A 100 dias das eleições, veja quem já desistiu e quem ainda está no páreo na disputa contra Lula e Bolsonaro
Confira um panorama do que você precisa saber sobre a votação que pode mudar o destino do Brasil
Foi num piscar de olhos. Se até outro dia a TV bombardeava os jovens com campanhas para tirar o título para as eleições deste ano, agora chegou a hora de acompanhar as pesquisas de intenção de voto, os pré-candidatos e as diretrizes de programas de governo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destacou nesta quinta-feira (23) que faltam 100 dias para que os brasileiros compareçam às urnas. Embora a campanha só comece oficialmente em agosto, a contagem regressiva tem caráter simbólico.
Conforme se aproxima o prazo da ida às urnas, a disputa se torna cada vez mais acirrada. Vários pretendentes a quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deixaram o páreo da corrida eleitoral.
Durante abertura da sessão no TSE, o ministro Edson Fachin lembrou do marco dos 100 dias e afirmou que a “Justiça Eleitoral está pronta para realizar eleições transparentes, limpas e seguras, como tem feito ao longo de 90 anos”.
De acordo com o ministro, a 100 dias das eleições é tempo de brasileiras e brasileiros conhecerem e avaliarem os feitos e as propostas daquelas e daqueles que desejam se submeter ao julgamento popular.
Quem é quem nas eleições deste ano
O calendário eleitoral determina que os partidos têm até 15 de agosto para oficializar os registros das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o dia 16 de junho, havia 12 pré-candidatos na disputa ao Palácio do Planalto.
Apesar de tantas alternativas se desenharem para a corrida presidencial deste ano, quatro pré-candidatos chamam mais atenção neste momento: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante).
A partir dos dados contabilizados pelo agregador de pesquisas do Estadão, atualizados com o levantamento do Datafolha divulgado de ontem, o cenário da corrida presidencial no momento traz Lula à frente com 47% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro (PL), com 30%.
A média mostra ainda Ciro Gomes em terceiro lugar, com 8%, e Tebet e Janones empatados na quarta posição, com 2% cada.
Os índices correspondem aos dados agregados das mais recentes pesquisas eleitorais registradas por 14 empresas no TSE.
Se considerados apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Lula venceria as eleições em primeiro turno se o pleito ocorresse hoje, com 53% contra 34% de Bolsonaro.
Para que não haja segundo turno para presidente, o primeiro colocado tem de alcançar mais de 50% dos votos válidos nas urnas.
Vale lembrar que além do presidente, os eleitores também escolherão no dia 2 de outubro novos senadores, deputados federais e estaduais. O segundo turno, se houver, está marcado para 30 de outubro.
Quem já desistiu?
Até agora oito nomes cogitados para disputar as eleições presidenciais deste ano se retiraram da disputa:
- Alessandro Vieira, senador
- Cabo Daciolo, ex-deputado e candidato em 2018
- João Amoêdo, ex-presidente do partido Novo e fundador da sigla
- João Doria, ex-governador de São Paulo
- José Luiz Datena, jornalista e apresentador
- Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde
- Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
- Sergio Moro, ex-juiz federal
Quando a campanha começa pra valer?
Como a campanha eleitoral começa oficialmente apenas em agosto, quem vai disputar a presidência é conhecido até lá como pré-candidato.
No dia 12 de agosto, prazo final estabelecido pelo TSE, será definido o tempo de cada um no horário eleitoral gratuito em rede nacional — com base na representatividade de cada coligação no Congresso.
A partir daí, os candidatos poderão realizar comícios, divulgar números nas urnas, distribuir panfletos e publicar material de propaganda na internet.
Quem vencer a corrida ao Planalto — assim como os vencedores das eleições para governador —, será diplomado pela Justiça Eleitoral até 19 de dezembro de 2022.
Eleições 2022: números que impressionam
Todos os esforços são empregados para assegurar que logística e pessoal estejam prontos para atuar nos dias 2 e 30 de outubro próximos.
Os números da estrutura montada para a eleição deste ano impressionam: estão mobilizados cerca de 22 mil servidoras e servidores da Justiça Eleitoral em todo o país, atuando no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e nas 2.625 zonas, onde 3 mil juízes e 3 mil promotores exercem suas funções.
Para realizar o trabalho nas cerca de 460 mil seções eleitorais, um exército de cerca de 2 milhões de mesários foi mobilizado e está sendo capacitado para atender cerca de 152 milhões de eleitores credenciados para votar.
Mais de 577 mil urnas eletrônicas estarão prontas para receber a manifestação da vontade soberana dos brasileiros sobre os rumos do seu estado e do país nos próximos quatro anos.
Transparência nas eleições
Uma preocupação das eleições é assegurar que o voto seja registrado na urna eletrônica e contado na totalização da apuração.
Para isso, a cada pleito, são aprimoradas as possibilidades de auditoria das urnas e dos votos nelas depositados e ainda são desenvolvidas outras etapas de auditoria.
Entre as mudanças dessa eleição está a determinação para que os códigos-fonte da urna eletrônica e do sistema de votação sejam disponibilizados com um ano de antecedência — antes esse prazo era de seis meses.
Também foram criados a Comissão de Transparência das Eleições (CTE), composta por 17 representantes de instituições e órgãos públicos, especialistas em tecnologia da informação e representantes da sociedade civil; e o Observatório de Transparência das Eleições (OTE), que conta com a participação de 62 organizações e instituições públicas e privadas com notória atuação nas áreas de tecnologia, direitos humanos, democracia e ciência política.
A comissão apresentou ao tribunal 44 sugestões de melhorias para a transparência e a auditoria das eleições deste ano, com 32 implementadas integral ou parcialmente.
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Caso o petista vença, a ideia é que o número de ministérios passe dos atuais 23 para 32. Já Bolsonaro, que na campanha de 2018 prometeu ter apenas 15 ministérios e fazia uma forte crítica ao loteamento de cargos, hoje tem 23 e também deu pastas ao Centrão
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