Em dia de caos na bolsa, Ibovespa consegue sustentar os 136 mil pontos e garante ganhos na semana; dólar sobe a R$ 5,6350
A queda do principal índice da bolsa brasileira acontece mesmo após dado crucial de inflação nos Estados Unidos vir em linha com as expectativas dos economistas; os percalços do mercado brasileiro são locais

“E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?” O poema é de Carlos Drummond de Andrade, mas poderia descrever o fim da festa da bolsa brasileira — pelo menos hoje —, com o Ibovespa perdendo os 135 mil pontos na mínima do dia e o dólar encostando nos R$ 5,70 no pico da sessão.
O Ibovespa acabou encerrando o dia com leve queda de 0,03%, aos 136.004,01 pontos. Na mínima do dia, o principal índice da bolsa brasileira foi aos 134.910,48 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 0,29% e encerrou agosto com alta de 6,54%. No ano, o índice avança 1,36%.
A queda do Ibovespa ocorreu apesar dos ganhos vistos em Nova York, em meio a sinais de aumento de gastos pelo governo brasileiro à frente.
Mais cedo, o Banco Central informou que o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 21,348 bilhões em julho, após déficit de R$ 40,873 bilhões em junho — o resultado negativo foi maior que as expectativas.
O resultado primário reflete a diferença entre as receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida. O déficit de julho foi o maior para o mês desde 2023, quando o rombo nas contas públicas chegou a R$ 35,809 bilhões.
Soma-se a esse dado a Pnad Contínua, que mostrou um arrefecimento da taxa de desemprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho — praticamente em linha com as projeções.
Leia Também
Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila
Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,9%. No trimestre encerrado em junho de 2024, a taxa de desocupação foi de 6,9%.
As sucessivas quedas na taxa de desemprego e o aumento contínuo na criação de empregos formais no Brasil reforçam o dinamismo do mercado de trabalho e, por consequência, o crescimento da economia.
No entanto, os dados de emprego têm potencial para afetar a percepção de riscos do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne em 18 de setembro com a perspectiva de aumento de juros. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano.
Na ponta negativa do Ibovespa, as ações de empresas ligadas a consumo lideram as quedas, com Magazine Luiza (MGLU3) em baixa de 5,20%, bem como Petz (PETZ3), que recuava 3,49%.
Do lado positivo, Assaí (ASAI3) e Dexco (DXCO3) subiam 2,78% e 1,56%, respectivamente.
Ibovespa em queda, dólar em alta
O dólar passou boa parte da sessão em alta, chegando a encostar nos R$ 5,70 na máxima do pregão. A moeda norte-americana acabou encerrando o dia com alta de 0,21%, R$ 5,6350, no quinto dia seguida de valorização frente ao real.
Vale lembrar que em dia de fechamento da Ptax, com o encerramento de agosto, o mercado de câmbio por aqui passou por maior volatilidade.
Na semana, o dólar acumula ganho de 2,84%. Mas encerrou agosto com perda de 0,36%. No ano, a divisa sobe 16,10%.
Além do fortalecimento do dólar no mercado externo e a queda forte do petróleo após a medida preferida do Federal Reserve, o PCE, reduzir apostas em corte agressivo de juros nos EUA, o mercado de câmbio brasileiro reflete o cenário local.
O avanço dos juros futuros por receio com o quadro fiscal, após o déficit do setor público maior que o esperado em julho, e as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Selic e o Banco Central mexem diretamente com a moeda norte-americana.
Os dois leilões realizados pelo BC, um no mercado à vista e outro no futuro, ajudaram a diminuir a temperatura do dólar, mas a moeda norte-americana ainda está em alta por aqui. O Seu Dinheiro detalhou as operações de hoje no câmbio e você pode entender tudo aqui.
“O câmbio é flutuante para absorver choques e estamos sempre observando o cenário. O BC tem reservas suficientes para intervir em momentos de disfuncionalidade”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da XP. O Seu Dinheiro acompanhou o painel de RCN e você confere tudo aqui.
“Estamos tendo um fluxo atípico pelo rebalanceamento do índice MSCI, cabe ao Banco Central mapear o tamanho desse desbalanceamento. Entendemos que o BC precisava intervir para balancear o fluxo. Se for preciso mais, assim o faremos”, acrescentou.
Mais cedo, o Lula disse que entenderá se Gabriel Galípolo, seu indicado à presidência do Banco Central, defender o aumento da taxa de juros em algum momento, desde que apresente a fundamentação para isso.
Depois de gastar elogios a Galípolo, Lula afirmou que o presidente do BC não tem que defender os interesses do sistema financeiro e do mercado, mas sim “gostar do País” e “pensar na soberania nacional”.
Ele repetiu algumas das críticas que já fez ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, segundo ele, “fica mais em Miami que no Brasil”. Também disse que Campos Neto “age como um político, não como um economista”.
Lula também se posicionou contra a autonomia do Banco Central e ao mandato conferido ao presidente da entidade.
“Se eu tivesse voto, eu era contra, mas está aí, vai ficar. Acho que o presidente tem o direito de indicar o presidente do BC e tirar se não gostar. Eu coloco o Galípolo com mandato. E se ele fizer uma coisa errada? Não sei quem criou a ideia de que ele é intocável”, disse.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS: O QUE FAZER SE A SELIC CHEGAR A 12%? I TOUROS E URSOS
A bolsa lá fora
Em Nova York, as bolsas terminaram o dia em alta, com os investidores avaliando os dados de inflação observados de perto pelo Federal Reserve.
O Dow Jones teve alta de 0,55%, o S&P 500 subiu 1,01%, enquanto o Nasdaq Composite avançou 1,13%.
O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed, subiu 0,2% em uma base mensal e 2,5% em relação ao ano passado, alinhando-se com as estimativas de economistas ouvidos pela Dow Jones. Excluindo alimentos e energia, PCE também subiu 0,2%.
O Fed mantém um olhar atento sobre essa métrica e, embora o foco d banco central norte-americano esteja agora no mercado de trabalho, o PCE ainda pode influenciar a decisão sobre os juros na reunião de setembro.
- A HORA É AGORA: veja lista das melhores ações internacionais para comprar antes que os juros caiam nos EUA, segundo analista
Na Europa, as principais bolsas da região terminaram o dia com ganhos — o índice de referência Stoxx 600 chegou a alcançar a máxima intradia de 526,66 pontos. Na Ásia, o dia também foi de ganhos para a bolsa depois que dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do dia anterior afastaram os receios de recessão na maior economia do mundo.
Entre as commodities, os futuros de petróleo recuaram mais de 2% em meio a relatos de que a Opep+ (grupo formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo + aliados liderados pela Rússia) seguiria adiante com um aumento planejado na produção em outubro.
Uma desaceleração no crescimento da demanda, principalmente na China, pesou sobre os preços do petróleo e levou alguns analistas a duvidarem se a Opep+ seguiria em frente com esse aumento da oferta.
*Com informações do Money Times
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks