A medida do BC de Campos Neto que pode liberar mais dividendos para Itaú e Itaúsa
Bancos como o Itaú precisarão ter mais capital para lidar com risco operacional a partir de 2025, mas já contam hoje com excesso de reservas, que podem virar dividendos

O Banco Central comandado por Roberto Campos Neto divulgou uma resolução ontem para a qual poucos deram bola. Mas trata-se de uma medida que tem o potencial de destravar o pagamento de dividendos dos grandes bancos, como o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3).
Por tabela, a notícia também é positiva para os acionistas da Itaúsa (ITSA4). A holding tem participação no Itaú e, portanto, é uma das maiores beneficiárias de eventuais dividendos.
Em suma, a Resolução nº 356 trata dos requerimentos de capital que os bancos precisam manter no balanço para lidar com o chamado risco operacional — a possibilidade de perdas com eventos externos ou de problemas com processos internos, pessoas ou sistemas, incluindo o risco legal.
Assim, a partir de 2025 não só o Itaú como as demais instituições financeiras precisarão ter mais recursos no balanço para lidar com esses eventos. A estimativa é de um requerimento adicional de aproximadamente R$ 34 bilhões em todo o sistema financeiro, de acordo com o Banco Central.
No pregão desta quarta-feira, as ações do Itaú (ITUB4) subiam 1% por volta das 14h25. No mesmo horário, os papéis da Itaúsa (ITSA4) operavam em alta de 0,42% e as do Banco do Brasil (BBAS3), de 0,19%.
TOUROS E URSOS - MAGAZINE LUIZA (MGLU3) E CASAS BAHIA (BHIA3): O QUE REALMENTE DEU ERRADO?
Como a medida pode liberar o Itaú a pagar mais dividendos
Vale destacar que essa não é uma iniciativa isolada de Campos Neto e do BC brasileiro. A resolução faz parte da adaptação da regulação às normas internacionais de Basileia 3. A ideia da atualização das regras de capital é evitar novas crises como a de 2008.
Leia Também
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
Mas se a regra que o BC editou ontem vai exigir mais capital dos bancos, porque a medida pode liberar o Itaú para pagar mais dividendos?
Primeiro, porque a implementação da norma ocorrerá em fases até 2028, o que vai suavizar o impacto da medida, de acordo com o próprio BC. Havia o receio no mercado de que a exigência de capital viesse de uma vez só.
A segunda razão para a expectativa de mais dividendos é o fato de o Itaú e outros bancos já estarem preparados para a medida. Ou seja, eles já vinham retendo uma parcela dos lucros bilionários no balanço "à espera de Campos Neto".
Nas contas do UBS BB, apenas o Itaú conta com R$ 13,8 bilhões a mais do que o necessário para manter o nível de capital no nível considerado adequado pelo banco.
Se resolvesse distribuir esse dinheiro aos acionistas, o valor representaria um retorno com dividendos (dividend yield) potencial de 5%, de acordo com os analistas.
Além disso, o pagamento de dividendos e a consequente redução de capital melhorariam a rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) do Itaú. Sob essa ótica, o ROE do banco teria sido de 22,3% no terceiro trimestre, e não de 21,1%, ainda de acordo com o UBS BB.
Na visão do JP Morgan, tanto o Itaú como o Banco do Brasil poderiam elevar o percentual de distribuição do lucro aos acionistas (payout) para até 60% mesmo com a exigência maior de capital.
Aliás, o BB já possui como política pagar pelo menos 40% do resultado em dividendos. Os analistas esperam a manutenção desse nível em 2024 e um aumento para 50% no ano seguinte.
Como foi a safra de balanços dos bancões:
- A estrela roxa brilha! Nubank tem lucro de US$ 355,6 milhões no 3T23 e supera de longe a expectativa
- Bradesco (BBDC4) tem lucro 11,5% menor no 3T23 e fica na lanterna em rentabilidade entre grandes bancos
- Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro de R$ 8,785 bilhões no 3T23, mas mesmo assim frustra expectativa
- Itaú (ITUB4): lucro do “melhor aluno da classe” dos bancões privados atinge R$ 9 bilhões no 3T23
- Santander (SANB11): lucro cai 12,6% no 3T23, mas fica pouco acima das projeções do mercado
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim
Ação do Assaí (ASAI3) ainda está barata mesmo após pernada em 2025? BB-BI revela se é hora de comprar
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 para R$ 14 por ação; saiba o que fazer com os papéis
O que esperar dos mercados em 2026: juros, eleições e outros pilares vão mexer com o bolso do investidor nos próximos meses, aponta economista-chefe da Lifetime
Enquanto o cenário global se estabiliza em ritmo lento, o país surge como refúgio — mas só se esses dois fatores não saírem do trilho
Tempestade à vista para a Bolsa e o dólar: entenda o risco eleitoral que o mercado ignora
Os meses finais do ano devem marcar uma virada no tempo nos mercados, segundo Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital
FII BMLC11 leva calote da Ambipar (AMBP3) — e investidores vão sentir os impactos no bolso; cotas caem na B3
A Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado, e a crise atinge em cheio os dividendos do FII
Ouro ultrapassa o nível de US$ 4 mil pela primeira vez por causa de incertezas no cenário global; o metal vai conseguir subir mais?
Shutdown nos EUA e crise na França levam ouro a bater recorde histórico de preço
Fundos de ações e multimercados entregam 21% de retorno no ano, mas investidores ficam nos 11% da renda fixa, diz Anbima
Mesmo com rentabilidade inferior, segurança da renda fixa mantém investidores estagnados, com saídas ainda bilionárias das estratégias de risco
MXRF11 mira captação recorde com nova emissão de até R$ 1,25 bilhão
Com uma base de 1,32 milhão de cotistas e patrimônio líquido de mais de R$ 4 bilhões, o FII mira sua maior emissão
O que foi tão ruim na prévia operacional da MRV (MRVE3) para as ações estarem desabando?
Com repasses travados na Caixa e lançamentos fracos, MRV&Co (MRVE3) decepciona no terceiro trimestre
Ouro fecha em alta e se aproxima da marca de US$ 4 mil, mas precisa de novos gatilhos para chegar lá, dizem analistas
Valor do metal bate recorde de preço durante negociações do dia por causa de incertezas políticas e econômicas
Fundo imobiliário favorito dos analistas em outubro já valorizou mais de 9% neste ano — mas ainda dá tempo de surfar a alta
A XP Investimentos, uma das corretoras que indicaram o fundo em outubro, projeta uma valorização de mais 9% neste mês em relação ao preço de fechamento do último pregão de setembro
Ibovespa fica entre dois mundos, enquanto RD Saúde (RADL3) brilha e Magalu (MGLU3) amarga o pior desempenho da semana
O principal índice de ações da B3 encerrou a semana em baixa de 0,86%, aos 144.201 pontos. Após um setembro de fortes valorizações, o início de outubro mostrou um tom mais negativo
Verde coloca o ‘pézinho’ em ações brasileiras — mas liga alerta sobre a situação do país
Em carta divulgada na sexta-feira (3), a gestora mostrou a retomada marginal de apostas na bolsa local, mas soou o alarme para o impacto da nova isenção de IR e para a postura mais dura do BC
Onde investir em outubro: ações para renda passiva, ativo com retorno de 20% e nomes com exposição à China são as indicações da Empiricus
Em novo episódio, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho na temporada de balanços do terceiro trimestre e na possível queda dos juros
Serena Energia (SRNA3) revela preço e datas para a OPA para deixar a B3 e fechar o capital
Preço por ação é ligeiramente inferior ao preço do último fechamento; leilão está marcado para 4 de novembro
Com bolsas dos EUA nas máximas históricas, onde o Santander vê oportunidades em BDRs?
Ao Seu Dinheiro, Ricardo Peretti e Lucas de Barros Serra revelaram as perspectivas para os papéis na gringa que podem se beneficiar do corte de juros
Copa do Mundo 2026: veja quais ações comprar para lucrar com o campeonato, segundo a XP
Para quem quer ter uma carteira de torcedor, a corretora recomenda investir em empresas patrocinadoras do evento ou ligadas ao turismo
Ouro bate novos recordes e fecha em alta, após romper os US$ 3.900 pela primeira vez — e valorização não deve parar
Metal precioso teve sua quinta alta consecutiva nesta quarta e renovou máximas intradiária e de fechamento
Ibovespa disparou 100% das vezes que os juros caíram no Brasil, diz estudo — e cenário atual traz gatilhos extras
Levantamento da Empiricus mostra que a média de valorização das ações brasileiras em 12 meses após o início dos cortes é de 25,30%
Investir em ações ESG vale a pena? Estudo da XP mostra que sim, com impacto positivo no risco
Relatório revela que excluir empresas com notas baixas em sustentabilidade não prejudica os retornos e pode até proteger a carteira em ciclos de baixa