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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
TÁ NA DISNEY

Mal foi e já voltou: Disney demite CEO após críticas e recontrata Bob Iger para o cargo — e ação dispara em NY

Bob Iger, que atuou como diretor executivo da gigante de entretenimento durante 15 anos, deverá ocupar o cargo em um mandato de dois anos

Camille Lima
Camille Lima
21 de novembro de 2022
10:34
Bob Iger, CEO da Disney, na World of Color Premiere - Disney California Adventure Park
Bob Iger, CEO da Disney, na World of Color Premiere - Disney California Adventure Park - Imagem: Flickr/Josh Hallett

Imagine ser escolhido para assumir a chefia de um negócio e, logo em seguida, passar a entregar resultados financeiros cada vez mais abaixo das expectativas do mercado. Essa não é a performance mais desejada por uma empresa, especialmente quando se trata de uma das maiores companhias de entretenimento do mundo. Então, não é de se espantar tanto que o desempenho de Bob Chapek não tenha lá agradado a Disney.

Chapek foi nomeado CEO da empresa em fevereiro de 2020, ocupando o lugar de Bob Iger, que atuou na posição durante 15 anos e havia dito anteriormente que não voltaria ao cargo.

Pouco menos de três anos desde que o executivo foi escolhido a dedo para suceder o antigo diretor executivo da empresa, a Disney anunciou, ao final da noite de ontem, que trocaria o comando imediatamente.

Iger deverá ocupar o cargo em um mandato de dois anos, segundo o comunicado da companhia, “para definir a direção estratégica para um crescimento renovado e trabalhar em estreita colaboração com o Conselho no seguimento de um sucessor para liderar a empresa”. 

As ações da Disney dispararam 9,69% antes da abertura dos negócios em Wall Street nesta segunda-feira, para US$ 100,70 por ação.

Um dos Bobs está de volta

A mudança de CEO acontece apenas duas semanas depois de a gigante de mídia reportar números mais fracos do que o esperado no balanço trimestral e dias após Chapek anunciar a intenção de cortar os gastos na empresa — incluindo o congelamento de contratações e novas demissões.

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“O Conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um período cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”, disse a companhia, em nota.

“Estou extremamente otimista com o futuro desta grande empresa e emocionado com o convite do Conselho para retornar como seu CEO”, disse Bob Iger, em comunicado à imprensa.

Já em um memorando enviado a funcionários da Disney na noite de ontem, Iger destacou que ele mesmo estava "espantado" ao retornar à cadeira de CEO da companhia.

“É com um incrível senso de gratidão e humildade — e, devo admitir, um pouco de espanto — que escrevo para vocês esta noite com a notícia de que estou voltando para a The Walt Disney Company como CEO”, escreveu.

“Eu sei que esta empresa pediu muito de vocês durante os últimos três anos, e esses tempos certamente permanecem bastante desafiadores, mas como você já me ouviu dizer antes, sou otimista e, se aprendi uma coisa em meus anos na Disney, é que mesmo diante da incerteza — talvez especialmente diante da incerteza — nossos funcionários e membros do time alcançam o impossível.”

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A liderança conturbada na Disney

Em qualquer filme da Disney, é possível notar que o bom desempenho de um líder deve estar alinhado aos interesses de sua equipe — e, devo dizer, Bob Chapek não estava lá muito popular entre os funcionários da Disney.

Em primeiro lugar, o executivo comprou briga com a atriz Scarlett Johansson, conhecida pelo papel de Viúva Negra no universo cinematográfico da Marvel.

A estrela foi à Justiça alegar que a Disney quebrou o contrato ao lançar o filme “Viúva Negra” na plataforma de streaming Disney+. O até então CEO da companhia afirmou que “descobriu maneiras de compensar [a atriz] de forma justa”, independentemente do método de lançamento do filme.

Mas a discussão com Johansson foi apenas uma das questões que formam a lista de descontentamentos em relação a Chapek.

Depois de ver a empresa entregar um balanço aquém das expectativas de Wall Street, o executivo planejou um congelamento de contratações, cortes de custos e demissões em toda a empresa.

As medidas parecem ir na contramão da chefia do antigo presidente-executivo, Bob Iger. Em março de 2020, os executivos se desentenderam — e Chapek decidiu distanciar-se de Iger nas decisões sobre o futuro da companhia.

Uma das ideias do CEO era adotar uma nova abordagem para preços de streaming para Disney+, Hulu e ESPN+, que incluía o aumento de 38% no valor do Disney+, que começa a suportar anúncios na plataforma.

*Com informações de Variety e CNBC

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