BTG diz que chegou a hora de comprar a ação deste banco estatal — e não é o Banco do Brasil (BBAS3)
Queda da Selic favorece o papel, que tem potencial de valorização de 34%, mais 8,9% de dividend yield, segundo analistas
Demorou um pouco, mas o BTG finalmente mudou a sua recomendação para a ação do Banrisul (BRSR6), o banco estatal do Rio Grande do Sul.
Mais confiantes de que a Selic cairá abaixo de 10% – dado que o banco gaúcho é altamente sensível ao nível de taxa de juros – os analistas resolveram elevar a recomendação para os papéis para compra, com um novo preço-alvo de R$ 17.
Trata-se de um potencial de valorização de 34% mais 8,9% de dividend yield, "um retorno decente mesmo considerando um P/BV [relação entre o preço da ação e seu valor patrimonial] baixo e justo de 0,65 vez", diz o relatório publicado nesta terça-feira (19).
"Se as condições de mercado (principalmente para empréstimos consignados) melhorarem, o ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] poderá ultrapassar 15%, potencialmente empurrando a avaliação para mais perto de 1x o último P/BV. E se isso acontecer, poderíamos estar falando sobre um potencial de valorização de 80% com base no último valor patrimonial do terceiro trimestre (sem considerar o rendimento de dividendos)!", escrevem os analistas.
O BTG já tinha uma visão positiva para o Banrisul desde junho, mas os resultados do terceiro trimestre decepcionaram. Segundo os analistas, a qualidade dos ativos piorou, outras despesas operacionais dispararam, e a reavaliação do portfólio demorou mais do que eles imaginavam. Agora, contudo, a relação risco-retorno já se mostra mais favorável.
Nesta terça, as ações BRSR6 operam em alta de mais de 2%, próximas dos R$ 13. Acompanhe nossa cobertura completa de mercados.
Leia Também
Resultados devem melhorar no quarto trimestre
Na visão do BTG, no terceiro trimestre o Banrisul enfrentou uma tempestade perfeita. Enquanto o mercado esperava um crescimento da receita financeira, esta caiu 2%. Além disso, o custo do risco voltou a subir, e as provisões aumentaram, resultando num ROE de apenas 5,4%.
Agora, os analistas esperam que estes fatores se dissipem diante de uma Selic mais baixa, uma revisão dos custos de financiamento dos depósitos dos clientes de varejo (o modelo de rentabilidade da conta remunerada do Banrisul está mudando), uma reprecificação do portfólio e uma possível mudança no mix de crédito, que podem impulsionar a margem financeira e a rentabilidade em 2024 e 2025.
O BTG destaca ainda que, no terceiro trimestre, o Banrisul viu uma redução de cerca e 30% nas receitas provenientes de recuperações de crédito, mas acredita que isso deve melhorar no quarto trimestre graças à sazonalidade, uma vez que geralmente há mais esforços para acelerar as recuperações no fim do ano.
A qualidade da carteira de crédito também piorou no terceiro trimestre, mesmo que 70% do portfólio do Banrisul seja composto por crédito consignado de servidores públicos, a linha de risco mais baixo.
No entanto, o aumento da inadimplência no restante da carteira fez com que toda a exposição do banco gaúcho visse uma desvalorização. O risco também piorou nas zonas rurais, devido às fortes chuvas que impactaram o Sul do Brasil, e nos segmentos corporativos.
"Com mais esforços para controlar a inadimplência a partir do final de setembro, esperamos um custo de risco menor no quarto trimestre", dizem os analistas do BTG, que esperam que a inadimplência termine 2023 em 2,8%, dentro do guidance de 2,5% a 3,0%.
O banco prevê ainda um lucro líquido de R$ 255 milhões para o Banrisul no quarto trimestre (alta de 1% na comparação anual e 100% na trimestral) e ROE de 10,7%.
- MELHORES INVESTIMENTOS PARA 2024: Receba o guia completo e gratuito do Seu Dinheiro, com recomendações das maiores casas de análise, bancos e corretoras do Brasil.
O ROE estrutural do Banrisul (BRSR6)
No relatório de atualização da recomendação do Banrisul, os analistas do BTG fazem, ainda, um exercício para estimar qual seria o ROE estrutural do banco estatal gaúcho.
Eles compararam suas projeções para 2023 com a média de de 2014 a 2019 e concluíram que a maior parte da perda do ROE resultou da deterioração da margem financeira ajustada ao risco, devido a fatores estruturais (como o limite da taxa de juros do cheque especial e a concorrência mais acirrada) e cíclicos (como a Selic mais alta), seguidos de menor receita com tarifas.
Esses fatores negativos foram parcialmente compensados por custos menores e uma menor taxa de imposto de renda. "O Banrisul tem uma forte agenda de redução de custos, marcada por dois programas de demissões voluntárias (demissão de cerca de 1,5 mil funcionários 'mais caros') e redução de agências (de 528 em 2014 para 493)", diz o relatório.
Considerando, então, o limite de juros no cheque especial, a contribuição menor da receita financeira devido ao mix de crédito (mas provisões também menores), o ambiente mais competitivo, a menor contribuição da receita com tarifas e os custos estruturalmente mais baixos do banco (com ganhos de eficiência), o BTG chegou a um ROE de longo prazo para o Banrisul de 13,5%.
VAREJISTAS DE NATAL: ANALISTAS RECOMENDAM AÇÃO DA AREZZO (ARZZ3) E EMPRESA QUE PODE DOBRAR NA BOLSA
Nubank é risco para o Banrisul
Segundo o BTG, entre os riscos para o Banrisul está a piora na originação de empréstimos consignados ou a redução muito forte nas taxas de juros dessa linha de crédito, uma vez que o cenário ficou mais competitivo, principalmente depois da entrada do Nubank neste mercado.
"Também nos preocupa que, como banco estatal, o Banrisul possa continuar a ter um desempenho insatisfatório num mundo e num setor bancário cada vez mais digitais. Mas com a melhoria esperada do ROE, impulsionada principalmente por alterações nas taxas de juro, e uma avaliação atrativa (relação preço/lucro estimado para 2024 em 4,5 vezes), a ação tem um potencial de valorização assimétrico", escrevem os analistas.
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
