“Inocente”, disse o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ao juiz Juan Merchan durante a audiência nesta terça-feira (04) na Suprema Corte de Manhattan.
Trump é alvo de 34 acusações criminais por falsificação de registros em conexão com um esquema que direcionou pagamentos de suborno a duas mulheres antes da eleição presidencial de 2016.
A acusação de 16 páginas contra Trump foi aberta hoje, quando ele se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a ser indiciado por acusações criminais.
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O que dizem as acusações
A acusação diz que os pagamentos faziam parte de um esquema mais amplo para suprimir as alegações das mulheres — a atriz pornô Stormy Daniels e a modelo da Playboy Karen McDougal — de que fizeram sexo com o ex-presidente, em uma tentativa de impedir que suas histórias afetassem as chances do republicano contra a democrata Hillary Clinton nas eleições de 2016.
Os promotores também disseram que uma editora próxima de Trump, a American Media Inc., pagou US$ 30 mil (R$ 152, mil) a um antigo porteiro da Trump Tower que alegou ter uma história sobre o ex-presidente ter um filho fora do casamento.
Todos os três pagamentos faziam parte de um suposto esforço do ex-chefe da Casa Branca “para identificar, comprar e enterrar informações negativas sobre ele e aumentar suas chances na campanha eleitoral”, disseram os promotores.
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Os 11 cheques de Trump
Daniels recebeu US$ 130 mil (R$ 659,8 mil) do então advogado Michael Cohen, sob a direção de Trump, 12 dias antes da eleição de 2016.
A atriz, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, diz que fez sexo com Trump uma vez em 2006, alguns meses depois que sua esposa Melania Trump deu à luz seu filho Barron.
Mais tarde, o ex-presidente reembolsou Cohen com uma série de cheques mensais, 11 no total. Os cheques foram emitidos primeiro por Donald J. Trump Revocable Trust, enquanto os posteriores vieram da conta bancária de Trump, segundo os promotores.
Nove dos cheques foram assinados por Trump e “cada cheque foi processado pela Trump Organization e ilegalmente disfarçado como pagamento por serviços jurídicos prestados de acordo com um contrato de retenção inexistente” com Cohen.
A nova audiência de Trump
Em entrevista coletiva, o procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, disse que cada uma das declarações falsas nos registros relacionadas ao pagamento a Daniels foi feita para encobrir outros crimes relacionados à eleição de 2016.
Esses crimes incluem violações da lei eleitoral do estado de Nova York e declarações falsas às autoridades fiscais. A falsificação de registros comerciais normalmente é uma contravenção, mas pode se tornar um crime se for feito para encobrir outro crime.
O juiz agendou a próxima audiência do caso para 4 de dezembro. É possível que o caso criminal não seja resolvido antes da eleição presidencial de 2024, na qual o republicano busca a indicação do partido.
*Com informações da CNBC