Os preços de energia estão subindo — e essas duas ações podem ajudar você a lucrar com isso
Preços de energia de longo prazo podem recuperar médias históricas nos próximos meses e beneficiar algumas empresas listadas na bolsa
Há algum tempo eu tenho comentado sobre os preços de energia muito baixos, que são reflexo de uma combinação bastante improvável de fatores que provocaram um enorme desbalanceamento entre oferta e demanda.
Por um lado, incentivos exagerados para a construção de empreendimentos solares e eólicos, além de chuvas muito acima da média nos dois últimos anos, fizeram a oferta de energia disparar.
Do outro lado, a demanda permaneceu bastante tímida, afetada pela atividade econômica fraca e os juros elevados.
Bom, esse foi o cenário dos últimos anos, que inclusive impactou várias ações do setor. Mas esse desequilíbrio parece mais próximo de terminar, o que deve abrir boas oportunidades.
Energia barata não vai durar para sempre
Como você deve imaginar, as empresas mais afetadas do setor foram as geradoras de energia, já que os preços baixos não ajudam suas receitas.
As geradoras termelétricas também apanharam, já que a grande oferta de energia reduz a necessidade de despachos.
Leia Também
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
No entanto, mesmo diante desse cenário, Eneva (ENEV3) e Eletrobras (ELET6) seguiram entre as recomendações da Empiricus.
Mas não fizemos isso porque somos teimosos, ou porque tínhamos certeza de que os preços voltariam a subir – acredite, poucas coisas são mais voláteis e imprevisíveis do que os preços de energia.
A questão é que a combinação muito negativa de fatores que fez os preços de energia (e os despachos) desabarem nos parecia ter poucas chances de durar tanto tempo quanto o mercado acreditava.
Enquanto vários especialistas passaram os últimos dois anos dizendo não enxergar qualquer tipo de recuperação dos preços antes de 2030 – o que pesou no preço das ações –, nós entendíamos que essa combinação muito negativa para os preços não se tratava de um problema estrutural, e qualquer perturbação teria chances de fazer os preços retornarem para patamares mais sustentáveis para as geradoras.
Recentemente, o sentimento mudou e os preços começaram a se recuperar.
As perturbações estão chegando
Para começar, nos últimos meses de 2023 tivemos duas ondas de calor que provocaram aumento nos preços e nos despachos termelétricos, por conta dos picos de demanda, especialmente de aparelhos de ar-condicionado.
Isso já trouxe alguns questionamentos sobre a possibilidade de recuperação dos preços, mas nas últimas semanas, as dúvidas sobre a longevidade deste excesso de oferta aumentaram ainda mais.
Depois de dois anos de chuvas abundantes, o fim de 2023 e o início de 2024 têm apresentado precipitações abaixo da média, com os reservatórios voltando para níveis mais baixos do que o ano passado (linha azul) nesta mesma época do ano.
Apesar de o El Niño aumentar as chuvas no Sul, os maiores reservatórios do país estão justamente nas outras regiões do país, onde as chuvas diminuíram por conta do fenômeno.
Fato é que depois de passarem 2023 praticamente inteiro abaixo dos R$ 100/MWh, os preços de energia de longo prazo voltaram a subir, e já se encontram acima dos R$ 130, o que inclusive ajudou a trazer algum ânimo para várias ações do setor.
Fonte: DCIDE.
Se as condições continuarem se normalizando, e a demanda se recuperar, podemos ver esses preços voltando para patamares mais parecidos com os níveis históricos, entre R$ 150 MWh e R$ 200 MWh, o que seria ótimo para algumas companhias do setor.
Leia também
- A Vale (VALE3) ainda é um bom negócio mesmo com Mantega no conselho?
- As commodities estão em baixa, mas as ações estão baratas e ainda pagam dividendos; conheça uma boa opção na B3
Não precisamos e nem queremos secas
Antes que você entenda errado, não estou aqui torcendo para faltar água nos reservatórios.
Não só seria uma atitude mesquinha, como até mesmo em termos financeiros isso seria ruim para várias geradoras, como a própria Eletrobras, já que suas hidrelétricas precisariam parar de gerar energia nesse cenário.
Na verdade, nossa tese se baseia apenas na normalização das condições hidrológicas e de demanda de energia do país, o que já seria suficiente para ajudar várias ações do setor. E a cada semana que passa, esse cenário tem se tornado um pouco mais provável.
Negociadas por múltiplos que ainda precificam um cenário de preços de energia e despachos muito baixos, Eletrobras e Eneva seguem na carteira da série Vacas Leiteiras, e devem ser as maiores beneficiadas desse possível reequilíbrio de oferta e demanda de energia.
Se quiser conferir a lista completa e as mudanças que fizemos na carteira nesta sexta-feira, deixo aqui o convite.
- Além dessas duas empresas de energia, Ruy Hungria recomenda outras 5 ações brasileiras que estão baratas e que podem distribuir dividendos de até 10% nos próximos meses. Para conhecer essas ações GRATUITAMENTE, clique aqui.
Um grande abraço e até a semana que vem.
Ruy
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA