A live do adeus: Campos Neto diz que o mundo terá que aprender a conviver com juros altos, fala da autonomia do BC e do processo de transição
RCN deixa o comando do banco central no dia 31 de dezembro; 2025 começa com indicado de Lula, Gabriel Galípolo, no comando da autoridade monetária
No apagar das luzes de seu mandato à frente do Banco Central, Roberto Campos Neto fez nesta sexta-feira (20) uma live de despedida e mandou um recado: o mundo vai ter que aprender a conviver com juros altos por mais tempo.
Segundo RCN, o processo de desinflação ao redor do mundo não ocorreu a contento e lembrou que a política fiscal foi o centro de 80% das discussões em fóruns globais.
"O fiscal não é só um problema do Brasil, é um problema global", disse ele, acrescentando que o crescimento da dívida global como um dos principais desafios para o mundo.
- VEJA MAIS: ação que pagou dividendos de 14% em 2024 pode saltar na bolsa graças a pagamento extraordinário
Os juros no Brasil
Campos Neto deixou o comando do BC no dia 31 de dezembro. Ele será substituído pelo atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo.
Quando assumiu a chefia do órgão, em 2019, a Selic estava em 6,5% ao ano — a taxa chegou a mínima histórica de 2% em 2020, e depois voltou a subir.
Campos Neto entrega o BC com juros de 12,25% ao ano — na última decisão, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual e contratou mais dois aumentos do mesmo calibre até março de 2025.
Leia Também
Sobre sua passagem pelo BC, Campos Neto disse hoje: “Eu não posso dizer que os últimos seis anos foram calmos. Na verdade, eu acho que, se pensarmos todos os tipos de problemas que poderiam ter dado, eu sempre digo que estamos com um álbum de figurinha completo".
Campos Neto lembrou ainda que foi o primeiro membro do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a alertar sobre os impactos da pandemia na economia.
Também destacou que o BC foi elogiado por ter reagido rapidamente às mudanças, injetando liquidez no mercado no auge da pandemia de covid-19 e, depois, elevando os juros rapidamente para combater o repique da inflação.
FARIA LIMA VS. GOVERNO LULA: O que está na cabeça dos principais gestores de fundos
Muito além dos juros: a autonomia do BC
A autonomia operacional do BC foi uma bandeira da gestão de Campos Neto, que tomou para si a tarefa de articular com parlamentares a aprovação da medida.
Mesmo assim, o banqueiro central não conseguiu avançar na autonomia financeira. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema está parada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ).
RCN, no entanto, comemorou hoje a conquista da autonomia institucional como uma das principais mudanças durante a sua gestão.
"Acho que coloca a instituição à frente das pessoas, à frente da ideologia, à frente dos governos, à frente do tempo político, com um tempo diferente do tempo político, com um tempo institucional mais adequado às características necessárias para o cumprimento das nossas missões", disse.
A transição: Galípolo vem aí
A partir de 1 de janeiro de 2025, Galípolo será o novo presidente do Banco Central brasileiro.
Campos Neto vê a transição para o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um processo suave.
"A gente teve muito ruído nessa transição, mas eu acho que a minha parte para contribuir com esse processo é fazer uma transição suave, e a gente está dando o exemplo de uma transição que é muito suave", afirmou.
Na quinta-feira (19), durante uma entrevista coletiva, Campos Neto e Galípolo relataram que, nos últimos meses, o papel do futuro presidente do BC nas decisões da autarquia tem crescido.
Galípolo é hoje diretor de Política Monetária, mas já teve um peso maior na última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Quando o sonho acaba: Ibovespa fica a reboque de Wall Street em dia de agenda fraca
Investidores monitoram Fórum Econômico Mundial, decisões de Donald Trump e temporada de balanços nos EUA e na Europa
Deixando R$ 100 mil na mesa: abrir mão da liquidez diária na renda fixa conservadora pode render até 40% a mais no longo prazo
Simulação do banco Inter com CDBs mostra quanto é possível ganhar a mais, no longo prazo, ao se optar por ativos sem liquidez imediata, ainda que de prazos curtos
O fim do ‘sonho grande’ da Cosan (CSAN3): o futuro da empresa após o fracasso do investimento na Vale e com a Selic em 15%
A holding de Rubens Ometto ainda enfrenta desafios significativos mesmo após zerar a participação na Vale. Entenda quais são as perspectivas para as finanças e as ações CSAN3 neste ano
Metralhadora giratória: Ibovespa reage às primeiras medidas de Trump com volta do pregão em Nova York
Investidores ainda tentam mensurar os efeitos do retorno de Trump à Casa Branca agora que a retórica começa a se converter em ações práticas
O Bradesco (BBDC4) vai atravessar a correnteza? Para o BTG, recuperação será um processo demorado. Saiba se vale a pena comprar a ação agora
Em meio ao aumento da Selic, os analistas esperam um posicionamento ainda mais cauteloso do Bradesco, com a desaceleração do crescimento dos empréstimos em 2025
Trump 2.0 será “imparável em uma extensão que nunca vimos antes”, diz presidente da Eurasia
O republicano toma posse nesta segunda-feira (20). O Seu Dinheiro conversou com o cientista político e presidente da Eurasia, Ian Bremmer, sobre essa volta à Casa Branca, e ele deu pistas do que vem por aí.
Entre a paciência e a ansiedade: Ibovespa se prepara para posse de Trump enquanto investidores reagem a PIB da China
Bolsas internacionais amanhecem em leve alta depois de resultado melhor que o esperado da economia chinesa no quarto trimestre de 2024
HLOG11 tem resultado negativo em dezembro e conclui venda de galpão por R$ 52 milhões – mas cotistas não vão ver o dinheiro pingar na conta
Segundo relatório gerencial de dezembro, o fundo imobiliário HLOG11 sofreu com a alta da taxa Selic, porém vacância do fundo segue baixa
Onde investir 2025: Alta dos juros abre oportunidades para comprar fundos imobiliários com desconto; veja indicações de FIIs para este ano
Caio Araujo, analista da Empiricus Research; Mauro Dahruj, gestor da Hedge Investimentos; e Ricardo Vieira, responsável pelo setor de Real Estate do Pátria, avaliam o cenário para os fundos imobiliários em 2025 e dizem onde investir nesse mercado
A Nova Zelândia é aqui: Ibovespa tenta manter recuperação em dia de IBC-Br e varejo nos EUA depois de subir quase 3%
Enquanto a temporada de balanços começa em Wall Street, os investidores buscam sinais de desaquecimento econômico no Brasil e nos EUA
Onde investir 2025: o ano da renda fixa? Onde estão as oportunidades (e os riscos) no Tesouro Direto e no crédito privado com a Selic em alta
Com risco fiscal elevado e cenário externo desfavorável, 2025 exige conservadorismo e proteção contra a inflação; saiba quais títulos públicos e privados comprar
Agora vai? Ibovespa engata alta de mais de 2% junto com Nova York e chega aos 122 mil pontos; dólar fecha em baixa de R$ 6,0252
Dados de inflação e da indústria nos EUA mexem com as bolsas aqui e lá fora, mas tem banco grande dizendo que a euforia pode ser exagerada; entenda os motivos
O Grand Slam do Seu Dinheiro: Vindo de duas leves altas, Ibovespa tenta manter momento em dia de inflação nos EUA
Além da inflação nos EUA, Ibovespa deve reagir a Livro Bege do Fed, dados sobre serviços e resultado do governo
Onde investir 2025: Inflação a 10% e dólar a R$ 10? O que pode salvar a economia enquanto o mercado se prepara para o pior
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, e Felipe Miranda, fundador e estrategista-chefe da Empiricus, revelam os riscos e oportunidades para o investidor neste ano
Olha nos classificados: Depois da leve alta de ontem, Ibovespa se prepara para mais um dia difícil pela frente hoje
Petróleo acima dos US$ 80 e juros das Treasuries de 10 anos próximos de 5% mantêm pressão sobre os mercados financeiros internacionais
IPVA 2025: com Selic nas alturas, vale a pena pagar à vista com desconto, ou melhor parcelar e investir o valor? Fizemos as contas!
Considerando a alta da taxa de juros no país, o especialista Guilherme Casagrande avalia quando vale a pena parcelar o IPVA
BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX
Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX
Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA
Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos
Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer
No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025
O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima
Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar