🔴 NOVA META: RENDA EXTRA DE ATÉ R$ 2.000,00 POR DIA – VEJA COMO

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
ANIVERSÁRIO DA FRAUDE

Escândalo da Americanas (AMER3) completa 1 ano com Lemann e sócios mais ricos, plano aprovado e troca de acusações

Americanas perdeu mais de 90% do valor na B3 desde a revelação da fraude contábil; empresa vai passar por capitalização liderada por Lemann e sócios

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
11 de janeiro de 2024
12:03 - atualizado às 12:04
Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, bilionários acionistas da Americanas (AMER3)
Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles, acionistas da Americanas (AMER3) - Imagem: Shutterstock/Ambev/Seu Dinheiro - Montagem Brenda Silva

Maior escândalo da história do mercado de capitais brasileiro, a fraude contábil na Americanas (AMER3) completa um ano nesta quinta-feira (11) ainda com muitas peças soltas. Entre elas, a investigação dos responsáveis pelo rombo de R$ 25 bilhões na varejista.

A Americanas atribui o esquema à antiga diretoria, sob o comando do ex-CEO Miguel Gutierrez. Mas o executivo argumenta que várias das decisões da companhia passavam pelo conselho de administração.

Em meio à busca pelos culpados, a empresa conseguiu uma vitória no fim do ano passado com a aprovação do plano de recuperação judicial pelos credores.

A principal peça do plano é a injeção de R$ 24 bilhões em capital. Metade do dinheiro virá da conversão de dívidas que os bancos credores possuem em capital.

Os outros R$ 12 bilhões virão dos acionistas de referência — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles Carlos Alberto Sicupira. Eles já adiantaram R$ 1,5 bilhão para a varejista manter as operações, mas ainda assim terminaram o ano de 2023 mais ricos do que começaram.

Desde a revelação dos problemas bilionários no balanço, a Americanas perdeu mais de 90% do valor na B3. Por volta das 11h desta quinta-feira, as ações AMER3 recuavam 2,38%, a R$ 0,83. A varejista vale aproximadamente R$ 750 milhões na bolsa, uma fração dos quase R$ 11 bilhões de um ano atrás.

O Seu Dinheiro resume em cinco pontos o que sabemos sobre a situação da varejista. Leia mais a seguir:

1 - Como aconteceu a fraude contábil na Americanas

De forma bem simplificada, a fraude contábil na Americanas teve origem em contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), de acordo com o relatório dos assessores jurídicos da companhia.

Os VPCs são incentivos comerciais usuais no setor de varejo, quando fornecedores pagam para ter maior destaque de seus produtos, por exemplo.

O problema, no caso da Americanas, é que eles teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais.

Havia, portanto, uma redução na conta de fornecedores no balanço. Mas como essa operação fraudulenta não tinha efeito no caixa, a companhia se valia de empréstimos bancários para equilibrar o balanço.

2 - Troca de acusações

O relatório da assessoria jurídica da Americanas apontou a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez e outros seis executivos na fraude bilionária e isentou isentou o conselho de administração.

Do seu lado, Gutierrez negou que soubesse da situação contábil da Americanas. Ele ainda sugeriu que Carlos Alberto Sicupira e Paulo Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann, sabiam da existência dos problemas — ambos são membros do conselho. A empresa "refutou veementemente" as alegações do ex-CEO.

Vale destacar que o comitê independente que a Americanas criou logo após a descoberta do rombo ainda não entregou as conclusões da investigação.

3 - Diluição à vista na Americanas

A capitalização de R$ 24 bilhões prevista no plano de recuperação da Americanas traz um efeito colateral para os acionistas minoritários. Isso porque quem não participar colocando dinheiro novo sofrerá uma diluição brutal da participação.

Pelos cálculos da própria Americanas, a fatia dos minoritários na empresa deve sair dos atuais 69,9% para 2,5% caso ninguém opte por entrar na capitalização.

Enquanto isso, os acionistas de referência passarão a deter 49,3% da companhia nesse cenário e os bancos credores, 48,2%. Lembrando que a capitalização ainda dará direito a um bônus de subscrição para cada três ações.

ONDE INVESTIR EM 2024: AÇÕES, RENDA FIXA, DIVIDENDOS, FIIS, BDRs E CRIPTOMOEDAS - INDICAÇÕES GRÁTIS

4 - Lemann e sócios mais ricos

Acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira tiveram de abrir a carteira para socorrer a varejista, da qual são sócios desde o início dos anos 1980.

Os empresários já desembolsaram R$ 1,5 bilhão em financiamento para a companhia e devem adiantar mais R$ 3,5 bilhões. Ambos os valores fazem parte dos R$ 12 bilhões que o trio já se comprometeu a colocar na futura capitalização da empresa.

