Nem Itaú nem Banco do Brasil: safra de balanços dos grandes bancos no 3T23 deve ter uma nova estrela
Apesar da inadimplência em alta, os balanços de modo geral devem mostrar os bancos começando a sair da defensiva; veja o que esperar dos resultados do 3T23
Nunca faça parte de um clube que queira ter você como sócio. A máxima de Groucho Marx caberia como uma luva para o Nubank (ROXO34).
Afinal, podemos dizer que o banco digital criado há apenas dez anos agora faz parte do seleto grupo composto por Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), mesmo “sem querer”.
Isso porque os analistas de mercado agora classificam o Nubank como um dos grandes bancos na hora de fazer suas projeções para os resultados.
Já não era sem tempo. Afinal, a fintech que desafiou os bancões ao oferecer o inconfundível cartão de crédito roxo sem cobrar tarifas passou a ser (bem) lucrativa.
A expectativa é que a fintech do cartão roxo roube a cena e seja o grande destaque da safra de balanços do setor financeiro no terceiro trimestre deste ano.
Enquanto isso, entre os bancos tradicionais, Itaú e Banco do Brasil devem seguir a toada positiva dos últimos trimestres e com rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) acima dos 20%.
Leia Também
Já os balanços de Bradesco e Santander ainda devem exibir as feridas provocadas pela alta da inadimplência e dos juros, de acordo com os analistas.
Vivo (VIVT3) pode pagar R$ 5 bi em dividendos a partir de 2024 e ter um dos yields mais altos da B3
Inadimplência dos bancos vai parar de subir?
A inadimplência, aliás, deve ser um dos temas do trimestre. Após a alta nos últimos resultados, os analistas esperam alguma estabilização nos índices de calotes, em particular nas linhas para pessoas físicas.
Por outro lado, os bancos devem seguir sofrendo com os atrasos nos empréstimos concedidos a pequenas e médias empresas (PME), além de grandes clientes corporativos.
Apesar da inadimplência em alta, os balanços de modo geral devem mostrar os bancos começando a sair da defensiva. “A originação e a carteira de crédito devem acelerar após um primeiro semestre fraco”, escreveram os analistas do Itaú BBA.
A seguir, você fica sabendo um pouco mais sobre o que esperar dos balanços do terceiro trimestre de 2023 de cada banco. A projeção para o lucro líquido tem como base a estimativa média dos analistas compilada pelo Seu Dinheiro — exceto pelo Nubank, cuja previsão vem do consenso da Bloomberg.
- LEIA TAMBÉM: ETF de dividendos é uma boa? Por que o NDIV11, do Nubank, parece um bom começo, mas deixa a desejar
Santander Brasil (SANB11)
- Data de divulgação: 25 de outubro (antes da abertura dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 2,683 bilhões (↓14%)
A safra de balanços dos grandes bancos começa com o Santander nesta quarta-feira, antes da abertura dos mercados. A unidade brasileira do banco espanhol vem de uma sequência de resultados ruins — e os números do terceiro trimestre não devem ser muito diferentes.
Nas contas do JP Morgan, a rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) do banco deve ficar em 12,5%, ou seja, abaixo do custo de capital do banco. A expectativa dos analistas é que o Santander só volte à trilha dos bons resultados em 2024.
Mas nem todos os analistas estão pessimistas. O Itaú BBA, por exemplo, vê o banco à frente do Bradesco e espera que os números do terceiro trimestre já mostrem sinais de crescimento do crédito e de controle da inadimplência.
Itaú Unibanco (ITUB4)
- Data de divulgação: 6 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 8,939 bilhões (↑11%)
Na contramão dos principais concorrentes privados, o maior banco privado do país deve registrar mais um trimestre de lucro em alta e inadimplência sob controle.
Entre os analistas, a XP encontra-se entre os mais otimistas com os resultados do Itaú e projeta uma rentabilidade (ROE) de 21,9% no terceiro trimestre.
"Um ponto a se destacar é custo de crédito, onde esperamos ver uma estabilidade na comparação trimestral (+1%) com indicadores de inadimplência mais estáveis e novas safras performando melhor, podendo representar um ponto de inflexão do ciclo de crédito", escreveram os analistas da Genial.
Banco do Brasil (BBAS3)
- Data de divulgação: 8 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 9,010 bilhões (↑8%)
Com alta acima de 40% em dólar, o Banco do Brasil (BBAS3) tem o segundo melhor desempenho entre as ações do setor financeiro em 2023 — atrás apenas do Nubank. E o balanço do terceiro trimestre deve confirmar o bom momento da instituição.
O BB deve apresentar o maior lucro e a maior rentabilidade (ROE) entre os grandes bancos, de acordo com as estimativas do mercado.
De carona no agronegócio, o banco também deve apresentar um crescimento sólido na carteira de empréstimos, segundo os analistas da XP.
Bradesco (BBDC4)
- Data de divulgação: 9 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 4,554 bilhões (↓13%)
O erro na estratégia de concessão de crédito em meio à alta da taxa básica de juros (Selic) vem custando caro ao Bradesco (BBDC4).
A notícia ruim é que o balanço do terceiro trimestre ainda deve mostrar o banco no fundo do poço. A boa é que o fundo do poço não tem alçapão.
Ou seja, a expectativa é que os resultados até apresentem alguma melhora na comparação trimestral. As estimativas para a rentabilidade (ROE) variam entre 11% e 12%, a menor entre os grandes bancos.
Mas como a recuperação de fato do Bradesco só deve acontecer a partir de 2024, qualquer surpresa positiva pode dar um gás para as ações, que acumulam queda de quase 30% nos últimos 12 meses.
Nubank (ROXO34)
- Data de divulgação: 14 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 1,3 bilhão
Depois de passar quase uma década operando no vermelho, o Nubank não só deixou a era dos prejuízos para trás como deve confirmar o ingresso no “clube do bilhão” de reais em lucro no terceiro trimestre.
Trata-se de um avanço e tanto para o banco digital se compararmos com o resultado de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 40 bilhões) do mesmo período do ano passado.
Embora ainda seja um resultado menor que o dos principais concorrentes, em rentabilidade o Nubank deve ficar à frente de Bradesco e Santander.
A estimativa do Itaú BBA, por exemplo, aponta para um ROE de 20,4% para a fintech.
Apesar da grande expectativa para os resultados, os analistas vão seguir de olho na evolução da inadimplência do Nubank.
O grande temor de que o banco digital teria uma explosão de clientes com faturas em atraso até agora não se confirmou. Então, qualquer surpresa negativa pode azedar o humor do mercado com roxinho, cuja ação acumula alta de quase 80% em dólar no ano.
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
Dividendos e bonificação em ações: o anúncio de mais de R$ 1 bilhão da Klabin (KLBN11)
A bonificação será de 1%, terá como data-base 17 de dezembro e não dará direito aos dividendos anunciados
Dividendos e recompra de ações: a saída bilionária da Lojas Renner (LREN3) para dar mais retorno aos acionistas
A varejista apresentou um plano de proventos até 2030, mas nesta segunda-feira (8) divulgou uma distribuição para os acionistas; confira os prazos
Vale (VALE3) é a ação preferida dos investidores de commodities. Por que a mineradora não é mais a principal escolha do UBS BB?
Enquanto o banco suíço prefere outro papel no setor de mineração, Itaú BBA e BB-BI reafirmam a recomendação de compra para a Vale; entenda os motivos de cada um
Cemig (CMIG4) ganha sinal verde da Justiça de Minas para a venda de usinas
A decisão de primeira instância havia travado inclusive o contrato decorrente do leilão realizado em 5 de dezembro de 2024
Nubank (NU/ROXO34) pode subir cerca de 20% em 2026, diz BB Investimentos: veja por que banco está mais otimista com a ação
“Em nossa visão o Nubank combina crescimento acelerado com rentabilidade robusta, algo raro no setor, com diversificação de receitas, expansão geográfica promissora e a capacidade de escalar com custos mínimos sustentando nossa visão positiva”, escreve o BB Investimentos.
“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas
Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
