Vale, Samarco e BHP são condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões em indenização por tragédia de Mariana; VALE3 recua na bolsa
Ações já operavam em queda, mas aprofundaram as perdas após a notícia da decisão da Justiça Federal de MG
A Justiça Federal de Minas Gerais condenou a Vale (VALE3), a Samarco e a BHP a pagarem uma indenização de R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos, "em razão da violação de direitos humanos das comunidades atingidas" pelo rompimento da barragem de Fundão, no município mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015.
A barragem era operada pela Samarco, uma joint-venture controlada pela Vale e a mineradora anglo-australiana BHP Billiton. O desastre, considerado a maior tragédia ambiental da história do país, matou 19 pessoas e despejou 62 milhões de metros cúbicos de lama, contaminando a bacia hidrográfica do Rio Doce.
Em sua decisão, o juiz federal substituto Vinicius Cobucci, da 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte, determinou que a indenização bilionária deverá ser corrigida desde a data do rompimento da barragem, há nove anos, o que significa que o valor poderá ser bem maior. Ainda cabe recurso da decisão.
"O valor foi fixado tomando como parâmetro o valor dos gastos já admitidos pelas sociedades em ações de reparação e compensação. O STJ e STF têm julgados em que a equivalência do dano material causado serviu como parâmetro para a indenização do dano moral coletivo", esclareceu o magistrado em sua decisão.
As ações da Vale (VALE3) já operavam em queda na bolsa nesta quinta-feira (25), mas aprofundaram as perdas após a decisão ter se tornado pública. Os papéis fecharam em baixa de 2,20%, depois de terem chegado a cair mais de 3%. Acompanhe nossa cobertura completa de mercados.
Quem terá direito à indenização
O valor da indenização será destinado a um fundo previsto por lei e administrado pelo governo federal. A verba deverá, então, ser empregada em projetos e iniciativas, conforme regulamento do fundo, exclusivamente nas áreas impactadas pelo rompimento da barragem de Mariana.
Leia Também
Estas incluem os municípios incluídos no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre a União, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, suas autarquias e as três empresas; além de localidades reconhecidas por decisão judicial em casos específicos.
A decisão da Justiça Federal mineira se deu em resposta a uma ação do Ministério Público Federal e outras entidades de outubro do ano passado, pedindo o julgamento antecipado do mérito de parte das ações civis públicas que visam à reparação dos danos ambientais e socioeconômicos causados pelo desastre.
O juiz Vinicius Cobucci acatou o pedido apenas parcialmente, tendo negado o pedido de indenização pelos danos individuais homogêneos (de cada vítima individualmente). O magistrado alegou questões técnicas.
"O pedido não trouxe elementos mínimos para identificar as categorias dos atingidos e quais danos estas categorias sofreram. Novo pedido poderá ser apreciado, se atender aos requisitos mínimos legais", esclareceu, na decisão.
- ONDE INVESTIR: A bolsa ainda está barata e estas 13 ações são as favoritas dos analistas para investir em 2024. Baixe o guia do Seu Dinheiro
O que diz a Vale (VALE3)
A Vale emitiu, no fim da tarde de hoje, um comunicado ao mercado esclarecendo que ainda não tinha sido notificada da decisão judicial noticiada. "A companhia se manifestará oportunamente no processo sobre a decisão, contra a qual cabe recurso", diz o texto.
Além disso, a mineradora reforçou o compromisso em "apoiar a reparação integral dos danos causados pelo rompimento" e que, em cumprimento ao TTAC, mantém os aportes feitos à Fundação Renova, entidade criada para "gerenciar e implementar as medidas de reparação e compensação ambiental e socioeconômica."
"Até dezembro de 2023, foram destinados R$ 34,7 bilhões às ações de reparação e compensação a cargo da Renova. Desse valor, R$ 14,4 bilhões foram para o pagamento de indenizações individuais e R$ 2,7 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 17,1 bilhões que beneficiaram pelo menos 438 mil pessoas", diz o comunicado da Vale.
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