Apesar de toda a dor de cabeça (e no bolso), a Americanas representa hoje uma parcela pequena do patrimônio de Lemann, Telles e Sicupira.

Tanto que a fortuna do trio até aumentou no último ano, graças à valorização das ações da cervejaria AB Inbev e da RBI, dona da rede fast food Burger King.

Homem mais rico do Brasil, Lemann tem uma fortuna avaliada em US$ 23,8 bilhões (R$ 116 bilhões), de acordo com o ranking atualizado da Bloomberg.

5 - O futuro da Americanas

Após a reestruturação, a Americanas pretende deixar a disputa pelo varejo eletrônico em segundo e ter como alicerce a rede de lojas físicas, de acordo com Leonardo Coelho, CEO da companhia.

A operação digital deve complementar a atuação, principalmente como marketplace, como plataforma de vendas de terceiros.

O plano também prevê a venda de ativos, como a Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co — dona de marcas como Imaginarium e Puket.

A Americanas estabeleceu como meta (guidance) chegar ao "fim do túnel" da crise no fim de 2025. A expectativa da companhia é chegar lá com uma posição de caixa líquido (incluindo os recebíveis de cartões) — contra uma dívida líquida de R$ 26,3 bilhões no fim de 2022.

Ainda dentro do guidance para 2025, a companhia espera alcançar um Ebitda (indicador que o mercado costuma usar como medida de geração de caixa) de R$ 2,2 bilhões. Considerando o pagamento de aluguéis, o Ebitda deve ser da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Compartilhe

FICOU BARATA?

Ação da Suzano não para de cair na B3 — e esse bancão vê dois futuros possíveis para SUZB3. É hora de abocanhar os papéis?

21 de maio de 2024 - 12:28

O BTG Pactual acredita que a intensa desvalorização recente abriu uma oportunidade de se tornar sócio da companhia a preços muito baixos — mas há riscos no radar

NADANDO COM TUBARÕES

Adeus, Shark Tank? Justiça acata recuperação judicial da Polishop, de João Appolinário

21 de maio de 2024 - 12:16

Em meio a cobranças e ações de despejo, recuperação judicial protege a Polishop de seus credores por 180 dias

TENTATIVA DE RECUPERAÇÃO

Unigel obtém acordo com credores para reestruturar dívida de mais de R$ 4 bilhões

21 de maio de 2024 - 9:40

A empresa de químicos começou a romper compromissos com alguns credores em setembro de 2023, antes de entrar com a proposta de recuperação

REPORTAGEM ESPECIAL

Pão de Açúcar (PCAR3) volta às origens e tenta se reinventar após “desmanche” no fim da era Casino

21 de maio de 2024 - 6:19

Situação do Pão de Açúcar pode mudar à medida que a atual administração consiga trazer a operação de volta à rentabilidade; saiba o que esperar das ações da rede de supermercados

AVAL DOS MUNICÍPIOS

Sinal verde para privatização: Municípios de SP aprovam “último passo” para desestatizar a Sabesp (SBSP3)

20 de maio de 2024 - 18:47

No passo final do processo de desestatização, centenas de prefeitos de São Paulo assinaram um contrato unificado com a companhia de saneamento

DE OLHO NAS REDES

Interferência na Petrobras ainda vai longe? Os planos de Lula para a empresa não agradam nem um pouco o mercado — e agora? 

20 de maio de 2024 - 18:11

Os ruídos dentro na Petrobras (PETR4) não são de agora e a principal preocupação do investidor de PETR4 é a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na estatal.  Enquanto o governo quer que a estatal faça cada vez mais investimentos, o mercado enxerga que isso pode ser um perigo, dado o risco de […]

ENTENDA O IMBRÓGLIO

Vibra (VBBR3) compra seu edifício-sede no Rio, mas transação causa impasse para investidores de CRI e fundos imobiliários

20 de maio de 2024 - 17:02

Não se trata de um calote como os vistos no mercado de CRI no ano passado, mas sim de uma situação muito mais complexa do ponto de vista jurídico

MAIOR CAUTELA

Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi anima analistas — mas esse bancão ainda vê potencial de alta limitado para ações

20 de maio de 2024 - 16:02

Bank of America elevou o preço-alvo dos papéis da Petz nesta segunda-feira (20), mas manteve recomendação neutra; entenda

DE OLHO NO AGRO

Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?

20 de maio de 2024 - 6:22

Para analistas, empresas como Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3) podem compensar eventuais perdas com a alta dos preços em razão da restrição da oferta

UNIÃO DA MODA

Fusão da moda: Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) acertam termos e condições para incorporação que criará gigante do varejo

19 de maio de 2024 - 9:03

De acordo com as informações mais recentes dos respectivos balanços, as empresas, juntas, faturam algo em torno de R$ 12,765 bilhões

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar