Vamos (VAMO3) e outras empresas do grupo Simpar (SIMH3) têm ratings rebaixados pela Fitch — mas a culpa não é só das subsidiárias
Além da Vamos, as controladas do grupo Simpar Movida (MOVI3) e JSL (JSLG3) também foram rebaixadas pela agência de classificação de risco

NOTA DO EDITOR: A reportagem a seguir foi atualizada para incluir o rebaixamento da Simpar e de outras empresas do mesmo grupo econômico. Atualização feita em 29 de agosto, às 14h18.
Após um balanço trimestral considerado misto e a reação negativa do mercado que provocou uma queda nas ações, a Vamos (VAMO3) tem agora outra dificuldade para lidar.
Nesta quinta-feira (29), os papéis da companhia de locação de caminhões do grupo Simpar (SIMH3) caíram forte na B3 e chegaram a operar entre as maiores quedas do Ibovespa.
A ação VAMO3 fechou em queda de 3,27%, a R$ 7,68. No acumulado do ano, as ações da Vamos têm desvalorização da ordem de 21,15% desde janeiro.
Os papéis da empresa foram penalizados pelos investidores na bolsa brasileira depois que a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou os Ratings Nacionais de Longo Prazo da Vamos e de suas emissões de debêntures de AAA para AA+.
A perspectiva para a Vamos foi revisada de estável para negativa, segundo relatório divulgado na quarta-feira (28) pela Fitch e assinado pelo analista Renato Mota.
Leia Também
Além da Vamos, a própria Simpar teve seu rating nacional rebaixado para AA+, com perspectiva negativa. Outras controladas do grupo, Movida (MOVI3) e JSL (JSLG3), também foram rebaixadas para a mesma classificação.
Com isso, as ações das empresas também caíram na B3. Simpar fechou em queda de 3,14, a R$ 6,17. Movida (MOVI3) caiu 5,03%, a R$ 6,98, e JSL (JSLG3) encerrou em queda de 0,30%, a R$ 9,88.
A perspectiva negativa para as controladas da Simpar (SIMH3)
Segundo a agência, a mudança na classificação das empresas controladas pela Simpar foi motivada pelos “os incentivos legais médios e os elevados incentivos operacionais e estratégicos que a holding tem para lhe prestar suporte, se necessário”.
Sobre a perspectiva negativa, a agência citou a alavancagem financeira consolidada da Simpar, “consistentemente acima do esperado e não condizente com os ratings atuais”.
O analista Renato Mota também diz que a alavancagem mais alta por mais tempo, como resultado de maiores investimentos e menor retorno sobre o capital investido, também prejudicou a capacidade do grupo de converter Ebitda em fluxo de caixa.
A Fitch projeta que o fluxo de caixa livre (FCF) da Vamos deve permanecer negativo, em média, em R$ 12 bilhões de 2024 a 2026, após capex (investimento) total anual médio de R$ 15 bilhões, financiado parcialmente pela venda de veículos usados de locação.
Empresas ainda têm pontos positivos
Apesar do impacto de sua controladora, individualmente, a Vamos tem uma sólida posição de negócios no mercado brasileiro de locação de frotas de veículos pesados, máquinas e equipamentos, com relevante escala e consistente desempenho operacional, ressalta.
Em relação à Simpar, a Fitch avalia que os ratings internacionais da holding se beneficiam da escala significativa da empresa, do robusto perfil de negócios e da forte posição competitiva dentro da indústria brasileira de aluguel e logística.
“O grupo Simpar continua se beneficiando de um portfólio de serviços diversificado e contratos de longo prazo para parte significativa de suas receitas, que garantem maior previsibilidade de geração de caixa”, afirma o relatório.
Já a Movida possui forte posição de negócios, sustentada por sua relevante escala, presença nacional, positivo desempenho operacional e adequada operação de venda de veículos seminovos, segundo a agência. Com isso, seu EBITDA de locação deve crescer gradativa e organicamente, com margens resilientes, à medida que a empresa expande suas operações.
Sobre a JSL, a Fitch afirmou que o forte perfil de negócios da companhia é resultado de sua robusta escala no fragmentado e competitivo mercado de logística outbound (FTL) no Brasil.
- Ainda dá pra ganhar dinheiro com a bolsa este ano? Veja o “Onde Investir” deste mês e ainda receba um guia para o 2º semestre
A alavancagem do Grupo Simpar (SIMH3) e sua estratégia “agressiva”
Conforme ressaltado pela agência de classificação de risco, a Simpar possui uma estratégia de crescimento historicamente “agressiva”, com elevados investimentos no crescimento em sua frota — o que tem pressionado a alavancagem financeira da Vamos.
Vale lembrar que, no ano passado, a Simpar adquiriu o Grupo Alta por meio de sua subsidiária Automob. O negócio foi fechado por R$ 120 milhões.
Em comunicado sobre o rebaixamento da Simpar, a Fitch acredita que o grupo manterá alavancagem financeira consolidada em desacordo com uma classificação ‘BB’. O indicador dívida líquida ajustada consolidada/EBITDA ajustado deve permanecer de 4,5 a 5,0 vezes até 2026.
Vale (VALE3) avança no controle de risco, e S&P eleva rating de crédito da mineradora
A agência indica que a companhia melhorou consideravelmente sua supervisão e seus controles nos últimos anos
Carros voadores colidem durante ensaio para show aéreo; veja o vídeo
Acidente durante preparação para o Changchun Air Show reacende debate sobre segurança dos carros voadores; ao menos uma pessoa ficou ferida
Cogna (COGN3) inicia processo de saída da Vasta da Nasdaq — e BTG enxerga pontos positivos na jogada
Caso a oferta seja bem-sucedida, a Vasta deixará de ser registrada na SEC e passará por deslistagem na Nasdaq
Nova bolsa de derivativos A5X capta R$ 200 milhões em terceira rodada de investimentos. O que isso significa para a B3 (B3SA3)?
Valor arrecadado pela plataforma será usado para financiar operações e ficar em dia com exigência do BC
Itaú BBA inicia cobertura das construtoras brasileiras de baixa renda e já tem sua favorita
Para o banco, as construtoras estão em seus melhores dias devido à acessibilidade no nível mais alto já registrado
99 Food acelera investimentos no Brasil e intensifica batalha com iFood pelo delivery de comida brasileiro
A companhia agora prevê investir R$ 2 bilhões no primeiro ano de operação. O que está por trás da estratégia?
Prio (PRIO3) recebe aval final do Ibama e obtém licença para instalação dos poços de Wahoo, no Espírito Santo
Com a autorização, a petroleira iniciará a interligação submarina (tieback) de até onze poços à unidade flutuante de Frade
BTG eleva preço-alvo da Vale (VALE3) e prevê dividendos extraordinários, mas não muda recomendação; é hora de comprar?
Estratégia comercial e redução de investimentos contribuem para elevação do preço-alvo do ADR para US$ 11, enquanto valuation e fluxo de caixa fazem o banco “pensar duas vezes”
Itaú BBA sobre Eletrobras (ELET3): “empresa pode se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor elétrico”
Se o cenário de preços de energia traçado pelos analistas do banco se confirmar, as ações da companhia elétrica passarão por uma reprecificação, combinando fundamentos sólidos com dividend yields atrativos
O plano do Google Cloud para transformar o Brasil em hub para treinamento de modelos de IA
Com energia limpa, infraestrutura moderna e TPUs de última geração, o Brasil pode se tornar um centro estratégico para treinamento e operação de inteligência artificial
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
Petrobras (PETR4) passa a integrar o consórcio formado pela Shell, Galp e ANP-STP após aquisição do bloco 4 em São Tomé e Príncipe
Desde fevereiro de 2024, a estatal atua no país, quando adquiriu a participação nos blocos 10 e 13 e no bloco 11