Morre Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras (PETR4) e primeiro delator da Operação Lava Jato
Paulo Roberto Costa tinha 68 anos, morava no Rio de Janeiro e foi vítima de um câncer; engenheiro foi condenado a mais de 70 anos
Morreu neste sábado (13), Paulo Roberto Costa, engenheiro conhecido por ter sido ex-diretor da Petrobras (PETR4) e o primeiro delator da Operação Lava Jato. Ele tinha 68 anos e foi vítima de um câncer.
Ele chegou a ser preso em 2014 ainda no início da Operação, conseguiu um habeas corpus, mas voltou a ser preso na sequência. No total, foi condenado a mais de 70 anos e respondia em liberdade antes de falecer, graças aos acordos firmados com a Justiça.
Paulo Roberto Costa dirigiu a área de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, durante os governos Lula e Dilma. O ex-executivo era funcionário de carreira da Petrobras, onde entrou por concurso público em 1977, e passou a exercer cargos de chefia na década de 1990. Diretor indicado para a Petrobras pelo antigo PP (hoje Progressistas), em 2004, Costa ficou na companhia até a entrada de Graça Foster no comando da empresa, em 2012, quando foi demitido na tentativa da estatal de dissociar a influência política da empresa.
Os depoimentos de Paulo Roberto Costa e o esquema
Os depoimentos de Paulo Roberto Costa ajudaram a elaborar como funcionavam os esquemas de corrupção dentro da Petrobras (PETR4).
Na época, descobriu-se que empreiteiras mantinham contratos superfaturados com a estatal, com preços combinados em reuniões secretas, afim de beneficiar diretoras da companhia e partidos políticos. Além disso, foram descobertas fraudes em licitações e cobrança de propina para facilitar as negociações.
Segundo informações do Ministério Público Federal, foram executados 119 mandatos de busca e apreensão, 30 mandatos de prisão e 25 mandatos de condução coercitiva nas primeiras fases da Operação.
Entre os presos estavam Paulo Roberto Costa. Ele foi acusado de causar prejuízos bilionários em obras superfaturadas de refinarias, como a Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), até hoje inacabadas.
Além da Petrobras e políticos do PT, PMDB e PP, estavam envolvidas no esquema as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Camargo Correia, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Engevix e UTC.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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