Pandemia, inflação, aperto nos juros e ameaças aos dividendos: não foram poucos os obstáculos que os fundos imobiliários enfrentaram nos últimos dois anos e meio. Alguns deles, como o cenário macroeconômico desfavorável, ainda são uma pedra no sapato da indústria.
Mas, ainda assim, os FIIs não deixaram de atrair novos investidores nesse período. O número de investidores com posição em custódia saltou dos 645 mil para 1,648 milhão — uma alta de 155,5% — entre dezembro de 2019 e abril deste ano, de acordo com dados da B3.
Com tanta gente chegando em um período turbulento, o desempenho dos fundos na bolsa não deixou de refletir a inexperiência dos novos cotistas. Mas a boa notícia é que nunca é tarde para aprender e, mesmo quem já trabalha com FII há anos, pode se beneficiar ao ouvir os conselhos de grandes nomes do setor.
Cota caiu: é hora de vender?
Para quem se assusta ao ver as cotas caindo e já pensa desmontar a posição no ativo, Juliano Custódio, CEO da EQI Investimentos, aconselha: “trace paralelos com o investimento tradicional em imóveis”.
Durante sua participação no evento FII Summit, Custódio deu um exemplo: se não é hora de vender uma sala comercial quando o preço está baixo, também não é recomendado desfazer-se de fundos imobiliários só porque estão em queda.
Pelo contrário: o movimento pode ser uma oportunidade de comprar mais cotas com desconto, disse ele na última quarta-feira (1), no painel “Perspectivas do setor imobiliário brasileiro pós-pandemia”.
Reunindo os gigantes dos fundos imobiliários
Esta e outras lições foram absorvidas por quem compareceu ao primeiro dia do evento, que é promovido pela assessoria de investimentos em parceria com a Monett e a Exame. A segunda edição do FII Summit reuniu alguns dos maiores estrategistas de fundos para debater as perspectivas para diversos segmentos.
Além do CEO da EQI, outros especialistas abordaram as particularidades e previsões para fundos de papel, que investem em títulos atrelados ao setor imobiliário, e de tijolo, cujo patrimônio está em ativos reais.
Essa última classe, aliás, foi a que mais sofreu desde o início da pandemia. Com shoppings fechados e empresas entregando escritórios para cortar custos, os fundos desse tipo despencaram na B3 e, mesmo após a reabertura, seguem com as cotas descontadas.
“O mercado está ruim para tijolo, mas tem muito tijolo abaixo do valor patrimonial”, destacou o CEO da EQI. De volta ao exemplo da sala comercial, Custódio explicou que quando está mais barato adquirir um novo imóvel do que construir outro igual, é hora de comprar.
Para quem seguir o conselho, Giancarlo Nicastro, CEO da Siila e outro participante do painel, apontou uma direção: “escritório foi o segundo segmento mais afetado pela pandemia, mas eu aposto muito nos offices. Acho que eles ainda surpreenderão muito”.
Os REITS, “primos” norte-americanos dos FIIs, também entraram na agenda, assim como os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) — classe que, por ter se popularizado recentemente, atrai, e, ao mesmo tempo, confunde os investidores.
Ainda dá tempo de participar
“Desde a versão online no ano passado, que atingiu mais de 30 mil pessoas, o FII Summit já tinha se consolidado como o maior evento de fundos imobiliários do país. Ele acompanha a trajetória do número de investidores da indústria, que, de 2018 pra cá, se multiplicou em quase dez vezes”, declara Felipe Paletta, sócio e analista de FIIs da Monett.
Neste ano, o evento aposta no formato híbrido para superar o público alcançado. Quem não pôde comparecer ao primeiro dia, que foi presencial, poderá assistir à gravação dos painéis e outros conteúdos inéditos nesta quinta-feira (2) e na próxima sexta-feira (3).
Para fazer a inscrição e acompanhar a parcela online da segunda edição do FII Summit, basta acessar este link.