Para a Inter Asset, fundos imobiliários de tijolo ainda estão com desconto, mas não por muito tempo — veja até quando é possível aproveitar o “feirão” dos FIIs
Daniel Viana e Mauro Lima, diretores de investimentos imobiliários da asset, indicam quais segmentos do tijolo devem subir com o início de ciclo de queda dos juros
Por mais de três anos, os fundos imobiliários de tijolo — que investem em ativos reais como escritórios, shoppings e galpões logísticos — acumularam um desconto nas cotas. E a promoção foi cortesia de diversos fatores.
O primeiro deles foi a pandemia de covid-19, que trouxe um risco até então inédito para os gestores: o de ter que fechar as portas dos imóveis durante meses.
Com o desempenho — e os dividendos — já abalados pelas medidas de distanciamento social, depois os FIIs sofreriam ainda mais com os juros.
O ciclo de alta da taxa Selic, iniciado em março de 2021, pegou a indústria diretamente no pé de apoio: encareceu a emissão de dívida e os financiamentos imobiliários, dois pilares do investimento no setor.
É verdade que a superação da crise sanitária do coronavírus apagou parte dos temores dos investidores e fez com que os fundos caminhassem em terreno positivo nos últimos meses.
Mas os juros em patamares ainda elevados seguem castigando e impedem que alguns segmentos fechem a distância entre o valor patrimonial das cotas — uma espécie de “valor justo” para o portfólio — e a cotação na B3.
Leia Também
- LEIA TAMBÉM: Onde investir: 5 fundos imobiliários com desconto na B3 para quem busca ganho de capital e dividendos
Desconto com data para terminar?
A crença de que o Banco Central começará a reduzir a Selic fortaleceu-se no mercado e trouxe alívio nessa frente recentemente. Mas, para Daniel Viana, sócio-diretor de investimentos imobiliários da Inter Asset, ainda não desbloqueou todo o potencial dos FIIs.
“A formação de expectativa faz preço e o mercado anda razoavelmente rápido. Mas ainda não estamos em um momento de euforia, só em um cenário melhor perto do que passamos”, diz Viana, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Mauro Lima, que também é sócio-diretor da área de real estate da casa, relembra que o ciclo de queda ainda não começou de fato, e a imaterialidade do corte é o que segura as cotas: “É como se fosse uma mola encolhida e querendo expandir. O mercado está começando a se mexer, mas sem o fato concreto o ponto de inflexão ainda não chegou.”
Se uma queda tangível nos juros é o que os especialistas da Inter Asset citam como o fator capaz de desbloquear a alta dos fundos imobiliários de tijolo, o fim dos descontos pode ter data certa para terminar.
A expectativa é que a Selic sofra seu primeiro corte no final da próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC, em 2 de agosto. Ou seja: quem ainda deseja iniciar uma posição em FIIs de tijolo pagando mais barato pode ter menos de duas semanas para rotacionar a carteira.
Quais os setores de fundos imobiliários com maior potencial para lucrar com a queda dos juros
Se você é um desses investidores que não quer perder as últimas oportunidades para aproveitar o “feirão” dos FIIs, os especialistas do Inter indicam quais segmentos do tijolo estão posicionados para capturar as maiores valorizações com a queda dos juros.
Mauro Lima aponta a logística como um de seus favoritos. Na visão dele, a classe já vinha crescendo, despontou ainda mais com o fechamento de lojas físicas impulsionando o e-commerce e deve seguir evoluindo, à medida que os juros caiam e os consumidores retomem o poder de compra.
Mas o sócio-diretor da Inter Asset faz uma ressalva: é preciso escolher bem os ativos. “A pandemia jogou um holofote muito grande nesse segmento, permitindo algumas transações com condições muito fora do comum no mercado”, diz Lima. “Virou moda, ficou caro e agora a conta chegará para quem não fez a lição de casa direito.”
Para ele, outra classe com potencial é a de residencial para renda ou multifamily — como é chamado o segmento nos Estados Unidos, onde já está consolidado.
Daniel Viana, que conhece de perto o setor com a experiência no Luggo (LUGG11) — fundo imobiliário do Inter que loca apartamentos construídos pela subsidiária homônima da MRV (MRVE3) — diz que ele deve pagar os menores dividendos entre os FIIs, mas é o setor mais resiliente.
O residencial passa pelas crises de uma forma mais estável pois está na base da pirâmide de necessidade das pessoas. Elas precisam morar em algum lugar, então o segmento é quase contra cíclico. Mas, no Brasil, a precificação ainda precisa refletir melhor essa relação de risco e retorno como é feito em outros mercados em que esse é um investimento mais maduro
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEDaniel Viana, sócio-diretor de investimentos imobiliários da Inter Asset
Por fim, ambos os especialistas indicam que os fundos de lajes corporativas ainda são os mais desvalorizados entre as classes do tijolo e oferecem uma oportunidade de ganho de capital.
“A vacância da Faria Lima está em cerca de 5,3% e era próxima de 12% em 2019, antes da pandemia. Obviamente que os números são nichados, pois estamos falando de uma avenida, mas esse movimento acaba transbordando-se para os bairros adjacentes, que também vão ganhando preço”, argumenta Lima.
Já Viana relembra que os escritórios ainda sofrem com preocupações ligadas à adoção do modelo de trabalho à distância nas grandes empresas. Mauro Lima, por outro lado, não acredita que esse será um problema para o segmento.
Eu estudo o trabalho remoto desde 1996 e, para mim, o home office foi um túnel que atravessamos e agora estamos voltando à normalidade. Houve ainda uma humanização dos espaços com a criação de zonas para descompressão, cozinhas mais equipadas, entre outras medidas para valorizar o trabalhador
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEMauro Lima, sócio-diretor de investimentos imobiliários da Inter Asset
VEJA TAMBÉM — Nome no Serasa: sofri um golpe e agora estou negativado! O que fazer?
Inter quer encher a prateleira de fundos imobiliários e explorar novos segmentos
Os dois primeiros segmentos citados pelos diretores estão contemplados pelos fundos imobiliários atualmente geridos pelo Inter. Mas a asset do banco mineiro não deve parar por aí e, segundo Lima, pretende expandir a oferta de FIIs.
Vale destacar que o sócio-diretor, que tem mais de 30 anos de experiência no mercado de real estate, chegou a casa em maio deste ano e um de seus objetivos é justamente criar e gerir novos produtos.
Lima explica que, por enquanto, o foco é expandir os ativos já existentes — que incluem o já citado LUGG11 e o LOGCP Inter (LGCP11), voltado para logística.
No futuro, a casa pretende oferecer FIIs para todas as principais classes da indústria: “Tudo tem seu tempo, principalmente quanto ao momento do mercado. Mas a ideia é ter uma prateleira completa de ponta a ponta, passando por todas as estratégias do tijolo e também pelos hedge funds.”
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
