Cansado da volatilidade das criptomoedas e da bolsa? Veja 12 ativos de renda fixa para investir seu dinheiro e ir dormir
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar, possibilitando ao investidor ganhar dinheiro com muito menos risco

Os ativos de risco, como ações e criptomoedas, estão vivendo tempos difíceis diante da perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, inflação disseminada no mundo e a possibilidade de desaceleração econômica - ou mesmo recessão - que se descortina à frente.
O aperto monetário americano promete ser severo, enxugando a liquidez que outrora inundou os mercados de criptomoedas e de ações. Com isso, descortinaram-se os exageros e, entre os ativos digitais, morrem ou agonizam os projetos menos sólidos, mesmo os que já foram grandes, como Terra (LUNA) ou Solana (SOL) - o que evidentemente contamina todo esse mercado.
Depois de um rali em que praticamente dobrou de valor, do pior momento da pandemia até o seu topo, no último mês de novembro, o índice S&P 500, de ações americanas, acumula uma queda de mais de 10% e devolveu, na primeira metade de 2022, praticamente todo o ganho do ano passado, retornando ao patamar de março de 2021.
Já no bem mais volátil mercado cripto, o bitcoin, principal ativo digital do mundo, subiu mais de 1.000% em dólar, do pior momento da pandemia até o seu melhor momento em novembro do ano passado, e desde então acumula um tombo de mais de 50%, o que o levou de volta à casa dos US$ 30 mil, mesmo patamar de julho de 2021.
A bolsa brasileira ainda consegue manter um retorno acumulado positivo no ano, de pouco mais de 3%, mas é importante lembrar que, em meio à farra do dinheiro barato e o rali em Nova York, o Ibovespa ficava para trás. E agora as incertezas para o restante de 2022 preocupam.
É chover no molhado dizer que, quando os preços caem e os juros estão altos é que é hora de comprar ativos de risco bons e baratos. Mas para isso é preciso ter sangue frio e visão de longo prazo, e não é todo mundo que tem estômago.
Leia Também
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Muitas pessoas físicas, aliás, começam a investir sem objetivos claros, diversificação ou conhecimento sobre investimentos. E em momentos como o que vivemos agora, saem correndo dos ativos de risco.
Está aí o histórico de resgates líquidos recentes dos fundos de ações e multimercados para não me deixar mentir: em 2022, os fundos de ações tiveram resgates líquidos no valor de R$ 47 bilhões, enquanto os multimercados viram resgates líquidos de R$ 55 bilhões, segundo a Anbima. Em contrapartida, fundos de renda fixa tiveram captação líquida de quase R$ 100 bilhões.
Nos mercados de ações e de criptomoedas, não faltam histórias de investidores que queriam só “fazer um dinheirinho” rapidamente, devido ao potencial desses tipos de ativos de dar um grande retorno em pouco tempo. Nos momentos de bonança, a tentação, de fato, é grande.
Mas, nas horas boas ou más, essa grande rentabilidade não vem sem risco. E, dependendo das circunstâncias, da mesma forma que você pode ter um retorno alto em pouco tempo, também pode perder tudo logo em seguida, caso não realize seus lucros. É o que temos visto neste último ano.
A boa notícia é que circunstâncias econômicas mais desafiadoras não significam ausência de oportunidade - sempre existem ativos que se beneficiam dos momentos difíceis.
Aliás, no Brasil, mesmo o investidor curto-prazista, que não quer dedicar muito tempo aos investimentos e deseja só “fazer uma grana rápida”, encontra boas oportunidades, e até mais seguras que as ações ou, principalmente, as criptomoedas.
Seja você um investidor com visão de longo prazo, que gosta de manter a carteira diversificada em qualquer cenário, seja simplesmente alguém que está de saco cheio de passar mal com as oscilações da bolsa ou do mundo cripto, com a Selic nos dois dígitos, o que não faltam são ativos de baixíssimo risco na renda fixa para ganhar dinheiro sem fazer esforço - inclusive em prazos curtos.
Está certo, não estamos falando de 1.000% de retorno em dois anos. Mas considerando que você pode deixar o seu dinheiro ali e ir tomar água de coco na praia, sem precisar pensar, sem ter trabalho ou estresse e ainda saber quanto vai ganhar, a rentabilidade está é boa demais.
Uma pesquisa rápida
Para provar meu ponto, resolvi fazer uma pesquisa rápida: levantar, no comparador Yubb, os ativos de renda fixa para um investimento de 12 meses (1 ano), com aplicações iniciais de R$ 1 mil e R$ 5 mil, para ficar só nos valores mais baixos e acessíveis.
Destes, selecionei somente aqueles que estão pagando um retorno estimado líquido de 12% ao ano ou mais, independentemente do indexador (se atrelados à inflação, prefixados ou indexados ao CDI). Isso dá aí o equivalente, mais ou menos, àquele 1% ao mês que o brasileiro gosta.
A pesquisa me retornou uma seleção de Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), além de uma Letra de Câmbio (LC), que são ativos emitidos por bancos ou financeiras e que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O FGC é a mesma garantia da caderneta de poupança e das contas correntes e cobre investimentos de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, em caso de quebra da instituição emissora do papel. Há ainda um limite global de cobertura de R$ 1 milhão por CPF, somando-se todas as instituições emissoras dos papéis da carteira.
Os resultados da minha busca você confere a seguir:
LCAs de 12% ao ano
Para os amantes de números redondos, há LCAs prefixadas pagando 12,00% no prazo de um ano - e esta é a rentabilidade líquida, dado que esses ativos são isentos de imposto de renda.
O banco Daycoval oferece uma de emissão própria, com aplicação mínima de R$ 1 mil. Já a Nu Invest, área de investimentos do Nubank, oferece uma de emissão do banco BBM, com aplicação mínima de R$ 1.000,39.
Banco ABC Brasil: LCAs pré e IPCA na própria plataforma
A plataforma de investimentos para a pessoa física do ABC Brasil, o ABC Personal, tem algumas das melhores ofertas de renda fixa do levantamento, em termos de rentabilidade líquida: duas LCAs e um CDB de emissão do próprio banco e oferecidos pela plataforma, todos com investimento mínimo de apenas R$ 1 mil.
A LCA atrelada à inflação está pagando 5,37% mais IPCA em um ano, isento de IR, o que totaliza, segundo estimativas do Yubb, 13,68% de retorno neste período de 12 meses; já a prefixada está pagando 12,64% no período, também isento de IR.
Finalmente, o CDB, também atrelado à inflação, remunera 6,89% + IPCA, um retorno bruto estimado de 15,32% em um ano, com um líquido de 12,64%, descontando-se o IR de 17,5%, alíquota válida para aplicações de mais de 360 e menos de 720 dias.
BTG Pactual: CDB IPCA distribuído em mais de uma instituição financeira
O título de um ano para aplicações de baixo valor mais rentável do BTG é o CDB atrelado à inflação de emissão do próprio banco, que está pagando 7,03% ao ano mais IPCA. A aplicação mínima é de R$ 1 mil.
Segundo as estimativas do Yubb, o retorno bruto estimado, nesse caso, é de 15,47%, o que corresponde a 12,76% líquidos, após descontado o imposto de renda de 17,5%, válido para investimentos com mais de 360 e menos de 720 dias corridos.
Além de conseguir essa rentabilidade investindo por meio do próprio BTG, também é possível ter acesso a este papel com o mesmo retorno pela Vitreo, empresa do mesmo grupo empresarial que o BTG e o Seu Dinheiro. Porém, na Vitreo, a aplicação mínima é de R$ 5 mil.
O CDB IPCA do BTG também é o título de renda fixa mais rentável para baixos valores de aplicação e prazo de um ano na Ágora, na Nova Futura e no modalmais, porém com remunerações um pouco menores. Veja quanto ele paga e qual o valor mínimo de aplicação nessas instituições financeiras:
CDB IPCA BTG Pactual
Por onde investir | Rentabilidade (a.a.) | Retorno bruto estimado (a.a.) | Retorno líquido estimado (a.a.) | Aplicação mínima |
No próprio BTG e na Vitreo | 7,03% + IPCA | 15,47% | 12,76% | R$ 1 mil no BTG e R$ 5 mil na Vitreo |
Ágora | 6,86% + IPCA | 15,29% | 12,61% | R$ 1 mil |
Nova Futura | 6,73% + IPCA | 15,15% | 12,50% | R$ 5 mil |
modalmais | 6,63% + IPCA | 15,04% | 12,41% | R$ 1 mil |
Na Guide, CDB e LCA atrelados à inflação
Na Guide, para uma aplicação mínima de R$ 1 mil há dois CDBs atrelados à inflação que pagam 6,60% + IPCA, um do Banco Pan e outro do Banco Alfa.
Nestes casos, o retorno bruto estimado pelo Yubb é de 15,01%, o equivalente a uma rentabilidade líquida de 12,38% em um ano, após o desconto do IR de 17,5%, alíquota aplicável aos prazos entre 360 e 720 dias.
Já para uma aplicação de R$ 5 mil, é possível obter uma LCA do ABC Brasil que paga 4,55% + IPCA, um retorno estimado em 12,80% em um ano e isento de IR.
Na XP e na Rico, diversas opções
A XP e a Rico, que são parte do mesmo grupo empresarial, em geral distribuem os mesmos produtos de renda fixa, e o cardápio é vasto.
Para aplicações mínimas de R$ 1 mil, as melhores pedidas são o CDB IPCA do Banco Fibra, oferecido por ambas, e o CDB prefixado do Voiter, encontrado somente na XP, segundo o Yubb.
O CDB IPCA do Banco Fibra paga 6,60% + IPCA, um retorno bruto estimado de 15,01% no ano, ou líquido de 12,38%, após descontado o IR de 17,5%, válido para aplicações com prazo entre 360 e 720 dias.
Já o CDB do Voiter paga 15,00% ao ano, um retorno líquido de 12,37%, após o desconto do IR. Na mesma XP, quem estiver disposto a colocar um pouco mais de dinheiro tem outras opções de prefixados que pagam 15,00% ao ano: uma Letra de Câmbio das Pernambucanas e um CDB do Fibra.
Finalmente, para aplicações a partir de R$ 5 mil, é possível também acessar, tanto na Rico quanto na XP, uma LCA do ABC Brasil que remunera 4,40% + IPCA, já isento de IR, o que resulta em um retorno estimado líquido de 12,64% no ano.
Título | Aplicação mínima | Rentabilidade (a.a.) | Retorno bruto estimado (a.a.) | Retorno líquido estimado (a.a.) | Onde encontrar |
LCA do ABC Brasil | R$ 5 mil | 4,4% + IPCA | 12,64% | 12,64% | Rico e XP |
CDB do Banco Fibra | R$ 1 mil | 6,60% + IPCA | 15,01% | 12,38% | Rico e XP |
CDB do Voiter | R$ 1 mil | 15,00% | 15,00% | 12,37% | XP |
LC das Pernambucanas | R$ 1.046,11 | 15,00% | 15,00% | 12,37% | XP |
CDB do Banco Fibra | R$ 1.634,82 | 15,00% | 15,00% | 12,37% | XP |
Na Órama, duas opções da BRK Financeira
Finalmente, na Órama, há duas ofertas de CDBs da BRK Financeira para aplicações mínimas de R$ 5 mil.
O CDB atrelado à inflação paga 6,54% + IPCA, retorno estimado em 14,95% em um ano, pelo Yubb. Após o desconto de IR de 17,5%, alíquota válida para aplicações de prazos entre 360 e 720 dias corridos, a rentabilidade líquida é estimada em 12,33% no período.
Já o CDB indexado ao CDI, cuja remuneração varia de acordo com a flutuação da taxa básica de juros, oferece rentabilidade de CDI + 2,21%, o que corresponde a 120% do CDI. Após o desconto de IR de 17,5%, a rentabilidade líquida estimada é de 12,05% em um ano.
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados
O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
CDBs do Banco Master pagam até 160% do CDI no mercado secundário após investidores desovarem papéis com desconto
Negócio do Master com BRB jogou luz nos problemas de liquidez do banco, o que levou os investidores a optarem por resgate antecipado, com descontos de até 20%; taxas no secundário tiram atratividade dos novos títulos emitidos pelo banco, a taxas mais baixas
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Banco Master diminui taxas de CDBs em meio à possível compra pelo BRB; veja como ficam as remunerações agora
O grupo Master já soma R$ 52 bilhões em CDBs investidos, mas o Banco de Brasília assumiria apenas uma parte desse passivo — que agora pode aumentar ainda mais
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Como fica a garantia de R$ 250 mil dos CDBs de Banco Master e Will Bank caso a aquisição do grupo pelo BRB saia do papel?
Papéis passariam para o guarda-chuva do BRB caso compra do Banco Master pela instituição brasiliense seja aprovada
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Conservador, sim; com retorno, também: como bater o CDI com uma carteira 100% conservadora, focada em LCIs, LCAs, CDBs e Tesouro Direto
A carteira conservadora tem como foco a proteção patrimonial acima de tudo, porém, com os juros altos, é possível aliar um bom retorno à estratégia. Entenda como
Nova faixa do Minha Casa Minha Vida deve impulsionar construtoras no curto prazo — mas duas ações vão brilhar mais com o programa, diz Itaú BBA
Apesar da faixa 4 trazer benefícios para as construtoras no curto prazo, o Itaú BBA também vê incertezas no horizonte
Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Debêntures da Equatorial se destacam entre as recomendações de renda fixa para investir em março; veja a lista completa
BB e XP recomendaram ainda debêntures isentas de IR, CRAs, títulos públicos e CDBs para investir no mês
Vencimento de Tesouro Selic paga R$ 180 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
Simulamos o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro Selic e em outros papéis de renda fixa
Tesouro Direto pagou R$ 29 bilhões em juros do Tesouro IPCA+, e mais R$ 180 bilhões do Tesouro Selic aguardam; onde reinvestir a bolada?
Tesouro IPCA+ pagou juros semestrais, e no início de março vence um Tesouro Selic; veja opções de ativos de renda fixa para reinvestir os recursos
Poupança vê ‘debandada’ de R$ 26,2 bilhões em janeiro, maior saque líquido em dois anos; veja o que pode ter motivado os resgates
O ano de 2024 também terminou com saques líquidos na poupança, desta vez no valor de R$ 15,467 bilhões. Alta de juros pode ser um dos fatores por trás do desempenho negativo
Uma renda nem tão fixa assim: Ibovespa reage a balanços enquanto investidores monitoram Trump e decisão de juros na Inglaterra
Itaú reporta lucro líquido maior do que se esperava e anuncia dividendos extraordinários e recompra de ações multibilionária