🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

SD ENTREVISTA

Do ‘Pix dos investimentos’ a oportunidades no agro e no futebol: as possibilidades do Open Capital Markets, segundo o presidente da CVM

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o presidente da autarquia, João Pedro Nascimento, destrinchou a agenda do Open Capital Markets, iniciativa que visa a atrair mais investidores e emissores para o mercado de capitais, na esteira do Open Finance

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
3 de outubro de 2024
6:04 - atualizado às 15:23
João Pedro Nascimento, presidente da CVM
João Pedro Nascimento, presidente da CVM. - Imagem: Divulgação/CVM

Depois do Open Finance, o Open Capital Markets. Na esteira das iniciativas do Banco Central que tornam os clientes bancários mais donos das suas informações financeiras, podendo utilizá-las para escolher as melhores ofertas de produtos financeiros, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também montou uma agenda, anunciada no ano passado, para “empoderar o investidor”, nas palavras de João Pedro Nascimento, presidente da autarquia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A medida mais importante até agora foi divulgada no último mês de agosto: a publicação das regras da portabilidade dos investimentos, apelidada de “Pix dos investimentos”, que permitirá ao investidor migrar, com facilidade e sem custo, seus investimentos de uma instituição financeira para outra, nos moldes do que já acontece com a previdência privada.

A expectativa da CVM é atrair mais investidores para o mercado de capitais, ampliando o número de pessoas físicas que investem em ativos como ações, fundos, debêntures e outros títulos de renda fixa. Em suas aparições públicas, Nascimento costuma falar num potencial de 10 milhões de CPFs cadastrados na bolsa brasileira, o dobro da quantidade atual.

Mas o Open Capital Markets prevê ainda uma série de iniciativas para ampliar o número de emissores desses ativos, aumentando assim o número de oportunidades de investimento. E essa agenda inclui novas fronteiras no mercado de capitais, como o agronegócio, as finanças sustentáveis, os criptoativos, empresas de menor porte e até mesmo o futebol.

Uma dessas medidas inclusive saiu nesta semana: a publicação da nova regulação dos fiagros, os fundos – com rendimentos geralmente isentos de imposto de renda – que investem em ativos ligados ao agronegócio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em celebração ao nosso aniversário de 6 anos, celebrado em 24 de setembro, o Seu Dinheiro conversou, por vídeo, com João Pedro Nascimento, presidente da CVM, para saber mais sobre a agenda do Open Capital Markets e todas as portas que ela deve abrir para o investidor pessoa física. Você confere os pontos principais da entrevista a seguir:

Leia Também

Open Capital Markets: empoderamento do investidor

O presidente da CVM define o Open Capital Markets como um conjunto de medidas coordenadas que buscam democratizar o acesso a produtos e serviços financeiros, simplificar a jornada do investimento e acelerar a autonomia dos brasileiros na sua vida financeira por meio do mercado de capitais. “Em alguma medida, é a continuidade do trilho iniciado com o Open Banking e o Open Finance”, diz.

Assim, segundo ele, o Open Capital Markets tem, na sua essência, o objetivo de fazer uso de conceitos clássicos das finanças digitais para atrair mais pessoas físicas e empoderá-las na sua experiência com o mercado de capitais. “Uma das mensagens centrais do Open Capital Markets é o empoderamento do investidor”, define Nascimento.

O presidente da CVM explica que a agenda do Open Capital Markets prevê iniciativas tanto para aumentar a quantidade de emissores de títulos e valores mobiliários – como ações, cotas de fundos e títulos de dívida – quanto para a inclusão de mais investidores, sobretudo a pessoa física.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Portabilidade: o “Pix dos investimentos”

Dentre as iniciativas para trazer mais investidores para o mercado destaca-se a portabilidade dos investimentos, introduzida em agosto deste ano pela Resolução CVM 210, que prevê a transferência de custódia dos investimentos de uma instituição financeira para outra.

O “Pix dos investimentos” permitirá, por exemplo, que o cliente de uma corretora tenha mais facilidade para migrar para outra corretora, levando junto as aplicações financeiras que mantinha na instituição original, sem necessidade de vender ou resgatar nenhum ativo, realizar prejuízos ou ter de recolher imposto de renda.

Isso já é possível hoje para uma série de investimentos, mas costuma ser um processo burocrático, manual e que obriga o investidor a fazer a solicitação para a instituição de origem, que evidentemente tenta retê-lo como cliente e acaba dificultando o processo.

A regra da portabilidade introduzida pela resolução da CVM – que, no entanto, só entra em vigor em 1º de julho de 2025 –, inverte essa lógica ao permitir que o investidor solicite a transferência de custódia para a instituição de destino.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso tende a simplificar o processo, pois os mesmos incentivos econômicos que a instituição de origem tem para reter o cliente que quer migrar, a instituição de destino tem para atrair o futuro cliente, o que a incentiva a levar o procedimento adiante, explica Nascimento.

A regra do “Pix dos investimentos” também prevê que o processo de portabilidade seja digitalizado e bem menos burocrático do que costuma ser atualmente.

Recentemente, a B3 anunciou uma iniciativa para permitir a portabilidade de ativos com registro em bolsa – como ações, debêntures e fundos listados – pela via digital entre 15 corretoras.

A regulação, porém, promete ampliar este escopo e incluir mais tipos de ativos, como as cotas de fundos de investimento abertos e títulos de renda fixa para além das debêntures.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contudo, ficam de fora alguns investimentos que às vezes constam nas carteiras de pessoas físicas. É o caso de Certificados de Operações Estruturadas (COEs), Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) e Letras Financeiras (LFs), quando distribuídos e custodiados pelo próprio emissor.

Também não podem ser alvo de portabilidade as cotas de fundos que impliquem transferências entre diferentes classes e subclasses do fundo.

“Em um primeiro momento, estamos fazendo isso com uma cesta de ativos que temos vontade de, no futuro, ampliar. Mas há certas coisas que ainda não dá para fazer na portabilidade porque teriam efeito na agenda tributária”, explica Nascimento.

  • Liberado: guia sobre eleições municipais e investimentos desenvolvido pelo Seu Dinheiro está disponível, clique e confira

Nova regulação dos fiagros, finanças sustentáveis, SAFs e criptoativos

Já do ponto de vista de trazer mais emissores para o mercado de capitais, as iniciativas da CVM hoje se concentram em aproximar, do mercado de capitais, segmentos importantes da economia que estejam sub-representados no mercado de capitais, reunidos nas seguintes vertentes:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Agronegócio: nova regulação dos fiagros, publicada na última segunda-feira (30), reunida no Anexo VI da Resolução CVM 175, o marco legal dos fundos de investimento, que entrou em vigor em outubro do ano passado. As novas regras ampliam a quantidade de estratégias disponíveis para estes fundos, permitindo, por exemplo, a existência de fiagros multimercados (que investem em diferentes classes de ativos e estratégias), além do investimento em títulos lastreados em créditos de carbono. Você pode conferir o que o presidente da CVM disse ao Seu Dinheiro sobre os fiagros e seu papel na economia verde nesta outra matéria.
  • Finanças sustentáveis: além do incentivo ao investimento verde por meio dos fiagros, previsto na regulação recém-lançada destes fundos, no ano passado também foi publicada a Resolução CVM 193, que adota os padrões internacionais do International Sustainability Standards Board (ISSB) para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. “Estamos trazendo um protagonismo para o Brasil nessa agenda, tanto para emissões públicas soberanas quanto para as emissões privadas”, diz Nascimento.
  • Criptoeconomia: publicação do Parecer de Orientação CVM 40, em 2022, que define cada criptoativo, quais se definem como valores mobiliários e qual a competência da CVM em relação a este mercado.
  • Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs): publicação do Parecer de Orientação 41, em 2023, sobre as normas aplicáveis às SAFs que quiserem acessar o mercado de capitais para se financiar, isto é, emitir títulos e valores mobiliários. “Entendemos que a indústria do futebol é muito próspera. Inclui as ligas, os patrocinadores, os clubes que se transformaram em sociedades empresárias, o próprio campeonato, os fundos de investimento que podem investir em estádios, centros de treinamento, direitos creditórios de transmissão”, lista Nascimento.

Além disso, dentro do direito societário tradicional, diz o presidente da CVM, a autarquia abriu recentemente consulta pública para o FÁCIL, acrônimo de Facilitação do Acesso a Capital e de Incentivo a Listagens, uma iniciativa para incentivar a emissão de títulos de dívida e ações por parte de empresas de menor porte, com receita bruta anual inferior a R$ 500 milhões.

“A ideia do FÁCIL é simplificar e reduzir o custo da observância regulatória, preservando toda a responsabilidade e segurança normativa para incluir mais companhias abertas e estimulá-las a efetivamente realizar ofertas públicas de valores mobiliários”, diz o presidente da CVM.

Nascimento lembra ainda que todas essas iniciativas para atrair mais emissores para o mercado de capitais acabam, por consequência, também atraindo mais investidores, pois permitem, por exemplo, que eles invistam no agro mesmo sem capital suficiente para adquirir uma fazenda, em criptoativos por meio de fundos de investimento ou derivativos sujeitos à regulação, ou mesmo que exponham parte da sua carteira ao mercado do futebol, o que normalmente não seria acessível à pessoa física.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O INSACIÁVEL

A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação

1 de dezembro de 2025 - 9:55

Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje

1 de dezembro de 2025 - 8:43

Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje

OS VERDADEIROS DUELOS

O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA

1 de dezembro de 2025 - 6:01

De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem

BALANÇO DO MÊS

Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa

28 de novembro de 2025 - 19:52

Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348

28 de novembro de 2025 - 13:09

Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA

OPERAÇÃO POÇO DE LOBATO

Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis

27 de novembro de 2025 - 14:48

Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor

ALOCAÇÃO GLOBAL

Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas

27 de novembro de 2025 - 14:01

Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026

PORTFÓLIO DE IMÓVEIS

FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal

27 de novembro de 2025 - 10:16

Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura

MERCADOS

Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346 

26 de novembro de 2025 - 18:35

As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados

TOUROS E URSOS #249

Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção

26 de novembro de 2025 - 12:30

No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767

25 de novembro de 2025 - 19:00

Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 19:30

Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira

BALANÇO DA SEMANA

Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana

23 de novembro de 2025 - 14:21

Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana

ADEUS À B3

JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho

22 de novembro de 2025 - 13:32

Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos

FEITO INÉDITO

A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”

21 de novembro de 2025 - 18:03

Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão

MERCADOS HOJE

Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso

21 de novembro de 2025 - 17:07

A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão

MERCADOS HOJE

Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA

21 de novembro de 2025 - 16:08

Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje

BAITA DOR DE CABEÇA

O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores

21 de novembro de 2025 - 14:10

A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista

OPAS E INTERNACIONALIZAÇÃO

Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?

21 de novembro de 2025 - 6:18

Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor

VIRADA NOS MERCADOS

Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir

20 de novembro de 2025 - 15:59

A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar