Azul (AZUL4) desaba quase 80% em 2024 e recebe coroa de pior ação do Ibovespa; veja o top 10 dos papéis que mais afundaram na bolsa no ano
As incertezas sobre a saúde financeira pesaram sobre a Azul neste ano, mas a aérea não foi a única ação a sofrer perdas expressivas na B3 em 2024; confira o ranking completo
Em contagem regressiva para a virada de Ano Novo, os investidores de ações locais estão mais do que preparados para deixar 2024 para trás. Afinal, a retrospectiva da bolsa brasileira traz uma desvalorização acumulada de mais de 10% do Ibovespa desde janeiro.
Dos 87 papéis listados no principal índice acionário da B3, um total de 71 ativos registrou queda em 2024. Diante de um balanço geral negativo para a renda variável neste ano, algumas ações conseguiram chamar atenção com um desempenho ainda pior no período, a exemplo da Azul (AZUL4).
Performando sob a luz dos mais diversos tons de vermelho, as ações da companhia aérea acumularam perdas de quase 80% em 2024, liderando a ponta negativa do principal índice da B3.
Sem céu de brigadeiro para as ações da Azul (AZUL4)
As incertezas sobre a saúde financeira da Azul (AZUL4) pesaram sobre as ações na B3 em 2024.
Para além dos consecutivos prejuízos financeiros — que chegaram a R$ 203,1 milhões, em termos ajustados, no terceiro trimestre de 2024 —, os investidores acompanharam com preocupação a reestruturação de dívidas da aérea.
Nas últimas semanas, a Azul deu mais um passo na renegociação de débitos e lançou as ofertas de troca de dívidas com credores com vencimentos em 2028, 2029 e 2030, com o objetivo de melhorar a liquidez e a estrutura de capital, a fim de evitar novas inadimplências.
Leia Também
Apesar de a conclusão desta etapa ter potencial para garantir o acesso da companhia aos mais de R$ 3 bilhões em financiamento já em janeiro, o avanço no processo com os credores não convenceu as agências de classificação de risco.
Recentemente, a Fitch rebaixou uma série de ratings de dívida corporativa da companhia aérea — que agora conta com classificações inferiores às de rivais como Latam e Avianca.
Na avaliação da agência, as operações foram anunciadas em meio a um cenário de elevados riscos de refinanciamento e pressões sobre o fluxo de caixa da Azul, que também possui um “perfil de liquidez mais fraco” do que seus pares da aviação.
A Fitch também considera a transação uma troca de dívida em situação crítica, que “piora os termos de subordinação estrutural para os detentores dos títulos e possibilita uma conversão faseada de dívida em capital”, além de estabelecer que eventuais notas que sobrarem se tornarão “obrigações sem garantia”.
Vale lembrar que só quando as ofertas de troca de notas forem concluídas é que a Azul realizará a troca das dívidas dos arrendadores (lessores) e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) por uma participação equivalente em ações AZUL4.
Há ainda outros dois fatores que pressionaram a Azul neste ano: o fortalecimento do dólar, que subiu 27% frente ao real neste ano, e a escalada dos juros no Brasil.
Leia também: Onde investir na bolsa com a Selic a caminho dos 14%? As ações que se salvam e as que perdem com os juros altos em 2025
Azul (AZUL4) e as maiores quedas do Ibovespa em 2024
Apesar do tombo robusto, a Azul (AZUL4) não foi a única ação a sofrer perdas expressivas na bolsa brasileira neste ano.
As empresas domésticas e mais cíclicas da B3 caíram em bloco em 2024, com destaque para nomes como Magazine Luiza (MGLU3), Cogna (COGN3), Yduqs (YDUQ3), CVC Brasil (CVCB3), que tiveram quedas acumuladas superiores a 60%.
Ainda que cada negócio tenha enfrentado questões operacionais próprias ao longo deste ano, os fatores micro não exerceram tanta influência no desempenho das ações quanto as preocupações dos investidores com as turbulências do cenário macroeconômico no Brasil.
Diante do aumento das incertezas fiscais e de um novo ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, a curva de juros futuros (DIs) continuou a abrir — e pressionar o apetite por negócios cíclicos da B3, como é o caso do varejo, educação e ligados ao consumo.
Isso porque essas companhias são geralmente mais impactadas pela alta da taxa básica de juros (Selic), já que costumam operar mais alavancadas e contar com dívidas atreladas ao CDI.
Ou seja, quanto mais elevado for o patamar de endividamento e mais o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentar as taxas de juros, maior será o custo da dívida das empresas — e, consequentemente, maior a aversão ao risco dos investidores.
Confira a seguir as 10 maiores quedas entre as ações que fazem parte do Ibovespa considerando o acumulado do ano:
| Empresa | Código da ação | ULT | Desempenho em 2024 |
|---|---|---|---|
| Azul PN | AZUL4 | R$ 3,54 | -77,89% |
| Magazine Luiza ON | MGLU3 | R$ 6,50 | -69,72% |
| Cogna ON | COGN3 | R$ 1,09 | -68,77% |
| Yduqs ON | YDUQ3 | R$ 8,55 | -61,18% |
| CVC Brasil ON | CVCB3 | R$ 1,38 | -60,57% |
| Assaí ON | ASAI3 | R$ 5,63 | -58,39% |
| Carrefour ON | CSAN3 | R$ 5,43 | -56,39% |
| Cosan ON | CRFB3 | R$ 8,16 | -56,37% |
| Azzas 2154 ON | AZZA3 | R$ 29,58 | -53,70% |
| Vamos ON | VAMO3 | R$ 4,75 | -52,83% |
O ranking do Seu Dinheiro foi elaborado com base na carteira do Ibovespa no último dia de pregão de 2024 — 30 de dezembro — e dados disponíveis pela B3 e Investing.com.
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
