🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Respingou por aqui

Como o pacote de Milei na Argentina pode afetar o lucro do Banco do Brasil (BBAS3)

Desvalorização do peso promovida pelo novo governo argentino pode ter impacto negativo no lucro do BB, mas para o JP Morgan, não será tão ruim assim; entenda

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
13 de dezembro de 2023
16:45 - atualizado às 18:13
Logo do Banco do Brasil no centro da bandeira da Argentina
O Banco do Brasil está exposto à economia argentina por meio da participação majoritária no Banco Patagonia, sediado em Buenos Aires. Imagem: Envato/Montagem Andrei Morais

Que as medidas econômicas de Javier Milei afetem a população e as empresas argentinas é de se esperar. Menos óbvio, porém, é o fato de que as mudanças implementadas pelo novo presidente da Argentina também devem afetar empresas brasileiras. É o caso do Banco do Brasil (BBAS3), como bem nos lembra um relatório do JP Morgan publicado nesta quarta-feira (13).

Afinal, o Banco do Brasil é dono de uma fatia de cerca de 80% do Banco Patagonia, sediado em Buenos Aires, que por sua vez contribuiu com R$ 2,6 bilhões – ou cerca de 10% – para os lucros do BB nos três primeiros trimestres de 2023.

Uma das primeiras medidas adotadas por Luis "Toto" Caputo, ministro da Economia de Milei, foi a brutal desvalorização da cotação oficial do peso argentino, que vinha sendo mantido artificialmente em 365 pesos por dólar, para nada menos que 800 pesos por dólar, muito mais próxima da cotação no mercado paralelo – e da realidade.

Os analistas de Banco do Brasil esperam que essa mudança tenha, portanto, algum impacto negativo no lucro do banco – os próprios analistas do JP Morgan já haviam abordado o tema em relatório recente.

Porém, na visão defendida pelo banco americano no relatório de hoje, esse impacto deve ser limitado e insuficiente para tirar a atratividade das ações BBAS3.

O JP inclusive manteve sua recomendação overweight (equivalente a compra) para os papéis, com preço-alvo de R$ 62 em dezembro de 2024, uma alta de 18% ante o fechamento de ontem. Hoje, porém, as ações do Banco do Brasil operam em queda de mais de 1%. Acompanhe nossa cobertura completa de mercados.

Leia Também

Por que o pacote de Milei pode não ser tão ruim assim para o Banco do Brasil (BBAS3)

O JP Morgan espera que os impactos da desvalorização oficial do peso no Banco Patagonia afetem negativamente tanto os lucros quanto o patrimônio líquido do Banco do Brasil.

Ainda assim, os analistas acreditam que não se trata de simplesmente contabilizar uma desvalorização cambial de 50%, pois a realidade, dizem eles, parece ser mais complexa.

"É verdade que o Banco do Brasil reconhece os ganhos do Banco Patagonia no câmbio oficial, e dado que o Brasil ainda segue as normas contábeis brasileiras (BRGAAP), não há ajuste pela inflação. No entanto, a maioria dos bancos argentinos que cobrimos estão em grande medida hedgeados [protegidos] contra a inflação e, em de alguma forma, contra o câmbio (apesar de existirem controles cambiais no país)", diz o relatório.

Embora os analistas do JP lembrem que a carteira de investimento em títulos do Banco Patagonia não é aberta ao público, eles assumem que, assim como outros bancos, a instituição deve usar instrumentos de proteção contra a inflação e com indexação cambial, que devem ajudar a amenizar o efeito da recente desvalorização do peso.

ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO: VEJA RECOMENDAÇÕES GRATUITAS EM AÇÕES, FIIS, BDRs E CRIPTOMOEDAS

"Em resumo, esperamos algum impacto, mas de menor proporção do que simplesmente assumir que os lucros devam cair à metade, uma vez que a companhia pode ter ganhos extraordinários com sua carteira de títulos neste trimestre", observam.

O possível hedge também deve proteger os impactos no patrimônio líquido do BB, que também já vem refletindo os efeitos da desvalorização cambial oficial nos últimos anos (ainda que artificial e defasada da realidade), dizem os analistas.

"Em suma, a variação nominal do valor patrimonial (mesmo ignorando os dividendos) não cresceu tão rapidamente quanto os lucros nos últimos anos", escrevem.

Ação BBAS3 ainda está barata

Segundo o JP Morgan, suas projeções para o Banco do Brasil já refletem, ao menos parcialmente, esses ventos contrários sobre o Banco Patagonia, e mesmo assim a ação BBAS3 se mantém atrativa, negociando a um múltiplo preço sobre lucro projetado para 2024 (P/L) de apenas quatro vezes e uma previsão de retorno com dividendos (dividend yield) de 10%.

O que pode vir a afetar o Banco Patagonia e o Banco do Brasil no futuro

Outros fatores, no entanto, podem vir a afetar mais significativamente os resultados do Banco Patagonia – e consequentemente, do Banco do Brasil – nos próximos meses e anos.

No que diz respeito ao governo de Javier Milei – que deseja implementar uma série de medidas liberais com potencial de agravar a inflação, num primeiro momento –, o comportamento da taxa básica de juros argentina (a Leliq) e dos índices de preços pode impactar os lucros do Banco Patagonia.

A inflação mais alta prevista para a Argentina na primeira metade de 2024 pode beneficiar os lucros do BB no sistema de normas contábeis brasileiro, mesmo sob uma nova taxa de câmbio, lembra o JP Morgan.

Porém, a forma como a inflação é contabilizada no sistema internacional de normas contábeis, o IFRS, deve ser "bastante negativa", escrevem os analistas.

Aliás, este pode ser um vento contrário futuro, dizem, pois o Brasil deve adotar o IFRS a partir de 2025, e, como resultado, "a contabilização da inflação deve prejudicar BB e Patagonia ainda mais."

Pelo IFRS, explicam os analistas, os bancos argentinos devem apresentar perdas monetárias devido à inflação, o que resulta em lucros menores no balanço.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BANCÕES NA PARADA

Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025

30 de abril de 2025 - 6:34

Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números

CAIXA BALANÇA

JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025

29 de abril de 2025 - 12:43

Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

Crédito do Trabalhador: BB anuncia mais de R$ 2,1 bilhões em desembolsos no empréstimo consignado

26 de abril de 2025 - 16:03

Programa de crédito consignado do BB prevê uso da rescisão e do FGTS para quitação do empréstimo em caso de demissão.

FGC EM RISCO?

Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco

25 de abril de 2025 - 14:30

Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

HABLAS ESPANHOL?

Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México

24 de abril de 2025 - 20:49

O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

NÚMEROS DECEPCIONANTES

A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca

24 de abril de 2025 - 11:26

Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

MERCADOS HOJE

Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia

23 de abril de 2025 - 12:44

A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar