Gigante rebaixado: Depois de tantos recordes, Mercado Livre ficou sem espaço para subir mais? Veja o que diz o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para as ações MELI negociadas em Wall Street, de “overweight” — equivalente a compra — para neutro

O Mercado Livre (MELI34) acaba de sofrer um baque. Depois de se tornar a empresa mais valiosa da América Latina em meio a seguidos balanços mais fortes que o esperado, a euforia com as ações do gigante argentino do e-commerce parece ter vacilado — ao menos, do lado do JP Morgan.
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para as ações MELI negociadas em Wall Street, de “overweight” — equivalente a compra — para neutro.
No entanto, os analistas mantiveram o preço-alvo de US$ 2.400 para dezembro de 2025, o que implica uma alta potencial de 16% em relação ao último fechamento.
Na avaliação dos analistas, não basta apenas ser uma empresa de qualidade e que entrega recorde atrás de recorde. É preciso também oferecer potencial de retorno para quem está investindo.
A reação dos investidores ao rebaixamento foi negativa no início do pregão em Nova York. Por volta das 12h, os papéis caíam 4,22%, a US$ 1.979,00. Apesar do recuo, o Meli ainda acumula valorização de 26% desde janeiro.
Por sua vez, os BDRs (recibos de ações, em português) negociados na B3 sob o ticker MELI34 recuavam 5,01% no mesmo horário, a R$ 88,65. No ano, os papéis ainda marcam ganhos da ordem de 39%.
Leia Também
Acabou o gás do Mercado Livre (MELI34)?
Para o JP Morgan, atualmente existe pouco espaço para o Mercado Livre avançar nas bolsas. Afinal, só nos últimos 12 meses, as ações subiram quase 60% em Nova York.
O desempenho superou — e muito — um dos principais índices acionários dos EUA, o S&P 500, que avançou 34% no mesmo período. Se comparado com o retorno do Ibovespa em dólar no mesmo período, de 4%, a discrepância fica ainda mais evidente.
Em termos de valuation, a situação também é apertada. Segundo os analistas, o Meli hoje é negociado a um múltiplo de 24 vezes a relação valor de firma sobre Ebitda (EV/Ebitda) de 25, a um preço sobre lucro (P/E) de 49 vezes.
“É um valuation exigente em comparação com os múltiplos de 13 vezes e 32 vezes, respectivamente, da Amazon”, disseram os analistas, em relatório.
“O Meli ainda está em uma fase de investimento e é improvável que atinja ou supere as estimativas do consenso de mercado, devido ao aumento das despesas com logística e ao aumento do negócio de cartão de crédito, que carrega uma margem estruturalmente menor”, afirmaram.
O banco prevê uma pressão de curto prazo sobre os resultados do Meli, resultado da aceleração do negócio de cartão de crédito e aumento substancial nas capacidades logísticas, além da normalização da taxa de imposto de renda e perdas cambiais.
Segundo os analistas, uma penetração de anúncios mais rápida ou crescimento de crédito poderiam melhorar as perspectivas para as ações do Meli no curto prazo.
Por trás da visão mais contida para o Meli
A expectativa do JP Morgan é que o segmento de cartão de crédito continue aumentando no Mercado Livre nos próximos anos, já que é um produto com um mercado endereçável muito grande, com forte recorrência e capacidade de atrair capital.
Porém, nesta fase inicial, as margens financeiras deste negócio ainda estão muito baixas ou negativas no primeiro semestre — o que pressionará as taxas consolidadas nos próximos anos e resultará em pressão na margem Ebit de crédito daqui para frente.
Para além da pressão do cartão de crédito, a expansão do Mercado Livre também deve gerar uma pressão de curto prazo — e, segundo o banco, os novos centros de distribuição provavelmente pesarão nas margens do Meli.
“A abertura de cinco novos centros apenas no 3T24 provavelmente causará algum aumento de custo no curto prazo”, afirmaram os analistas.
Mercado Livre ainda é oportunidade no longo prazo
Isso não significa que o JP Morgan abriu mão de vez da visão otimista para o Mercado Livre.
Na realidade, apesar de prever uma pressão para a varejista argentina no curto prazo, os analistas continuam construtivos sobre a tese de investimento no Meli em um horizonte mais longo.
“Permanecemos positivos nas perspectivas de longo prazo do Mercado Livre, incluindo o potencial de crescimento do comércio eletrônico na região e uma oportunidade substancial em serviços bancários digitais.”
De acordo com o JP Morgan, o Meli tem uma perspectiva de longo prazo “muito promissora” por quatro motivos principais:
- E-commerce da América Latina ainda muito pouco penetrado;
- Crescimento da publicidade com potencial de aumentar significativamente as margens;
- Reivindicação sólida a uma fatia relevante do mercado bancário de consumo na região devido a vantagens em custos de aquisição de clientes.
- Vantagem informacional devido aos dados transacionais proprietários do e-commerce.
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o cofundador do Meli, Stelleo Tolda, revelou que o “trator argentino” encontra-se apenas no meio da curva de crescimento e que pretende manter o ritmo de expansão na América Latina e no Brasil.
Renda passiva com mais dividendos: PagBank (PAGS34) entra no radar de bancão americano e dos investidores
A instituição financeira brasileira foi além: prometeu mais três pagamentos de proventos, o que animou o mercado
Embraer (EMBR3): dois gatilhos estão por trás do salto de 6% das ações nesta segunda-feira (16)
Os papéis atingiram a máxima de R$ 71,47 hoje, mas acabaram fechando o dia um pouco abaixo desse valor, cotados a R$ 69,99
LWSA (LWSA3) cai no radar do Itaú BBA e pode subir até dois dígitos em 2025 — mas você não deveria comprar as ações agora
O banco iniciou a cobertura das ações da empresa com recomendação market perform, equivalente a neutro. Entenda o que está por trás da tese mais conservadora
Cessar-fogo no radar dos investidores: Ibovespa se aproxima dos 140 mil pontos, enquanto dólar e petróleo perdem fôlego
O Irã sinaliza que busca um fim para as hostilidades e a retomada das negociações sobre seu programa nuclear
17 OPA X 0 IPO: Em meio à seca de estreias na bolsa, vimos uma enxurrada de OPAs — e novas regras podem aumentar ainda mais essa tendência
Mudança nas regras para Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) que entram em vigor em 1º de julho devem tornar mais simples, ágil e barato o processo de aquisição de controle e cancelamento de registro das companhias listadas
Dividendos bilionários: JBS (JBSS32) anuncia data de pagamento de R$ 2,2 bilhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Após o pagamento dos dividendos, há ainda uma previsão de leilão das frações de ações do frigorífico
Quatro fundos imobiliários estão em vias de dizer adeus à B3, mas envolvem emissões bilionárias de outros FIIs; entenda o imbróglio
A votação para dar fim aos fundos imobiliários faz parte de fusões entre FIIs do Patria Investimentos e da Genial Investimentos
É hora de comprar Suzano? Bancão eleva recomendação para ações e revela se vale a pena colocar SUZB3 na carteira agora
O Goldman Sachs aponta quatro razões principais para apostar nas ações da Suzano neste momento; veja os pilares da tese otimista
Méliuz (CASH3) levanta R$ 180,1 milhões com oferta de ações; confira o valor do papel e entenda o que acontece agora
O anúncio de nova oferta de ações não foi uma surpresa, já que a plataforma de cashback analisava formas de levantar capital para adquirir mais bitcoin
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII