Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
Ex-chanceler Jeremy Hunt sucederá Kwasi Kwarteng enquanto Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos — mudanças acontecem no prazo final que o BC deu aos fundos para reorganizarem a casa
Faz pouco mais de um mês que Liz Truss assumiu o governo do Reino Unido. De marasmo, entretanto, ela não pode reclamar.
Truss foi empossada pela rainha Elizabeth II em 6 de setembro. Nos 39 dias que se seguiram, ela viveu o luto nacional pela morte da monarca mais longeva de seu tempo, apresentou um plano fiscal que desagradou ao mesmo tempo a sociedade e os mercados financeiros e viu a libra visitar os menores níveis da história ante o dólar. Hoje, ela recebeu a carta de demissão de Kwasi Kwarteng, seu ministro das Finanças.
A saída de Kwarteng diz muito sobre a turbulência vivida pelo Reino Unido, seja no campo político ou no econômico.
O agora ex-ministro britânico estava em Washington para um evento anual do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na noite de ontem, Kwarteng interrompeu prematuramente a viagem aos Estados Unidos para voltar a Londres. O motivo? Uma reunião emergencial de gabinete.
Por livre e espontânea pressão, o ministro entregou o cargo. Em sua carta de demissão, Kwarteng aceita polidamente o sacrifício e se compromete a seguir colaborando com a primeira-ministra e seu sucessor, mas agora de sua cadeira no Parlamento.
O sucessor de Kwasi Kwarteng como ministro das Finanças será Jeremy Hunt, que serviu como secretário de Relações Exteriores durante o governo de Theresa May.
Leia Também
Brasil x Tunísia: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Também caiu o secretário do Tesouro do Reino Unido. Chris Philp dará lugar a Edward Argar.
Jeremy Hunt, o arrumador
Hunt tem toda a pinta de ser o adulto chamado para arrumar a bagunça deixada pelas crianças no microcosmo do Partido Conservador do Reino Unido.
Como chanceler de Theresa May, precisou lidar diretamente com o Brexit, o conturbado processo de divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia.
Agora terá a missão de reorganizar a casa da primeira-ministra Liz Truss na esteira de um plano fiscal natimorto.
Ela vinha insistindo na implementação do plano mesmo depois das primeiras reações negativas observadas no mercado financeiro.
Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos
Admiradora declarada de Margaret Thatcher e defensora de um liberalismo radical, Truss propôs um corte de impostos da ordem de 45 bilhões de libras (R$ 261,5 bilhões, no câmbio atual) até 2026.
De olho em uma meta de crescimento do PIB de 2,5% ao ano, ela se esqueceu de responder a uma pergunta nada banal: quem iria pagar a conta?
E, para colocar o plano em pé, o governo britânico teria que tomar mais empréstimos, aumentando o endividamento do país. Segundo números de agosto, a relação dívida/PIB do Reino Unido gira em 83,8%.
Nos dias seguintes ao anúncio do plano original, a moeda britânica chegou a renovar as mínimas históricas em relação ao dólar, enquanto os juros projetados pelos títulos do governo ficaram acima dos da Itália e da Grécia — que estão entre os mais elevados da Europa —, forçando uma intervenção do banco central britânico no mercado da dívida.
Diante do caos instalado, Liz Truss deu o primeiro passo atrás na semana passada. Kwarteng reverteu um plano para eliminar a alíquota máxima de 45% do imposto de renda pago sobre ganhos acima de 150.000 libras (R$ 901,8 mil) por ano.
Não foi suficiente. Kwarteng pagou com o cargo. Hoje, Truss recuou da promessa de cortar de 25% para 19% o imposto sobre lucros corporativos. Não sem acusar seus críticos de fazerem parte de uma “coalizão contra o crescimento” econômico.
E enquanto a primeira-ministra entrega os anéis para não perder os dedos, a bolsa de Londres opera em alta de mais de 1%, a libra chegou a recuperar parte do terreno perdido, mas voltou a cair, e os yields dos Gilts, os títulos da dívida de longo prazo do Reino Unido, recuam.
A contagem final de BC
Toda a reviravolta no governo de Truss acontece no último dia de vigência do programa emergencial de compra de títulos do Banco da Inglaterra (BoE).
No dia 28 de setembro, o banco central britânico foi forçado a socorrer os mercados de títulos de longo prazo com uma intervenção de duas semanas.
O pacote bilionário de corte de impostos de Truss assustou os investidores, provocando uma onda de desvalorização da libra e a disparada dos juros dos Gilts.
O problema é que muitos fundos de investimento impulsionado por passivos (LDI) — mantidos por planos de pensão — corriam o risco de entrar em colapso com o caos que se instalou no mercado de títulos do Reino Unido e, por isso, o BoE, preciso agir.
No entanto, hoje é o último dia que o Banco da Inglaterra vai intervir comprando esses papéis. Nesta semana, o presidente do Banco do Inglaterra, Andrew Bailey, alertou que os fundos de pensão deveriam colocar a casa em ordem até essa sexta-feira (14), antes do fim do programa — descartando, na ocasião, qualquer chance de extensão da ferramenta emergencial.
EUA recuam em tarifas: Trump assina isenção para café, carne e frutas tropicais
A medida visa conter a pressão dos preços dos alimentos nos EUA e deve ser positiva para as exportações brasileiras
Ao som de música tema de Rocky, badalado robô humanoide russo vai a ‘nocaute’ logo na estreia; assista ao tombo
A queda do robô AIDOL, da Rússia, durante uma apresentação em uma feira de tecnologia gerou repercussão. A empresa responsável explicou o incidente e compartilhou a recuperação do humanoide
Sinais? Nave? Mistério? O que realmente sabemos sobre o cometa 3I/Atlas
Enquanto estudos confirmam que o 3i/Atlas apresenta processos naturais, rumores sobre “sinais” e origem alienígena proliferam nas redes sociais
A maior paralisação da história dos EUA acabou, mas quem vai pagar essa conta bilionária?
O PIB norte-americano deve sofrer uma perda de pelo menos um ponto percentual no quarto trimestre de 2025, mas os efeitos do shutdown também batem nos juros e nos mercados
Revolução ou bolha? A verdade sobre a febre da inteligência artificial
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, e Enzo Pacheco, analista da Empiricus, falam no podcast Touros e Ursos sobre o risco de bolha e a avaliação das empresas ligadas à IA
SoftBank embolsa US$ 5,8 bilhões com venda das ações da Nvidia — bolha nas ações de IA ou realização de lucros?
O conglomerado japonês aposta forte na tecnologia e já tem plano para o dinheiro que entrou em caixa
‘Fim do mundo’ por IA já assusta os donos de big techs? Mark Zuckerberg, Elon Musk e Jeff Bezos se dividem entre bunkers e planos interplanetários
Preparação para o “apocalipse” inclui bunkers luxuosos, ilhas privadas e mudança para Marte – e a “vilã” pode ser a própria criação dos donos das big techs
O adeus do oráculo: Warren Buffett revela em carta de despedida o destino final de sua fortuna bilionária
Essa, no entanto, não é a última carta do megainvestidor de 95 anos — ele continuará se comunicando com o mercado por meio de uma mensagem anual de Ação de Graças
Trump diz que irá investigar se empresas elevaram preço da carne bovina no país – JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3) estão entre os alvos
Casa Branca diz que JBS, Cargill, Tyson Foods e National Beef, controlada pela MBRF, são alvos da investigação. São as quatro maiores empresas frigoríficas do país
Este bilionário largou a escola com 15 anos, começou a empreender aos 16 e está prestes a liderar a Nasa
Aliado de Elon Musk e no radar de Donald Trump, Jared Isaacman é empresário e foi o primeiro civil a realizar uma caminhada espacial
Trump quer dar um presentinho de R$ 10,6 mil aos norte-americanos — e isso tem tudo a ver com o tarifaço
O presidente norte-americano também aproveitou para criticar as pessoas que se opõem ao tarifação, chamando-as de “tolas”
Ele foi cavar uma piscina e encontrou um tesouro no próprio jardim — e vai poder ficar com tudo
Morador encontrou barras e moedas de ouro avaliadas em R$ 4,3 milhões enquanto construía uma piscina
O que o assalto ao Museu do Louvre pode te ensinar sobre como (não) criar uma senha — e 5 dicas para proteger sua vida digital
Auditorias revelaram o uso de senhas “fáceis” nos sistemas de segurança de um dos museus mais importantes do mundo
Outra façanha de Trump: a maior paralisação da história dos EUA. Quais ações perdem e quais ganham com o shutdown?
Além da bolsa, analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro explicam os efeitos da paralisação do governo norte-americano no câmbio
Como uma vila de pescadores chegou a 18 milhões de habitantes em menos de 50 anos
A sexta maior cidade da China é usada pelo país como exemplo de sua política de desenvolvimento econômico adotada no final da década de 1970
Crianças estão terceirizando pensamento crítico para IAs — e especialistas dão dicas para impedir que isso ocorra
Chatbots como Gemini e ChatGPT podem ter efeitos problemáticos para os jovens; especialistas falam como protegê-los diante da popularização dos serviços de IA
Quem vai controlar a inteligência artificial? A proposta de Xi Jinping para uma governança global sobre as IAs
Xi Jinping quer posicionar a China como alternativa aos Estados Unidos na cooperação comercial e na regulamentação da inteligência artificial
Trabalhe enquanto eles dormem? Milei quer permitir jornada de trabalho de 12 horas na Argentina, após ‘virar o jogo’ nas eleições
Regras sobre férias, horas extras, acordos salariais e até acordos trabalhistas também devem mudar, caso a proposta avance nas Casas Legislativas
O cúmulo da incompetência? Ele nasceu príncipe e perdeu tudo que ganhou de mão beijada — até a majestade
O príncipe Andrew perde seu título e residência oficial, enquanto novos detalhes sobre suas ligações com Epstein continuam a afetar a imagem da família real britânica
Argentina lança moeda comemorativa de gol de Maradona na Copa de 1986 — e os ingleses não vão gostar nada disso
Em meio à histórica rivalidade com a Inglaterra, o Banco Central da Argentina lança uma moeda comemorativa que celebra Diego Maradona na Copa de 1986