Fundador do Nubank abre mão de remuneração bilionária – mas chances de receber a bolada já eram pequenas
David Vélez só receberia a o dinheiro se ação do Nubank alcançasse US$ 18,69, mas hoje o papel está na casa dos US$ 4
Quando a polêmica da remuneração de mais de R$ 800 milhões aos executivos do Nubank viralizou em maio deste ano, a fintech teve de esclarecer aos acionistas que não era bem assim.
Isto porque boa parte do valor previsto no programa de remuneração chamado de Contingent Share Award (CSA) só seria pago se as ações do Nubank atingissem metas agressivas de preço.
Uma vez esclarecida essa polêmica meses atrás, os acionistas foram surpreendidos ontem (29), quando o Nubank anunciou que o fundador, David Vélez, decidiu abrir mão desse acordo.
A justificativa dada foi a mudança no cenário macroeconômico desde que o acordo foi assinado, em novembro do ano passado, às vésperas da abertura de capital da companhia em Nova York. Desde o IPO, as ações do Nubank acumulam queda de mais de 50%.
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Com a trajetória dos papéis se desviando do curso esperado, ficou cada vez mais difícil que o Nubank atingisse o preço de US$ 18,69 na bolsa, responsável por acionar o gatilho da remuneração prevista no CSA. Ontem, as ações fecharam o dia em US$ 4,26.
Para Larissa Quaresma, analista da Empiricus Investimentos, o fim do acordo representa uma “admissão pública de que a gestão não acredita no atingimento desse gatilho de preço tão cedo”. Ela considera a decisão, ainda, como um sinal negativo do ponto de vista de governança.
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Quaresma também calcula que o cancelamento do plano deve diminuir as despesas a partir de 2023, suavizando a visão dos lucros trimestrais a partir de então.
“Para dar uma ordem de grandeza, no 3T22, a despesa referente a esse plano foi de US$ 6 milhões, valor esse que, caso não tivesse sido reconhecido, quase dobraria o lucro líquido da companhia, que foi de US$ 8 milhões no período. Isso nos faz imaginar se há algo acontecendo no operacional que motive essa suavização de lucros a partir do ano que vem”, afirmou Quaresma.
Mas há controvérsias...
Já o analista do Itaú BBA Pedro Leduc considerou a decisão acertada, uma vez que ele não gosta de incentivos baseados no preço das ações.
Nos cálculos de Leduc, o efeito contábil impulsionou em 15% as projeções de lucro líquido para o Nubank no ano que vem.
“O fim da diluição também envia uma mensagem positiva a todos os acionistas, incluindo os executivos, de que o sr. Vélez pratica uma filosofia de parceria”, disse o Itaú BBA. O banco tem recomendação de venda para a ação do Nubank, com preço-alvo de US$ 3,50.
Para o Goldman Sachs, o Nubank continua executando e administrando os riscos de maneira apropriada e está bem posicionado para monetizar sua base de clientes. Eles recomendam compra dos papéis e calculam o preço-alvo em US$ 11.
Efeito na contabilidade do Nubank
Outros efeitos decorrentes do fim do acordo são praticamente nulos para os acionistas. Do ponto de vista contábil, a empresa reconhecerá uma despesa única de US$ 356 milhões nos números do quarto trimestre deste ano. O valor corresponde às despesas futuras com o plano, caso ele fosse mantido.
Nos trimestres seguintes, o Nubank deixará de registrar os gastos proporcionais com essa remuneração, o que vai representar uma economia de US$ 356 milhões até 2029.
Sem diluição da base acionária
O encerramento do acordo também elimina de vez a potencial diluição de 2% da base acionária, que estava prevista no contrato - Vélez ganharia mais 1% do banco se o Nubank atingisse US$ 18,49 por ação e mais 2% caso atingisse US$ 35,30. Mas isso não diz muita coisa, uma vez que a empresa estava longe de atingir os gatilhos para tornar o acordo efetivo.
“Diante do aperto monetário global, da compressão de preço generalizada das ações de tecnologia, e do momento delicado da inadimplência no Brasil, seria difícil que isso acontecesse no curto prazo”, afirma Quaresma.
No mais, na visão da analista da Empiricus, este foi mais um sinal confuso da gestão do Nubank.
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