As ações da Localiza (RENT3) ainda valem a pena? Banco conta por que segue otimista com a locadora de veículos mesmo após piora no último trimestre
Analistas veem espaço para nova melhora de resultados, refletindo desempenho em diferentes segmentos da Localiza, mas há mais por trás da visão positiva do Itaú BBA
O setor automobilístico passou por muitas mudanças nos últimos anos e contou até com programa do governo para impulsionar vendas. Porém, a Localiza (RENT3), que atua na locação e venda de veículos, tem passado ao largo dos problemas do segmento.
Mesmo depois dos balanços da companhia já terem surpreendido as estimativas do mercado por seis anos seguidos e de a rede ter corrigido para baixo projeções para 2023 no segundo trimestre, os analistas do Itaú BBA seguem muito otimistas com os papéis.
A explicação é que a Localiza deve se beneficiar de fatores macroeconômicos, como a redução da taxa de juros no Brasil, e seguirá com potencial de apresentar melhores resultados financeiros.
Veja abaixo os principais motivos e impactos positivos previstos pelo Itaú BBA, que reiterou a recomendação de compra para as ações:
- A melhora da economia deve impulsionar a demanda por aluguel de veículos e terceirização de frotas;
- Há previsão de melhora também do ambiente competitivo, com mais empresas dependentes de vendas diretas;
- As margens no segmento de seminovos devem se normalizar, após a baixa da frota vista no segundo trimestre de 2023 e há espaço limitado para preços de carros caírem;
- A Localiza tem opção de crescimento, com ambiente para adicionar cerca de 83 mil novos carros (14% da frota).
Para avaliar a Localiza, os analistas do banco também usaram o indicador chamado de P/L, o Preço sobre Lucro, que relaciona o preço da ação com o lucro apresentado ou projetado pela empresa.
Segundo o Itaú, a ação da Localiza está negociando a 17 vezes o Preço sobre Lucro previsto de 2024, 20% abaixo da média histórica, o que indica potencial de melhora dos lucros.
Leia Também
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Localiza: despesas devem cair
Os analistas ainda explicam que a previsão de crescimento do lucro da Localiza é baseada em maiores receitas com a gestão de frota e menores despesas com taxas de juros.
Eles lembram que a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, já começou a cair e pode chegar a 10,2%.
Além disso, a Localiza fez recentemente uma oferta subsequente de ações, um follow-on, que levantou R$ 4,5 bilhões.
- Como poder ganhar em dólar sem precisar falar inglês nem morar nos Estados Unidos? Conheça a estratégia mais eficiente clicando aqui
Menos preocupação com seminovos
No segmento de carros seminovos, os analistas detalharam que as margens de lucro estão menores e que o seu modelo prevê uma margem ebitda de seminovos de 2% em 2024, abaixo da média histórica de 4% a 5%.
Porém, eles acreditam que o risco de queda adicional da margem é limitado devido a fatores como: “o ajuste no mix de em direção a carros mais baratos (menor depreciação por veículo); a baixa de R$ 500 milhões de valor da sua frota no segundo trimestre de 2023 e a baixa probabilidade de queda nos preços dos automóveis”.
A Localiza vai ter maior poder de fogo?
Outro ponto positivo para a rede de locação, é que o recente follow-on deve levar a uma redução do nível de endividamento da companhia, a chamada alavancagem.
A previsão do Itaú BBA é que, com a oferta, o endividamento passe de 2,8 vezes a dívida líquida sobre o ebitda no segundo trimestre de 2023, para 2,4 vezes ao fim do ano de 2024.
Com menor endividamento, pode sobrar espaço para compra de carros se essa for uma boa alternativa.
“Se a empresa decidir realavancar o balanço para 3 vezes [dívida líquida/ebitda] teria um poder de fogo de R$ 7,5 bilhões (ou 83 mil carros), traduzindo-se em um aumento de cerca de 25% no lucro em 2024, para R$ 4,9 bilhões”, afirmaram em relatório.
PODCAST TOUROS E URSOS - A estatal ou a ex? O que esperar das ações da Petrobras e da Eletrobras no governo Lula
E o impacto da reforma tributária?
Em relação a possíveis impactos da reforma tributária que está sendo proposta pelo governo, o Itaú BBA avalia que caso aprovada, a Localiza pode sofrer efeito negativo, já que pagará impostos sobre receitas no segmento de seminovos.
Porém, acredita que há maneiras de compensar esse impacto, como o recebimento de outros créditos fiscais.
Já sobre o possível fim do pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) — também proposto pelo governo e que precisa ser aprovado no Congresso — o banco destaca que podem ser tomadas medidas para reduzir o imposto de renda e compensar a mudança.
O JCP é uma outra forma de distribuir lucros para acionistas, assim como os dividendos, mas é mais vantajoso para as empresas.
O instrumento permite que uma parte da distribuição de lucros aos acionistas na forma de JCP seja lançada no balanço como despesa, o que reduz o imposto de renda efetivamente pago pelas empresas que recorrem ao mecanismo.
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
MRV (MRVE3) entra no grupo de construtoras que vale a pena comprar, mas a preferida do JP Morgan é outra
Banco norte-americano vê espaço para uma valorização de até 60% nas ações do setor com juros menores e cenário político mais favorável em 2026