Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado

As ações da Equatorial (EQTL3) figuram entre as favoritas dos tubarões da Faria Lima e do Leblon. No entanto, elas viveram uma espécie de blecaute em 2024.
A queda da cotação do papel no acumulado do ano passado superou os 20%. Isso gerou questionamentos quanto à capacidade da empresa de continuar proporcionando retornos atrativos a seus acionistas.
Contudo, a primeira queda anual de EQTL3 em mais de uma década esteve relacionada mais com o cenário volátil do fim de 2024 do que com os fundamentos da companhia em si.
Situações de aversão generalizada ao risco com as verificadas nos últimos meses do ano passado são capazes de afetar até mesmo ações consideradas “queridinhas” entre os investidores.
A boa notícia nesse tipo de situação é que o apagão costuma durar pouco tempo.
- LEIA TAMBÉM: A ação de um banco resiliente é a aposta deste analista para quem quer receber dividendos e investir ‘sem sustos’; conheça o papel.
O cenário adverso do segundo semestre de 2024
O segundo semestre de 2024 foi marcado pelas incertezas relacionadas às eleições presidenciais nos Estados Unidos e à política fiscal brasileira.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
A situação foi agravada pelos juros altos nos EUA e pelo início de um novo ciclo de aperto monetário pelo Banco Central.
A combinação desses fatores pressionou as ações da Equatorial, terceira maior distribuidora de energia do país e uma das queridinhas dos investidores.
Nem mesmo a aquisição mais significativa da empresa — a compra de 15% da Sabesp (SBSP3) — foi suficiente para sustentar o preço das ações.
Como esse cenário afeta a Equatorial
Julio Pinheiro, gestor da Western Asset Management, chama a atenção para o fato de a Equatorial ser uma empresa mais alavancada.
"Não é nada preocupante, mas é acima da média do setor elétrico. No final do ano passado, os investidores evitaram um pouco essas empresas devido à preocupação com os juros e como isso afetaria o lucro", disse Julio Pinheiro ao Seu Dinheiro.
No fim do terceiro trimestre de 2024, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ficou em 3,2 vezes, abaixo dos 4,5 vezes estabelecidos pelas cláusulas contratuais (covenants) firmadas com credores.
O fato é que a capacidade de execução que se reflete nos preços das ações ao longo dos anos fez da Equatorial uma das ações preferidas dos grandes gestores da Faria Lima e do Leblon, onde se localizam as principais gestoras de fundos.
Passado o blecaute, a ação da Equatorial já está perto de zerar as perdas de 2024.
Até o fechamento do último pregão, em 13 de março, quando fechou em R$ 32,22, EQTL3 acumula alta de 20% no que vai do ano.
Trata-se de um desempenho superior à alta de 12% do índice setorial, o IEE, e bem acima do avanço de 7% do Ibovespa neste início de 2025.
"Bond proxies"
Pinheiro mostra sua predileção pelo setor elétrico pelas características dos contratos dessas empresas, que garantem um fluxo de caixa mais previsível e uma proteção contra a inflação. Isso porque boa parte dos reajustes é atrelada a índices de preços.
"A desvalorização do final do ano não foi particular do setor de energia. Foi a bolsa como um todo. O setor é um bond proxy, ou seja, comparado com títulos de renda fixa pela natureza de seus contratos. Como no final do ano a curva de juros do país subiu, os títulos caíram. Esse movimento foi precificado nas ações de energia", afirma o gestor.
De acordo com ele, a Western mantém cerca de 10% de seu portfólio alocados no setor de energia. A Equatorial é uma das preferidas, junto com Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6).
Equatorial não é a maior pagadora de dividendos do setor
Pinheiro pondera que a Equatorial não é a maior pagadora de dividendos quando comparada com seus pares.
Na avaliação do gestor, entretanto, quem compra EQTL3 não está olhando apenas para os proventos.
“Compra por confiar na cultura transformacional da empresa e espera que ela faça bons negócios”, afirma ele.
Os altos retornos da Equatorial
A Equatorial tem um histórico de elevado retorno a seus acionistas.
Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, destaca essa característica da elétrica.
"Em dez anos, o papel rendeu aproximadamente 570%”, afirma.
No mesmo intervalo, o Ibovespa rendeu 195%.
Transformação em multi-utilities
“É muito expressivo para um papel defensivo”, diz Mollo.
Ele atribui o índice ao que vê como boa gestão e estratégia de diversificação.
“Agora está indo para o negócio de saneamento, reforçando o caráter defensivo e se tornando uma multi-utilities", defende o analista.
Essa característica coloca a Equatorial em destaque para investidores que buscam retorno sobre o capital, em contraste com outras companhias do setor elétrico que atendem melhor àqueles que procuram um fluxo de dividendos constante.
"É uma empresa que se equilibra entre crescimento e pagamento de dividendos. Uma opção para uma carteira defensiva por não ser uma empresa cíclica, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), e nem volátil como as empresas de consumo e construção civil. É um porto seguro na carteira", avalia o analista da Daycoval.
O único alerta feito por Mollo em relação à Equatorial é que o investidor deve estar ciente que os benefícios da aquisição da fatia da Sabesp não vão ocorrer de forma imediata.
Equatorial (EQTL3), um papel defensivo
O papel defensivo da Equatorial também faz Gustavo Harada, Head de Alocação da Blackbird, recomendar a empresa a seus clientes.
"A recuperação da bolsa em 2025 está ligada a ativos de setores mais defensivos e o setor elétrico se encaixa nessa característica. Vemos um maior potencial de valorização para Equatorial, Copel e Eletrobras", diz.
Harada acrescenta que a área de gestão da Blackbird tem posição comprada em EQTL3.
Em relatório recente, o banco BTG Pactual destacou o aumento dos volumes distribuídos pela Equatorial no quarto trimestre de 2024.
A alta foi de 3,6% na comparação com igual período do ano anterior, com destaque para o segmento industrial.
A companhia também conseguiu uma leve redução nas perdas, segundo a prévia operacional.
O banco tem recomendação de compra para o papel, com um preço-alvo de R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 55,8%.
Justiça congela votação da Mobly (MBLY3) e dá fôlego à disputa com fundadores da Tok&Stok
Assembleia rejeita proposta que favoreceria a OPA da família Dubrule, mas juiz decide suspender os efeitos da votação; entenda o que está em jogo
Azul (AZUL4) obtém financiamento adicional de R$ 600 milhões em meio à queda das ações
Azul enfrenta turbulências com ações em baixa, dívida elevada e nova captação de R$ 600 milhões para manter operações
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) têm fôlego para pagar bons dividendos, mas só uma delas oferece perspectiva de ganho de capital, diz analista da Empiricus
No podcast Touros e Ursos desta semana, Ruy Hungria fala sobre impacto do tarifaço de Donald Trump no lucro de duas das maiores empresas do Ibovespa e diz o que o investidor deve esperar dos proventos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Entregou a declaração com erro ou ficou faltando alguma informação? Veja como retificar
Aprenda a preencher a declaração retificadora e corrigir erros e omissões em declarações que já foram entregues, em um prazo de até cinco anos após o envio da declaração original
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Receita Federal paga nesta quarta-feira lote residual do Imposto de Renda; veja se o seu pix cai hoje
Mais de 279 mil contribuintes que caíram na malha fina e regularizaram pendências recebem restituição do IR nesta quarta (30); confira como consultar e receber o valor
Fundos de ações ESG registram fuga de capitais no primeiro trimestre, enquanto fundos de renda fixa sustentáveis atraem investidores
Movimento reflete cautela dos investidores com volatilidade e busca por maior proteção em ativos de renda fixa sustentáveis, aponta pesquisa da Morningstar
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Da prática física à experiência high-tech: wearables e dados transformam a corrida, impulsionando o mercado e atletas em busca de performance e saúde
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso