Ambipar (AMBP3) tem nova disparada atípica e se torna uma das 20 maiores empresas em valor de mercado da B3
Com alta de mais de 1.500% no ano, Ambipar passou a valer mais que gigantes da bolsa como Embraer e Gerdau
A movimentação atípica com as ações da Ambipar (AMBP3) voltou a chamar a atenção nesta reta final de ano na B3. Em apenas três pregões da semana passada, os papéis da empresa de gestão ambiental saíram de R$ 138,25 para R$ 268,51 — ou seja, praticamente dobraram de valor.
Desta forma, a valorização acumulada no ano já ultrapassa os 1.500%. O desempenho levou a Ambipar a uma condição inusitada: a empresa se tornou uma das vinte maiores da bolsa de valores brasileira em valor de mercado.
A companhia fechou a sexta-feira avaliada em R$ 44,8 bilhões na B3, à frente de gigantes como Embraer (R$ 40,7 bilhões) e Gerdau (R$ 40,5 bilhões), de acordo com dados do Tradingview. No pregão de hoje, os papéis da Ambipar permaneciam em leilão desde a abertura até a publicação desta matéria.
A alta mais recente das ações da Ambipar ocorreu sem nenhuma notícia ou fundamento novo que justifiquem o rali. Sem falar que o momento da bolsa como um todo é negativo.
Uma fonte de mercado avalia que o movimento pode ter relação com uma possível compra dos papéis por instituições que desejam “embelezar” os números nos balanços de fechamento do ano, aproveitando a baixa liquidez.
“Esse é o caso mais esquisito na bolsa em 20 anos de mercado”, me disse um gestor de fundos.
Leia Também
Ambipar (AMBP3): a origem da escalada das ações
As ações da Ambipar passam uma escalada praticamente sem precedentes desde o fim de maio. A alta teve início após uma série de aquisições dos papéis na bolsa pelo controlador da companhia, Tércio Borlenghi Junior.
Além disso, a própria Ambipar foi a mercado com um programa de recompra de ações. A entrada dos fundos da Trustee que têm Nelson Tanure como cotista impulsionou ainda mais os papéis.
A alta das ações da Ambipar levou a um movimento de short squeeze. Ou seja, os investidores que apostavam na queda dos papéis foram forçados a cobrir as posições. Esse movimento amplificou ainda mais a valorização na bolsa.
No mercado, a dúvida é se a gestora atuou em conjunto com o controlador da Ambipar na compra das ações para forçar o short squeeze.
Mas a Trustee informou na ocasião que não celebrou "contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia".
Vale destacar que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois processos administrativos relacionados a “notícias, fatos relevantes e comunicados” da Ambipar após a disparada das ações.
Foco no endividamento
A Ambipar abriu o capital na B3 em julho de 2020 e implementou uma agenda de expansão com foco em aquisições no Brasil e no exterior.
O efeito colateral dessa estratégia foi o aumento do endividamento, o que levou o mercado a penalizar as ações com a alta da taxa básica de juros (Selic). Nem mesmo uma capitalização realizada em novembro do ano passado reduziu a pressão.
Nas mínimas deste ano, os papéis chegaram ao patamar de R$ 8,05 em maio. As ações começaram a engatar o movimento de alta logo em seguida, quando a empresa e o controlador foram a mercado.
Se as ações pareciam excessivamente descontadas naquele momento, hoje nenhum analista enxerga elementos para justificar a cotação de R$ 268,51 do fechamento da última sexta-feira.
Em meio à especulação no mercado, a Ambipar vem tocando uma agenda com foco na redução do endividamento e melhora nas margens.
A empresa tem como meta atingir um índice de alavancagem — relação entre a dívida líquida e o Ebitda — para 2,5 vezes até junho de 2025. No fim de setembro, o indicador estava em 2,62 vezes.
No terceiro trimestre, a Ambipar registrou lucro líquido contábil de R$ 44,5 milhões. Sem considerar a venda de ativos, porém, o prejuízo recorrente da empresa foi de R$ 37,5 milhões.
ASSISTA TAMBÉM: FARIA LIMA VS. GOVERNO LULA: O que está na cabeça dos principais gestores de fundos
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
