‘A era dos dividendos’ da Eletrobras (ELET3) finalmente chegou? Por que o BTG aposta em pagamento bilionário de proventos em 2025
Após dois anos de privatização, análise do banco indica que a companhia está em posição para iniciar distribuição aos acionistas em nova fase

Dois anos depois de privatizada, a Eletrobras (ELET3) alcançou maturidade nos negócios, com a reestruturação das operações e uma geração de fluxo de caixa forte e recorrente. Agora, chegou a hora da gigante de energia distribuir dividendos aos acionistas. É o que dizem os analistas do BTG Pactual, Antônio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende.
“Para nós, sempre foi uma questão de quando a ‘era dos dividendos’ começaria. Acreditamos que as condições para o início dessa era agora estão em vigor”, afirmam.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (16), os analistas apostam que a companhia não deve realizar grandes aquisições nos próximos anos. Além disso, o avanço das negociações da Eletrobras com a União por um acordo também reforça a perspectiva.
Acordo entre a Eletrobras e a União
Recentemente, a companhia afirmou que não considera mais antecipar os aportes de recursos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) nem a alocação de capital na Eletronuclear. Com o caixa disponível, abre-se espaço para a distribuição de proventos.
O CDE é um fundo setorial que financia políticas públicas por meio de recursos privados e públicos, provenientes do Orçamento Geral da União.
Leia Também
No processo de privatização da Eletrobras, foi estabelecido um fluxo de pagamentos da empresa à União Federal até 2047, com um total de R$ 15,9 bilhões. Já foram pagos R$ 5 bilhões em 2022, restando R$ 10,9 bilhões a serem pagos de 2024 até 2047, conforme o cronograma definido na privatização.
No início de dezembro, a Eletrobras também afirmou que avançou nas negociações com a Advocacia-Geral da União (AGU).
Entre os termos do acordo estão sendo debatidos a definição do papel do governo nos Conselhos de Administração e Fiscal da companhia, além da possibilidade de revisão do Acordo de Investimentos relacionado à Usina Nuclear de Angra 3, com o objetivo de desobrigar a Eletrobras de compromissos existentes.
Outros pontos incluem o desinvestimento da participação acionária da Eletrobras na Eletronuclear e a manutenção de garantias para financiamentos contratados antes da desestatização.
Na visão do mercado, o progresso nas tratativas com a União pode abrir caminho para que a companhia pague dividendos maiores no futuro próximo.
“Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
Fusões e aquisições
Segundo os analistas do BTG, encontrar oportunidades de crescimento sempre será uma possibilidade para empresas bem geridas como a Eletrobras.
Embora boas oportunidades possam surgir, “não há razões para não anunciar dividendos sólidos”, segundo o BTG, especialmente considerando o plano de investimentos da companhia para 2024 e 2025.
Além de serem um “ótimo sinal de disciplina”, a distribuição de dividendos também têm o potencial de atrair mais investidores para a base de acionistas da gigante elétrica.
VEJA MAIS: ação que pagou dividendos de 14% em 2024 pode saltar na bolsa graças a pagamento extraordinário
Benefício para os acionistas: chegou a hora?
Segundo os analistas do BTG, existem diversas evidências de que a Eletrobras tem negociado de forma disfuncional.
“A empresa apresenta uma TIR (Taxa Interna de Retorno) significativa de 14,5%, mas seu preço de energia implícito é muito baixo, em R$ 105 por Megawatt-hora (MWh), e sua volatilidade é bem maior do que a de seus pares”, dizem.
Dessa forma, anunciar uma política sólida e consistente de dividendos, na avaliação do banco de investimentos, poderia mudar esse cenário, pois empresas que pagam dividendos recorrentes são vistas como ações de qualidade “premium” entre os ativos da bolsa.
Para o BTG, a gestão da Eletrobras também tem tomado decisões acertadas nos últimos anos, como a venda de ativos térmicos, redução da inadimplência da região Amazonas, incorporação da Furnas à holding, além da redução de custos nas operações.
Além disso, tem se dedicado a proteger os direitos dos acionistas em meio a uma negociação complexa com o governo, o que demonstra uma gestão sólida e focada.
Por isso, na visão dos analistas, falta apenas um passo: a distribuição de dividendos.
“Com o pagamento antecipado da CDE já resolvido, é o momento de virar a página e iniciar a Era dos Dividendos. Essa mudança pode trazer enormes benefícios para a Eletrobras e seus acionistas, marcando o início de uma nova fase para a empresa”, afirmam.
Os analistas do banco estimam que a companhia pode gerar R$ 7 bilhões em caixa em 2025, após uma geração de caixa “decente” este ano.
Como o endividamento está em queda, o BTG avalia que a distribuição de R$ 6 a R$ 8 bilhões em proventos pode ocorrer sem que a empresa prejudique investimentos e aumente a dívida.
Vale lembrar que o BTG Pactual tem recomendação de compra para as ações ordinárias ELET3 da Eletrobras, com preço-alvo em R$ 59. O potencial de valorização é de 66,2% sobre o fechamento anterior do papel, na sexta-feira (13).
LEIA TAMBÉM: Boas pagadoras de dividendos: a grande tacada para escolher bem as vacas – e bezerras – leiteiras da bolsa
Havaianas agora é cool… e a Alpargatas (ALPA4) também. UBS BB eleva a recomendação para a ação e espera alta de quase 30%
Após turnaround no Brasil e acordo de distribuição nos EUA, UBS BB vê potencial de valorização de quase 30% para as ações da Alpargatas e projeta dividendos robustos
Reag Investimentos à venda: controle da gestora pode mudar de mãos após investigações sobre megaesquema do PCC
Holding anuncia tratativas para venda do bloco de controle da Reag, enquanto autoridades apuram supostos vínculos de players da Faria Lima em megaesquema do crime organizado
Nvidia que se cuide: Ações do Alibaba disparam mais de 18% após aumento na receita de inteligência artificial
Em meio à guerra comercial entre China e EUA, o grupo Alibaba se destaca como uma carta na manga contra a dependência dos chips da Nvidia
O ‘segredo’ da estratégia da Petz (PETZ3): CFO revela por que decidiu expandir os negócios para plano de saúde pet só agora
Em entrevista ao Seu Dinheiro, a diretora financeira da Petz, Aline Penna, revelou as estratégias da companhia para manter o crescimento nos próximos anos
Mercado Livre (MELI34) pode desbloquear novo potencial catalisador no Brasil, afirma XP — e acende sinal de alerta para um setor na B3
Potencial aquisição de uma farmácia em São Paulo é vista pela XP como o primeiro passo para expandir a presença do gigante do e-commerce em um setor estratégico
Mais um ataque ao Pix: hackers invadem sistemas da Sinqia e pelo menos R$ 380 milhões são levados do HSBC
Autoridades investigam o caso enquanto a Sinqia trabalha para recuperar os valores; cerca de R$ 350 milhões já foram bloqueados
Xô, montanha-russa! Infracommerce (IFCM3) quer fazer um novo grupamento de ações na bolsa. O que isso significa para o investidor?
Após meses negociando as ações IFCM3 na casa dos centavos na bolsa brasileira, a empresa tentará outra vez aumentar as cotações dos papéis; entenda
Lucro do BRB salta 461% no primeiro semestre e banco promete mais de R$ 140 milhões em JCP aos acionistas
O Banco de Brasília registrou um lucro líquido recorrente de R$ 518 milhões no primeiro semestre de 2025; veja os destaques do resultado
Iguatemi (IGTI11) fecha contrato para vender ao RBR Malls uma fatia de sua participação no shopping Pátio Higienópolis
A celebração de contrato vinculante prevê a venda de 7% do empreendimento, por R$ 169,9 milhões
Novidades no streaming: os últimos lançamentos na Netflix, no Prime Video, na HBO Max e na Apple TV+
Confira os principais lançamentos de filmes, séries e documentários que chegam aos serviços de streaming no Brasil nesta semana.
Embraer (EMBR3) reforça imagem no setor de defesa com venda para o Panamá — e o BTG gosta da mensagem que o negócio passa
Estimada em US$ 80 milhões, a transação foi formalizada durante a visita do presidente panamenho ao Brasil
XP eleva preço-alvo de bancão e mantém ação como preferida no setor financeiro; saiba qual é
A corretora reiterou a recomendação de compra e manteve o papel como top pick (preferido) do setor financeiro, destacando o potencial de valorização de 17%, mesmo após a alta de 38% acumulada neste ano
Marfrig (MRFG3) encerra contrato de venda de unidades no Uruguai para Minerva (BEEF3) após 2 anos — mas rival não aceita o “término”
O acordo estabelecia a venda de ativos para a controlada da Minerva e faz parte de uma transação bilionária anunciada pelas companhias em maio de 2023
Compra do Banco Master pelo BRB sofre novo revés por envolvimento com a Reag, alvo de operação contra o crime organizado
Pelo menos 18 dos 34 fundos declarados pelo Banco Master são administrados pela Reag e pela Trustee DTVM, ambos alvos da Polícia Federal
Vale tudo na novela: o que aconteceria se Odete Roitman tentasse passar a perna em Raquel na vida real
Especialista em direito societário analisa rasteira de Odete Roitman em Raquel Accioly que agitou a trama da novela Vale Tudo nos últimos dias
Na mira de investigações, Trustee e Banco Genial renunciam à gestão de fundos alvos de operação contra o PCC
Ontem, a Operação Carbono Oculto desmantelou um megaesquema de lavagem de dinheiro envolvendo centenas de fintechs, gestoras e empresas ligadas ao mercado financeiro
Raízen (RAIZ4) é a maior alta do Ibovespa após venda bilionária de usinas no Mato Grosso do Sul
Segundo a companhia, os ativos contam com capacidade instalada de aproximadamente 6 milhões de toneladas por safra
O jogo arriscado dos Coelho Diniz no Pão de Açúcar (PCAR3): afinal, o que eles querem com a varejista?
De acordo com um gestor com quem o Seu Dinheiro conversou, a resposta é simples: comprar um player relevante a preço de banana. Mas esta é uma aposta arriscada
Minerva (BEEF3) aprova redução de capital social em R$ 577,3 milhões para absorver os prejuízos de 2024
Com a aprovação da assembleia geral extraordinária, o capital social da companhia passa de R$ 3,6 bilhões divididos em 994.534.197 ações ordinárias
OpenAI abrirá o primeiro escritório na América Latina — e o Brasil foi o escolhido; veja os planos da companhia dona do ChatGPT
Atualmente, o Brasil está entre os três países com maior uso semanal do ChatGPT, registrando mais de 140 milhões de mensagens enviadas para o chatbot