Vem IPO pela frente? Nova janela de ofertas de ações deve abrir na B3 até o 2T25, mas Brasil ainda depende de 3 fatores
Para Fabio Nazari, do BTG Pactual, a bolsa brasileira poderá registrar grandes aberturas de capital em até 9 meses. Mas o que ainda está segurando o apetite por novos IPOs? Confira
A expectativa por uma nova abertura de capital na bolsa brasileira já se arrasta há três anos no mercado doméstico — e os investidores locais deverão esperar mais um pouco para ver outra janela de IPOs se abrir na B3, segundo Fabio Nazari, head de Equity Capital Markets do BTG Pactual.
“Tem muito discurso de banco dizendo que o mercado americano voltou, mas eu discordo. Agora estamos vendo um número próximo de 50 IPOs por ano nos Estados Unidos, o que é um décimo do que estava sendo feito. Ou seja, é quase nada em relação aos EUA antes, e é normal que a gente não veja nada acontecendo no Brasil também”, disse Nazari, durante evento de relações com investidores realizado na segunda-feira (24).
Na avaliação do gestor, a possibilidade de uma nova rodada de ofertas públicas iniciais de ações foi postergada outra vez em meio a mais um adiamento da previsão de início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos.
Se no início do ano o mercado apostava em até sete quedas de juros pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano frustrou as esperanças dos investidores e sinalizou que o mercado deve registrar apenas uma diminuição nas taxas — e só em dezembro, se vier.
“Nós não temos a entrada de dinheiro novo. A gente está em uma hemorragia muito lenta, e isso faz com que o investidor não tenha pressa de comprar. Afinal, ele não precisa comprar hoje, porque sabe que amanhã o papel vai estar ainda mais fraco”, disse Nazari.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
A situação das empresas brasileiras hoje
Para o economista do BTG, ainda que o mercado de capitais brasileiro esteja vivenciando uma desidratação, especialmente no que diz respeito a novos IPOs, a indústria de ações brasileiro já atingiu o fundo — o que motiva uma perspectiva mais positiva daqui para frente.
Leia Também
“Não tem mais nada, estamos no osso mesmo. O mercado está barato, as empresas estão bem e melhorando. Existe risco, já que o ruído fiscal por aqui aumenta o custo de capital das empresas brasileiras, mas mesmo assim, quando olhamos a capacidade brasileira de agregar investidores e atrair fluxo gringo, a gente está numa condiçao diferente.”
Na avaliação do gestor, a falta de concorrência é uma das principais atratividades do Brasil para os investidores estrangeiros atualmente.
Sem China, Rússia e Turquia na competição, os gringos voltam-se para os emergentes — que têm dificuldades próprias, segundo Nazari.
“O México até atrai, mas não tem o tamanho do Brasil. Enquanto isso, o Peru, o Chile e a Colômbia não têm mercados de capitais internacionalizados, são pequenos e fechados, e a Argentina ainda é uma opcionalidade. Então só sobra gente contra a Índia, que está valendo mais ou menos 22 vezes o lucro, enquanto nós estamos próximos de 7 vezes.”
Segundo Nazari, as empresas brasileiras também aproveitaram a janela fechada para ofertas de ações para arrumar a casa e buscar outras maneiras de financiamento — com destaque para novas emissões de dívida.
“Quem estava um pouco mais estressado já tomou atitudes para poder desalavancar. Ou seja, quem precisava levantar capital, já levantou, seja por meio de operações estruturadas ou por alongamento de dívidas. A turma já se organizou”, destacou o gestor.
Vem IPO pela frente
O gestor do BTG Pactual vê uma nova janela se abrindo para os mercados globais de ações assim que os juros dos Estados Unidos começarem a dar sinal de redução — e o Brasil deve estar bem posicionado para abocanhar essa oportunidade.
Porém, como os investidores locais — que correspondem a 70% da demanda para o mercado doméstico — estão machucados, será necessário “confiar no gringo”, afirmou Nazari, no evento.
“A janela para IPO não vai abrir esse ano, não adianta. O mercado está barato, a 120 mil pontos eu não consigo convencer nenhum empresário a vender sua empresa pela primeira vez, o gringo ainda nao veio e a gente vai precisar dele.”
De acordo com Fabio Nazari, o mercado brasileiro ainda precisa de três fatores para vivenciar uma nova oportunidade de ofertas de ações na B3: uma condição de valuation mais rica, dinheiro novo e uma abrangência de investidores.
“A gente não tem nenhum dos três hoje e eu não acho que a gente vai ter esse ano ainda. Quiçá se começar a ver o mercado um pouco mais caro, isso começa a puxar a fila”, projetou o economista.
“Conforme o mercado subir, você começa a ver interesse por essas operações e a indústria passa a ficar mais movimentada. Se tem fluxo, o mercado vai precificando para cima e fazendo mais transações. Até que, a um dado momento, o próprio investidor começará a receber recursos com a alta da bolsa e começaremos a ver dinheiro novo”, acrescentou.
Quais são as empresas que devem ir à B3 para um IPO?
Para o head de ações do BTG Pactual, é possível que o mercado de ações brasileiro comece a ver novas aberturas de capital em seis a nove meses, contados a partir de agora.
“Esse dinheiro novo só deve vir depois da queda de juros nos Estados Unidos, e eu acredito que é uma janela que eventualmente pode se abrir entre o primeiro e segundo trimestre do ano que vem”, disse Nazari.
E quais são as empresas que devem aproveitar a nova janela para estrear na B3? Para o gestor, as “piscinas grandes” devem liderar a entrada de novos IPOs na bolsa brasileira — que seriam aquelas ofertas capazes de movimentar entre US$ 700 milhões e R$ 1 bilhão.
“Esses são os caras que abrem o portão para IPOs. A partir dali, começaremos a ver operações médias de R$ 1,5 bilhão, mas não acredito que vamos começar a ver operações pequenas de imediato”, afirmou.
Segundo o economista, os investidores ainda deverão acompanhar uma série de ofertas de ações que “não deveriam sair” — essas devem acontecer só no final da curva, depois que as boas empresas estrearem na B3, nas projeções de Nazari.
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
