Bradesco BBI ainda vê espaço para até 10 IPOs na B3 em 2024, mas a grande operação do ano na bolsa será de uma velha conhecida
Após jejum de quase três anos, B3 pode ter uma abertura de capital ainda no primeiro semestre, mas tudo vai depender do futuro dos juros nos EUA, segundo Felipe Thut, diretor do Bradesco BBI
Felipe Thut encara um jejum que está perto de completar três anos na bolsa brasileira. Ainda era 2021 quando o diretor do Bradesco BBI levou uma empresa a abrir o capital em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3 pela última vez.
A expectativa de o regime forçado terminar no primeiro trimestre deste ano acabou não se confirmando depois que a Oceânica adiou os planos.
Mas o diretor do Bradesco BBI — que entre outras atividades é responsável por coordenar ofertas de ações na bolsa — não jogou a toalha. Pelo contrário, ele ainda espera que aconteçam entre cinco e dez IPOs na B3 em 2024.
A maior parte dessas operações deve vir só no segundo semestre. “Mas ainda acho que a gente tem a possibilidade de ver um IPO na janela de junho”, disse Thut, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Tudo vai depender do que acontecer um mês antes, quando saem as próximas decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos.
- Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.
Seca de IPOs? A culpa é do Fed
Aliás, na visão do diretor do Bradesco BBI, boa parte da conta pela seca de IPOs na B3 pode ir para o Federal Reserve, o Banco Central norte-americano.
Leia Também
Isso porque, até o início do ano, os investidores esperavam que o BC norte-americano começasse a cortar as taxas em março.
Mas depois que os dados econômicos mostraram uma economia ainda aquecida nos EUA, as projeções para o início do ciclo de redução passaram para junho. “Os IPOs foram postergados à medida que a expectativa de corte de juros também foi”, diz.
Enquanto a bolsa sofreu com a saída de capital estrangeiro da B3 em busca do rendimento dos títulos norte-americanos, o mercado local continuou a ver a saída dos investidores dos fundos de ações para os de renda fixa.
Esse cenário também frustrou a expectativa de retomada dos IPOs. “Um gestor de fundos que queira investir na ação de uma empresa nova hoje precisaria se desfazer de outra posição”, afirma o diretor do Bradesco BBI.
- LEIA TAMBÉM: Fim da seca de IPOs na B3 é questão de tempo, diz Anbima. Mas o que adiou a retomada das aberturas de capital?
Perfil dos IPOs
Desse modo, as poucas empresas que devem abrir o capital neste ano contarão com um perfil bem distinto daquelas que vieram na safra de IPOs de 2021.
“O mercado costuma reabrir com operações de maior volume, na casa de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões, e de empresas com menor incerteza sob a perspectiva financeira.”
Empresas que já iniciaram a abertura de capital, mas desistiram do IPO pela piora das condições de mercado são as favoritas a abrir a fila, segundo Thut.
Ele não cita nomes, mas entre as companhias que reúnem essas características e costumam aparecer na lista das candidatas a estrear na bolsa estão a Votorantim Cimentos e a Aegea.
Além da falta de fluxo de recursos para a renda variável, outro fator que trava os IPOs no momento é o nível de preço. “Quem está em uma situação financeira confortável prefere esperar para abrir o capital”, afirma.
A grande operação de 2024
Se o sinal segue fechado para os IPOs, o mesmo não se pode dizer para as empresas que já possuem ações listadas na B3. Foram R$ 30 bilhões em captações na bolsa com os chamados follow ons em 2023 e R$ 3,1 bilhões em janeiro e fevereiro.
“O mercado segue aberto, e houve uma série de transações importantes nos últimos meses”, afirma o diretor do Bradesco BBI, que atuou em ofertas de ações de empresas como Energisa e Pão de Açúcar.
Para Thut, a maior operação do ano na B3 inclusive deve ser a de uma empresa bastante conhecida dos investidores: a privatização da Sabesp (SBSP3).
O governo de São Paulo vai definir nos próximos dias os detalhes de como se dará a oferta de ações. Mas a expectativa do mercado é que a operação movimente entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões.
A privatização deve envolver a venda de parte das ações que pertencem ao Estado. Além da entrada de dinheiro novo para o caixa da empresa de saneamento.
Ao contrário das privatizações da Eletrobras e da Copel, a oferta de ações da Sabesp vai envolver ainda a entrada de um investidor de referência no capital. Ou seja, trata-se de uma operação que vai dar bastante trabalho para os bancos.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Fusões entre empresas listadas
Enquanto o mercado de IPOs não reabre, outra tendência pode ganhar força no mercado enquanto a bolsa segue à espera de dias melhores: as fusões entre empresas que já possuem ações na B3.
Uma típica operação do tipo foi a combinação dos negócios das redes de varejo de moda Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3).
“Como os patamares atuais de preço não favorecem uma venda, as empresas podem procurar se unir para buscar ganhos de sinergia”, afirma o diretor do Bradesco BBI, que promove hoje a amanhã sua tradicional conferência anual com investidores.
LEIA TAMBÉM:
- IPO badalado: Reddit tem demanda quase 5 vezes maior que a oferta de ações em Wall Street — e CEO espera receber cheque gordo
- O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
