Gestora do DEVA11, fundo imobiliário vítima de calotes da Gramado Parks, abre sete processos contra emissor de títulos e questiona “waiver”
A Devant Asset abriu sete processos para “possibilitar o acesso aos documentos que evidenciam e justificam movimentações financeiras” envolvendo CRIs inadimplentes
Correção: a matéria original informava incorretamente que a Gramado Parks e a RTSC fazem parte do mesmo grupo econômico. Segue a íntegra da reportagem atualizada, incluindo a posição da Fortesec:
Se há uma coisa que os investidores de fundos imobiliários não podem reclamar é de monotonia nos mercados. A Devant Asset, gestora do FII Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) — vítima de calotes da Gramado Parks —, iniciou uma extensa batalha judicial contra a Forte Securitizadora (Fortesec).
A Fortesec é a emissora dos CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) da Gramado Parks, o grupo de turismo e hotelaria que roubou os holofotes neste ano após deixar de fazer os pagamentos de juros e amortizações dos títulos em março.
Mas voltemos à briga judicial. Há quase dois meses, a gestora havia anunciado a intenção de acionar a Justiça contra a Fortesec devido à falta de sucesso nas tentativas extrajudiciais de contato para conseguir informações sobre os títulos inadimplentes.
As solicitações envolvem principalmente esclarecimentos sobre os processos relacionados às operações de Gramado Parks, Resort do Lago e Búzios, outros dois CRIs inadimplentes.
Do seu lado, a Fortesec, alega que os sócios minoritários da Devant (Bruno Eiras e David Camacho) "buscam instrumentalizar seus relatórios, as assembleias de investidores e ações judiciais, em meio a uma campanha de ataques que tem promovido contra a securitizadora, em benefício próprio". Você pode ler a íntegra do posicionamento no fim desta reportagem.
Leia Também
Petrobras (PETR4): por que ação fechou o ano no vermelho com o pior desempenho anual desde 2020
Os processos da gestora do DEVA11
Ao todo, a Devant Asset abriu sete processos contra a securitizadora para “possibilitar o acesso aos documentos que evidenciam e justificam movimentações financeiras”, de acordo com o novo relatório gerencial do DEVA11.
“Tentamos diversos contatos com representantes da Fortesec para obtermos esclarecimentos sobre movimentações atípicas de recursos provenientes do investimento nos CRI que nos causaram estranheza, a fim de averiguar o ocorrido e garantir a estrita observância das regras aplicáveis. A Fortesec, contudo, não nos concedeu qualquer retorno”, escreveu a gestora.
A Devant solicitou esclarecimentos sobre transações e extratos da conta centralizadora dos meses de janeiro a agosto de 2023. De acordo com a companhia, a intenção era “assegurar que os recursos das operações estavam sendo utilizados conforme a destinação prevista”.
“Apesar de todos os esforços, a Fortesec não prestou qualquer esclarecimento nem disponibilizou qualquer documento.”
É importante ressaltar que a Devant e a Forte Securitizadora pertenciam ao mesmo grupo econômico: a holding RTSC. A Devant ainda pertence à RTSC. Porém, a gestora destaca a independência em relação ao conglomerado e a busca por “proteger os interesses dos investidores do DEVA11”.
Onde investir em novembro: ações, dividendos, FIIs, BDRs, criptomoedas - Veja indicações gratuitas
DEVA11: Vem mais processo por aí?
A desavença entre a Devant Asset e a Fortsec não deve parar nos processos que já foram abertos. Isso porque a gestora do fundo imobiliário DEVA11 ainda cogita entrar na Justiça para questionar uma das assembleias que concedeu “waiver” à Gramado Parks no pagamento das dívidas com os investidores.
No mês passado, a Fortesec convocou assembleias para cada CRI para discutir uma renegociação de títulos que apresentassem problemas no pagamento, incluindo os da Gramado Parks.
De acordo com a Devant, as operações relacionadas à Gramado Parks são divididas em dois perfis: um CRI de lastro pulverizado que antecipou os recebíveis de empreendimentos específicos — como GVI, Gramado BV e Aquan Prime — e um CRI corporativo composto por Brasil Parques, GPK A|B e GPK II.
A intenção das assembleias convocadas pela Fortesec era conceder waiver às devedoras para sustar os efeitos de vencimento antecipado e por eventuais outros descumprimentos de obrigações previstas.
“Em tais assembleias, realizadas por videoconferência, os investidores foram obrigados a permanecer em silêncio e não puderam solicitar esclarecimentos fundamentais para as deliberações”, escreveu a gestora.
“Embora o chat estivesse disponível, pouquíssimos dos questionamentos feitos foram respondidos ou foram respondidos de forma evasiva. Ficou evidente, a todos os presentes, o desinteresse da Fortesec em esclarecer os questionamentos.”
Vale lembrar que cada CRI contou com uma assembleia específica e um acordo distinto. Você pode ler aqui a íntegra do relatório da Devant.
O fundo imobiliário DEVA11
Apesar dos problemas com a Gramado Parks, a Devant Asset não deixou os cotistas na mão no que diz respeito a proventos no mês passado.
A gestora distribuiu um total de R$ 6,8 milhões em rendimentos em setembro, equivalente a R$ 0,49 por cota, com isenção de imposto de renda. O montante resultou em um dividend yield de 1,22% em setembro e de 13,1% em um ano.
Na B3, porém, o retorno das cotas reflete a incerteza em relação aos créditos que o fundo possui. Com mais de 131 mil cotistas, o DEVA11 acumula queda de 47,58% nos últimos 12 meses.
Fortesec responde
A Fortesec encaminhou um posicionamento oficial relacionado ao relatório da Devant. Leia a seguir a íntegra:
Este mesmo veículo publicou em 19/10 que os CRIs da Gramado Parks foram renegociados em 90,8% dos títulos que apresentavam problemas no pagamento. Os sócios minoritários da Devant (Bruno Eiras e David Camacho), neste momento, votaram contra esta negociação. A iniciativa é inédita e única durante um processo de recuperação judicial de qualquer empresa. Durante a negociação foi acertado que não haverá haircut ou qualquer outro prejuízo para os investidores.
A empresa reitera que todas as informações exigidas pela lei e pela regulamentação em vigor (incluindo a Lei nº 14.430/2022 e a Resolução CVM nº 60/2021CVM) são devidamente divulgadas e estão à disposição dos investidores.
Infelizmente, os sócios minoritários da Devant (Bruno Eiras e David Camacho) buscam instrumentalizar seus relatórios, as assembleias de investidores e ações judiciais, em meio a uma campanha de ataques que tem promovido contra a Securitizadora, em benefício próprio, e não dos interesses do patrimônio separado e dos demais investidores da operação. Esta conduta tem o objetivo de alavancar sua posição em um conflito societário que sequer envolve a securitizadora. Importante esclarecer que a empresa vai tomar as medidas cabíveis contra estas iniciativas do Bruno Eiras e David Camacho.
Perto da privatização, Copasa (CSMG3) fará parte do Ibovespa a partir de janeiro, enquanto outra ação dá adeus ao índice principal
Terceira prévia mostra que o índice da B3 começará o ano com 82 ativos, de 79 empresas, e com mudanças no “top 5”; saiba mais
3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
O banco projeta alta de 13% do S&P 500 no próximo ano, sustentada por lucros fortes e recuperação gradual da economia dos EUA. Ainda assim, riscos seguem no radar
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
