Depois de sair do Assaí (ASAI3), Casino vai colocar o Pão de Açúcar (PCAR3) à venda — e ações reagem em forte queda na B3. Quem vai comprar?
Venda do Grupo Pão de Açúcar é citada de passagem no plano estratégico do Casino, que pretende sair definitivamente da América Latina

As aventuras do grupo Casino ao sul do Equador remetem em parte à história da França Equinocial. Começaram repletas de ímpeto e sonhos grandiosos nos trópicos, mas tiveram duração relativamente curta e saída à francesa.
Cerca de duas décadas depois de entrar como sócio minoritário e crescer até comprar o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) de Abílio Diniz, o Casino anunciou nesta segunda-feira (26) que pretende se retirar definitivamente da América Latina — tal qual ocorreu com a empreitada colonial de seus antepassados no norte e no nordeste do Brasil no século 17.
Discretamente, no meio das mais de 50 páginas de seu mais recente plano estratégico, o endividado grupo francês informa que vai vender o restante de suas participações no colombiano Éxito e no Pão de Açúcar.
O anúncio ocorre apenas uma semana depois de o Casino ter levantado mais de R$ 2 bilhões com a venda do que restava de sua fatia na rede de atacarejo Assaí (ASAI3).
Diante da frágil situação do grupo francês, a notícia está longe de ser uma surpresa. Mesmo assim, as ações do Pão de Açúcar (PCAR3) reagem em forte queda de mais de 5% hoje na B3.
Primeiro o Éxito, depois o Pão de Açúcar
O plano estratégico do Casino inclui a futura venda das duas redes sul-americanas de supermercados em meio a uma série de medidas destinadas a “reforçar a liquidez” e a assegurar uma “estrutura de capital perene” para a matriz, mas não traz muitos detalhes.
Leia Também
Em notas de rodapé, o Casino informa que pretende vender ainda em 2023 uma parte de sua participação no Éxito por 200 milhões de euros, quantia equivalente a R$ 1,04 bilhão na cotação de hoje.
Para 2024, a expectativa é de levantar mais 1 bilhão de euros — ou R$ 5,2 bilhões — em desinvestimentos, o que incluiria o que restar da participação no Éxito e, finalmente, a venda do Grupo Pão de Açúcar.
Em 2022, a operação latino-americana foi responsável por pouco mais da metade do faturamento de 33,6 bilhões de euros do Casino. O grupo fechou o ano passado com quase mil lojas no Brasil, mais de 2,1 mil na Colômbia, 96 no Uruguai e 33 na Argentina.
- Day trade com 82,4% de acerto e retorno médio de R$ 35 por dia: entre para as salas de trading ao vivo da Empiricus Investimentos e receba recomendações de especialistas totalmente de graça para buscar resultados como esses. [LIBERE SEU ACESSO GRATUITO AQUI]
Quem vai comprar?
Enquanto o Casino entrega os anéis para não perder os dedos em meio a uma reestruturação, o anúncio de que o grupo francês sairá do Pão de Açúcar em 2024 ocorre em um momento delicado para o varejo brasileiro.
Já prejudicado pelo elevado nível da taxa básica de juros, o setor ainda lida com o baque da fraude multibilionária admitida pela Americanas (AMER3).
No momento, porém, ainda não é possível especular em relação a potenciais compradores para o Pão de Açúcar, dizem analistas do JP Morgan.
De acordo com eles, o alto nível de endividamento do grupo pode inibir o interesse pela varejista.
Já a qualidade dos pontos comerciais pode funcionar como um atrativo — embora a maior parte dos imóveis não seja de propriedade do grupo, ainda segundo o JP Morgan.
Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?
Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis
Mercado Livre (MELI34) é a ação favorita do Safra para tempos difíceis: veja os três motivos para essa escolha
O banco é otimista em relação ao desempenho da gigante do comércio eletrônico, apesar do impacto das “dores de crescimento” nos resultados de curto prazo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Mil e uma contas a pagar: Bombril entrega plano de recuperação judicial para reestruturar dívida de mais de R$ 2 bilhões
Companhia famosa por seus produtos de limpeza entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, alegando dívidas tributárias inconciliáveis
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Natura (NTCO3) renova contrato de locação de imóvel do FII BRCO11 e cotas sobem mais de 2% na bolsa hoje
Com a renovação do acordo pela Natura, o fundo imobiliário parece ter deixado para trás a fase de pedidos de rescisão antecipada dos contratos de locação de seus imóveis
Mobly (MBLY3) acusa família Dubrule de ‘crime contra o mercado’ e quer encerrar OPA
Desde março deste ano, a família Dubrule vem tentando retomar o controle da Tok&Stok através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA)
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)