Natura (NTCO3) volta ao prejuízo no 4T23, mas tem lucro no ano após “lipoaspiração” nas marcas e vai pagar dividendos
Natura tem lucro líquido anual de R$ 3 bilhões, mas sofre prejuízo nos últimos três meses do ano com efeitos da reestruturação e operação na Argentina
Com o fim do sonho de se transformar em uma gigante global de cosméticos, a Natura (NTCO3) vem passando por uma espécie de "lipoaspiração corporativa", com a venda de marcas como Aesop e The Body Shop e possibilidade de separação da Avon.
O resultado dessa transformação em andamento se refletiu — para o bem e para o mal — nos números da companhia em 2023. A Natura registrou lucro líquido de R$ 3 bilhões no ano passado e, desta forma, reverteu o prejuízo de R$ 2,8 bilhões em 2022.
Como sinal dessa nova fase, os acionistas voltarão a sentir novamente o doce perfume dos dividendos na conta (saiba mais sobre o pagamento no fim desta matéria).
A mensagem da diretoria da Natura, contudo, foi de prudência. "Margens e caixa continuam como prioridades no curto prazo", afirmou Fábio Coletti Barbosa, CEO da companhia, durante teleconferência com analistas.
Aliás, nem tudo são flores para a Natura. No quarto trimestre de 2023, o aroma bem menos agradável do prejuízo voltou ao balanço da companhia, ainda como fruto do processo de reestruturação.
Veja a seguir os principais números da Natura no 4T23:
- Prejuízo líquido: R$ 2,662 bilhões (prejuízo de R$ 890 milhões no 4T22)
- Ebitda ajustado: R$ 670,7 milhões (+31%)
- Receita líquida: R$ 6,613 bilhões (-17,4% ou +4,5% sem o impacto da variação cambial)
Natura: impactos da Argentina e The Body Shop
Como um paciente que ainda se recupera de um procedimento estético, o balanço da Natura no quarto trimestre traz uma série de impactos que tornam difícil uma primeira avaliação.
Leia Também
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
Se no trimestre anterior, a empresa teve lucro multibilionário impulsionado com a entrada dos recursos da venda da Aesop para a L'Oreal, desta vez a reestruturação trouxe um efeito oposto.
Isso porque o resultado da Natura nos últimos três meses do ano sofreu um efeito negativo com a venda da The Body Shop e baixas contábeis nas operações da Avon.
Mesmo sem considerar esses impactos negativos, a Natura ainda teria um prejuízo de R$ 506 milhões no quarto trimestre.
Além da reestruturação, a empresa ainda sofreu com os efeitos da crise econômica na Argentina. Em dezembro, logo no início do governo de Javier Milei, a moeda do país vizinho passou por uma forte desvalorização, o que pesou sobre os resultados.
Lembrando que o processo de "lipoaspiração" da Natura ainda não terminou. A empresa estuda neste momento a separação das operações da Avon, mas não deu detalhes sobre o andamento do processo.
Além disso, a empresa anunciou a deslistagem dos recibos de ações (ADRs) da Bolsa de Nova York (Nyse).
- Já sabe onde investir agora que as empresas estão divulgando seus balanços do 4T23? Veja análises completas da Empiricus Research e saiba se você deve comprar, vender ou se manter neutro em cada uma das principais ações da bolsa. Clique aqui para receber os relatórios GRATUITOS.
Dividendos: quase R$ 1 bilhão na conta dos acionistas
Junto com o balanço, a Natura anunciou a distribuição de R$ 979 milhões em dividendos aos acionistas. O valo corresponde a R$ 0,70921 por ação.
Para ter direito aos proventos, é preciso ter ações da Natura (NATU3) no dia 19 de março — ou seja, os papéis ficarão "ex" a partir de 20 de março.
O pagamento ocorrerá no dia 19 de abril de 2024, sem remuneração ou atualização monetária, ainda de acordo com a Natura.
LEIA TAMBÉM:
- Como uma venda bilionária fez a Natura (NTCO3) ficar menor — e tornou a ação mais atrativa para os analistas do Citi
- O adeus à NYSE: Natura (NTCO3) deixará a bolsa de Nova York e concentrará sua negociação no Brasil
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
