A ilusão de ótica do Federal Reserve, a prisão de Mauro Cid e os balanços do dia; confira os destaques desta quarta-feira (03)
A mente humana está sempre intrigada por aquilo que não consegue compreender totalmente — talvez venha daí o fascínio que muitos possuem pelas ilusões de ótica.
Existem diversas explicações científicas para explicar o porquê de o nosso cérebro ser enganado por um simples pedaço de papel, mas para manter as coisas diretas, digamos que essas justificativas podem ser divididas em dois tipos.
A primeira é que algumas imagens são construídas de forma a causar as sensações de estranheza e ilusão, enquanto a segunda é completamente baseada em nossas percepções cognitivas. Ou seja: o combustível para a análise, nesses casos, é apenas o nosso conhecimento pré-estabelecido de realidade e de mundo.
Interpretar o resultado de uma reunião de política monetária — seja do Federal Reserve, nos Estados Unidos, ou do Banco Central brasileiro — é, muitas vezes, como tentar extrair a verdade de uma imagem que prega peças em nossos olhos. Pegue, por exemplo, o comunicado da reunião que elevou os juros americanos em 0,25 ponto percentual, emitido hoje pelo Fed.
Onde muitos viram um sinal de que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim, outros enxergaram uma porta aberta para novas elevações. Onde alguns viram chances de corte nos juros, outros revisaram os modelos para uma taxa básica abaixo de 5% apenas em 2024.
Muitas vezes nem mesmo instruções claras são capazes de mudar o que os olhos enxergam.
Leia Também
É só olhar mais uma vez para Wall Street: mesmo com Jerome Powell, presidente do BC dos EUA, dizendo com todas as letras que um corte de juros é inadequado diante dos dados inflacionários atuais, boa parte do mercado ainda precifica uma queda na taxa básica para compensar uma crise mais ampla.
Na bolsa de valores, os índices acabam sendo apenas reflexos do cabo de guerra entre as duas pontas e, por hoje, os menos otimistas levaram a melhor — apagando completamente os ganhos exibidos até o início da fala de Powell.
Apesar do clima de cautela em Nova York e de mais um dia de forte baixa no preço do barril de petróleo — o que pressiona as ações das petroleiras —, o Ibovespa encerrou a sessão em queda mais contida, de 0,13%, aos 10.797 pontos.
Com uma recessão potencialmente próxima, o dólar à vista também sofreu. A moeda americana teve uma desvalorização de 1,09%, a R$ 4,9919, voltando a fechar abaixo da casa dos R$ 5.
Para amanhã, o mercado brasileiro tem uma nova imagem para analisar — a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa Selic na casa dos 13,75% ao ano.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
TROCA NA GESTÃO
Sob nova direção, fundo imobiliário acionista da Gramado Parks revela queda de 98,6% no valor da companhia após remarcação. O FII comunicou que a empresa, que é seu único ativo e está em recuperação judicial, foi remarcada de acordo com as demonstrações financeiras do ano passado.
NOVA ESTRUTURA
Marisa (AMAR3) anuncia reorganização com meta de economizar R$ 50 milhões por ano; saiba o que muda na varejista. A economia potencial vem em boa hora, já que a companhia encerrou o ano passado com um endividamento líquido de R$ 560 milhões.
DECEPÇÃO
Carrefour tem “BIG” prejuízo no 1T23, e ações levam tombo na B3; veja a reação ao balanço. Resultado negativo foi o primeiro do grupo francês desde que abriu o capital na B3.
RESULTADO FINANCEIRO
Gerdau tem lucro acima do esperado no 1T23 e anuncia dividendos; veja a reação das ações e dos analistas aos números. A Gerdau e a Metalúrgica Gerdau anunciaram, juntas, o pagamento de mais de R$ 1,2 bilhão em proventos aos acionistas.
OPERAÇÃO VENIRE
Bolsonaro sofre buscas da Polícia Federal com autorização de Alexandre de Moraes; ex-auxiliar Mauro Cid é um dos presos. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro do STF.
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos