Enfim, chegou a hora de investir no Brasil: Com bolsa barata e gatilhos positivos no exterior, JP Morgan eleva recomendação para o país
O banco norte-americano avalia que é hora de sair do “neutro” e se expor ao mercado brasileiro, elevando a recomendação do país para “outperform”; entenda os motivos

Há meses, talvez anos, agentes do mercado financeiro local afirmam que a bolsa brasileira está barata, mas nunca definiram quando esse cenário se reverteria. No entanto, este grande banco norte-americano acredita que finalmente chegou a hora de incluir o Brasil na carteira.
Após mais de quatro meses em compasso de espera, o JP Morgan avalia que é hora de sair do “neutro” e se expor ao mercado brasileiro, elevando a recomendação do país para “outperform”, equivalente a compra.
- VEJA MAIS: Em entrevista ao Seu Dinheiro, especialistas do mercado apontaram os investimentos mais promissores para o mês; confira
Segundo os analistas, o mundo mudou e o banco acompanhou essas alterações com atualizações nas projeções.
“Vemos essa mudança como tática e não estrutural, considerando que os problemas domésticos que nos levaram a rebaixar o Brasil inicialmente, como a fraca política fiscal, ainda estão muito presentes”, avaliou o banco.
Os analistas recomendam uma alocação “um tanto defensiva” no Brasil e no México, com preferência por uma maior exposição aos “bond proxies” brasileiros — ações que se comportam de maneira semelhante aos títulos de dívida, com maior estabilidade e retornos consistentes através de dividendos —, bancos incumbentes e segmentos como energia elétrica e saneamento básico.
Os motivos por trás do otimismo com a bolsa brasileira
Na avaliação dos analistas, tanto o Brasil quanto o México estão baratos hoje, com valuations bastante atrativos e baixo posicionamento dos investidores nas bolsas locais.
Leia Também
No entanto, o cenário global agora parece mais benéfico para o Brasil, especialmente diante da maior exposição da nação vizinha às discussões de novas tarifas dos Estados Unidos, além da desaceleração acentuada do crescimento econômico mexicano.
Para os analistas, além dos ventos favoráveis do exterior, o Brasil também pode estar mais próximo do que se esperava do fim do ciclo de aumento de juros, o que seria um gatilho importante para as ações domésticas.
Ainda no panorama local, o JP Morgan acredita que as eleições de 2026, embora ainda distantes, trazem um elemento de atratividade.
1 - Desaceleração dos EUA
O JP Morgan, que antes previa que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA para 2025 tendia para cerca de 2%, agora acredita que o crescimento da maior economia do planeta estará mais próximo de 1% se as tarifas sobre o México e o Canadá forem implementadas.
“Em outras palavras, o excepcionalismo dos EUA está moderando”, disse o banco.
“Parece ser um mundo de crescimento mais lento dos EUA e um dólar mais fraco, o que pavimenta a possibilidade de maiores cortes pelo Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano]. Se isso acontecer, deve ser um cenário bastante otimista para os mercados emergentes, e o Brasil é um dos países mais sensíveis a essa história.”
2 - Retomada da China pode impulsionar a bolsa brasileira
Na visão do JP Morgan, os mercados emergentes estavam estagnados desde a pandemia do novo coronavírus, com os investidores globais apenas movendo dinheiro de um país para outro nos ajustes de carteira, mas sem de fato gerar ganhos gerais para a região.
No entanto, agora, a expectativa é que todo o conjunto desses mercados experimente crescimento, com nova injeção de capital na região.
Um catalisador fundamental para esse movimento é a China, que vem experimentando desempenho positivo desde o início do ano.
Apesar dos questionamentos sobre a sustentabilidade do rali daqui para frente, o JP Morgan avalia que o retorno chinês está trazendo mais fluxos para os mercados emergentes pela primeira vez em muito tempo.
Os analistas acreditam que a continuidade do impulso da China deve trazer mais recursos para os emergentes e provavelmente beneficiar países como o Brasil.
“A decolagem nos mercados de ações da China pode acabar tendo um efeito de aumento de confiança, incentivando os investidores a abrirem suas carteiras pela primeira vez em muito tempo”, disseram.
- VEJA MAIS: Onde investir em março? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas para este mês
3 - Fim do ciclo de alta de juros no Brasil
Quem completa a tríade de fatores que sustentam a visão otimista do JP Morgan com a bolsa brasileira é a perspectiva de que o aumento das taxas de juros no Brasil possa chegar ao fim mais cedo.
Agora, o banco prevê que a Selic atinja o pico de 15,25% em junho, com a possibilidade de uma pausa ainda antes disso.
A visão vem na esteira de um PIB muito mais baixo do que o esperado no quarto trimestre e da normalização do câmbio, com apreciação do real frente ao dólar.
O término do ciclo de aperto monetário por si só já seria suficiente para reacender o interesse do mercado por ativos de maior risco, como a renda variável.
No entanto, o banco aponta que o atual nível de alocação dos investidores locais pode intensificar ainda mais esse movimento.
Isso se deve ao fato de que os investidores brasileiros alcançaram o menor patamar histórico de investimentos em ações, e o interesse por vendas a descoberto (short) atingiu novos picos, o que promete liberar ainda mais valor para a bolsa brasileira assim que o ciclo de elevação da Selic for interrompido.
No cenário local, há ainda um outro catalisador adicional para o Brasil: a possibilidade de as eleições presidenciais de 2026 abrirem caminho para uma mudança de regime.
Os riscos para a volta da bolsa brasileira
O maior otimismo do JP Morgan quanto à bolsa brasileira não quer dizer que não há riscos severos para a nova tese construtiva traçada pelos analistas.
“Para o Brasil, mais ruídos sobre política fiscal e possíveis medidas não ortodoxas para desacelerar a inflação poderiam alongar o ciclo de aperto de juros em vez de encurtá-lo”, reforçou o banco.
Além do peso da política fiscal do Brasil, um eventual aprofundamento da incerteza no exterior poderia levar a um novo cenário de aversão ao risco, que consequentemente impediria o bom desempenho do Brasil.
Os analistas também destacam que uma eventual desaceleração na China junto com um fim do rali das ações chinesas provavelmente teria implicações negativas para as ações brasileiras como um todo.
Rogério Xavier revela o ponto decisivo que pode destravar potencial para as ações no Brasil — e conta qual é a aposta da SPX para ‘fugir’ do dólar
Na avaliação do sócio da SPX, se o Brasil tomar as decisões certas, o jogo pode virar para o mercado de ações local
Sequóia III Renda Imobiliária (SEQR11) consegue inquilino para imóvel vago há mais de um ano, mas cotas caem
O galpão presente no portfólio do FII está localizado na Penha, no Rio de Janeiro, e foi construído sob medida para a operação da Atento, empresa de atendimento ao cliente
Bolsa brasileira pode saltar 30% até o fim de 2025, mas sem rali de fim de ano, afirma André Lion. Essas são as 5 ações favoritas da Ibiuna para investir agora
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o sócio da Ibiuna abriu quais são as grandes apostas da gestora para o segundo semestre e revelou o que poderia atrapalhar a boa toada da bolsa
Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila
A terça-feira (19) foi marcada por fortes perdas na bolsa brasileira diante do aumento das tensões entre Estados Unidos e o Brasil
As cinco ações do Itaú BBA para lucrar: de Sabesp (SBSP3) a Eletrobras (ELET3), confira as escolhidas após a temporada de resultados
Banco destaca empresas que superaram as expectativas no segundo trimestre em meio a um cenário desafiador para o Ibovespa
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas