Santander Brasil (SANB11) ainda sob pressão: lucro deve cair 40% no segundo trimestre — e a inadimplência ainda pode aumentar
O Santander Brasil também deve mostrar uma leve melhora na rentabilidade (ROE), mas ainda distante de Itaú e Banco do Brasil
A temporada de balanços do segundo trimestre já começou, mas ainda sem uma divulgação de peso até agora. Isso mudará na manhã desta quarta (26), com o Santander Brasil (SANB11) reportando seus números para o período — mas com dados que não devem ser particularmente animadores.
O Seu Dinheiro entrou em contato com sete grandes casas de análise, e todas são unânimes: o lucro do Santander será significativamente menor do que o visto há um ano. A média das projeções aponta para um ganho de R$ 2,468 bilhões, o que, se confirmado, representa uma queda de 39,6% na base anual.
É um desempenho que pode chocar, dado o tamanho da contração, mas que não chega a surpreender. Entre os analistas, o consenso é o de que o balanço do Santander até pode mostrar uma melhora qualitativa, mas ainda com inadimplência em alta e expansão fraca da carteira de crédito.
E mais: há uma série de dúvidas quanto ao impacto de algumas notícias que agitaram o banco — com destaque para a venda da Webmotors e as provisões ligadas à decisão do STF quanto à incidência de PIS e Cofins sobre receitas financeiras; o Santander estima um impacto de R$ 4,2 bilhões antes de impostos.
No lado da rentabilidade, a situação é a de "copo cheio ou copo vazio". Otimistas podem apontar uma expectativa de melhora sequencial do ROE; pessimistas tendem a enxergar os níveis ainda próximos dos 10%, bem abaixo de Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Veja abaixo um resumo das projeções para o lucro:
Projeções de lucro líquido para o Santander Brasil (SANB11) no 2T23 (em R$ milhões):
Leia Também
| Instituição | Santander Brasil estimativas de lucro no 2T23 (em R$ mi) |
| BTG Pactual | 2.784 |
| Santander | -- |
| Itaú BBA | 2.33 |
| Inter | 2.457 |
| UBS BB | 2.271 |
| XP | 2.537 |
| Goldman Sachs | 2.431 |
| Média das projeções | 2.468 |
| Santander Brasil no 2T22 | 4.084 |
| Variação a/a | -39,6% |
- ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE: o Seu Dinheiro consultou uma série de especialistas do mercado financeiro e preparou um guia completo para te ajudar a montar uma carteira de investimentos estratégica para a segunda “pernada” de 2023. Baixe aqui gratuitamente.
Santander Brasil (SANB11): a visão dos analistas
Em relatório, o UBS BB diz esperar por resultados "nebulosos" por parte do Santander Brasil. Além das duas questões já citadas, o banco suíço prevê que, no lado operacional, a carteira de empréstimos deverá mostrar uma expansão fraca, com alguma deterioração na qualidade dos ativos e risco ainda elevado.
"As margens (de clientes e mercado) podem ter uma pequena melhora sequencial, e a taxa de juros efetiva deve permanecer anormalmente baixa", escreve a equipe de analistas liderada por Thiago Batista, afirmando, ainda, que o Santander pode mostrar uma piora nos números de inadimplência.
Questões semelhantes são levantadas pelo Inter. Em relatório, o banco também diz esperar por um aumento no chamado NPL (non-performing loan, ou crédito não produtivo — um eufemismo para 'calotes'). Apesar disso, a dinâmica do dado da inadimplência pode trazer consigo fatores animadores.
"Podemos ver um sinal positivo na formação da inadimplência do banco, que deve continuar
mostrando efeitos positivos de renegociações, pé no freio nas concessões e mix de carteira mais
colateralizado do que safras passadas", escreve Matheus Amaral, analista do Inter.
Quanto à questão da decisão do STF, Amaral diz que há uma incerteza no ar: espera-se que o Santander Brasil provisione a cifra de R$ 4,2 bilhões, mas não se sabe como esse processo se dará — talvez a medida seja tomada apenas em balanços futuros.
Rentabilidade e outras questões
No campo da rentabilidade (ROE) do Santander Brasil, todos os analistas consultados pelo Seu Dinheiro esperam uma melhora tímida em relação ao primeiro trimestre deste ano: a média das projeções é de 11,6%, nível 1 ponto percentual (p.p.) acima dos 10,6% vistos entre janeiro e março.
Ainda assim, estamos falando de patamares bem abaixo de Itaú e Banco do Brasil, cuja rentabilidade gira na casa dos 20% — vale lembrar que, num passado não tão distante, o Santander brigava de igual para igual com o Itaú.
Projeções de rentabilidade (ROE) para o Santander Brasil (SANB11) no 2T23
| Instituição | Santander Brasil estimativas de rentabilidade no 2T23 |
| Santander | -- |
| Itaú BBA | 11,4% |
| Inter | 12,0% |
| UBS BB | 10,9% |
| XP | 11,5% |
| Goldman Sachs | 11,8% |
| Média das projeções | 11,6% |
| Santander Brasil no 1T23 | 10,6% |
| Variação t/t | +1 p.p. |
"O Santander deve ser um destaque negativo, com um ROE de 11% e resultados ligeiramente melhores, mas com pouca expansão da carteira de empréstimos, margem financeira (NII) fraca e inadimplência em alta", escreve a equipe de analistas do Itaú BBA, liderada por Pedro Leduc.
O balanço do Santander no segundo trimestre de 2023 será divulgado amanhã, antes da abertura dos mercados; a teleconferência com analistas e investidores está prevista para 10h.
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
