnologia e inteligência artificial.
Touros e Ursos da semana
Entre os Ursos, Maciel destacou os spreads das debêntures incentivadas, que estão cada vez menos atrativas. A falta de protagonismo do Itamaraty nas negociações com os EUA e a faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, que avança em ritmo lento, também entraram na pauta.
Já no campo dos Touros, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, entrou no radar por sinalizar cortes de juros nos EUA. Ainda entre presidentes de bancos centrais, Gabriel Galípolo e Roberto Campos Neto, foram destaques por esfriar a economia e controlar a inflação no Brasil.
Veja detalhes dos Touros e Ursos e da análise de Walter Maciel no episódio completo:
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
