Com escassez de IPOs, BR Partners (BRBI11) garante resultado com emissões de renda fixa
BR Partners muda mix de produtos e debêntures sustentam área de mercado de capitais no 1T22
Quase um ano depois de ter feito sua estreia na bolsa, o BR Partners (BRBI11) ainda colhe os frutos dos R$ 400 milhões captados na oferta pública inicial (IPO).
Se não fosse o capital levantado, o banco de investimentos, que tem como prioridade operações de fusões e aquisições, teria sentido com mais força os impactos da conjuntura macroeconômica retratada por Selic e inflação altas.
Isso porque o BR Partners trabalha com a postura de aportar parte do seu próprio dinheiro nas operações dos clientes - o tal skin in the game. Assim, os recursos do IPO deram fôlego para que o banco passasse a entrar em debêntures (títulos de dívidas corporativas) junto com os investidores.
Dessa forma, a atividade de mercado de capitais do banco viu uma mudança significativa no mix de emissões no primeiro trimestre de 2022. Se no mesmo período do ano passado o BR Partners apenas Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) apareciam na lista, hoje a maior parte do volume de emissões está com as debêntures.
Debêntures lideram volume de emissões
Elas foram responsáveis por 83% do volume total de emissões assessoradas pelo BR Partners no primeiro trimestre na unidade de mercado de capitais. Aliás, o volume total de emissões mais que triplicou em relação ao mesmo período de 2021, chegando a R$ 2,061 bilhões.
Dessas, destaque para a Highline, provedora de infraestrutura para as operadoras de telefonia celular que emitiu R$ 1,65 bilhão em debêntures em março.
Leia Também
"Se não tivéssemos os recursos do IPO, não teríamos entrado nesse negócio", disse em entrevista ao Seu Dinheiro o diretor de relações com investidores do BR Partners, Vinícius Carmona. "Isso mostra como o capital do IPO tem sido importante para desenvolver essa área. Se não fosse isso, não teríamos debêntures nesse trimestre”, justificou.
Isso se transformou em receita de R$ 23,3 milhões no segmento de mercado de capitais do banco no primeiro trimestre.

Investment Banking
Principal área de negócio do BR Partners, a parte de Investment Banking, que engloba operações de fusões e aquisições, reestruturação, entre outros, mostrou recuperação de receita em relação ao quarto trimestre, com alta de 32,5%, para R$ 35,2 milhões.
Na comparação anual, no entanto, fica evidente a redução do volume de M&As em relação a 2021: houve queda de 18,5%.
"A gente sente um esfriamento da ordem de 15% a 20% em relação ao nível de atividade do ano passado. Mas embora M&A seja nosso carro-chefe, temos conseguido diversificar os serviços que prestamos", apontou Carmona.
Lucro e receita do BR Partners avançam
Mesmo em meio ao cenário complicado, o BR Partners obteve alta de 29,3% no lucro líquido de um ano para cá, somando R$ 40,1 milhões.
No total, a receita líquida do banco somou R$ 98,5 milhões no primeiro trimestre, alta de 30,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2021.
O índice de eficiência se manteve acima de 30%, mas o índice de retorno sobre o patrimônio (ROAE, na sigla em inglês) caiu de 40,1% para 21% devido à entrada de capital do IPO e consequente diluição.
Conforme o banco vai se alavancando, pode ser necessário mais capital no futuro. Uma oferta subsequente (follow-on) agora está descartada em razão do ambiente pouco receptivo no mercado de capitais, mas a ideia está de pé para o ano que vem.
Até lá, o BR Partners vai se aproveitando da folga no índice de Basileia, de 28,8%, para coinvestir junto com os clientes.
Após publicar o balanço após o fechamento do mercado ontem, as ações do BR Partners oscilaram no pregão desta sexta-feira (6). Ao final dos negócios, o papel era cotado a R$ 15,50, em queda de 0,26%.
Vale lembrar que a ação conta com recomendação de compra de todos os analistas que a cobrem: BTG Pactual, Itaú BBA, XP, Suno e Empiricus.
BR Partners vê três setores pujantes
Na captação por meio de dívidas, há setores específicos em que o BR Partners enxerga oportunidades para se posicionar. É o caso de energia, agro e infraestrutura.
De acordo com Carmona, no setor de energia tem aparecido muitos projetos de geração distribuída, estimulados pela sanção do Marco Legal em janeiro.
No agronegócio, o executivo vê com bons olhos tanto o lado logístico quanto a infraestrutura, além das máquinas agrícolas.
Já na infraestrutura, Carmona lembra que as concessões feitas pelo governo deixaram diversas empresas com um cronograma de projetos que precisam ser seguidos. E eles estão sendo viabilizados por meio de debêntures.
Leia também:
- Em busca do pequeno investidor, BR Partners (BRBI11) fecha preço de oferta de ações; papéis sobem
- Bradesco (BBDC4) prevê que inadimplência para de subir no segundo semestre; banco anuncia recompra de ações
- Inflação no Japão — sim, você leu certo — acelera ao maior ritmo em quase 30 anos e coloca o banco central em alerta
Selic alta por tempo demais pode causar danos
Conforme dito anteriormente, a disparada da Selic como forma para conter a inflação cada vez mais disseminada afugentou as empresas da bolsa e encareceu a tomada de crédito.
Para Carmona, se os níveis atuais do juros, ou até mais altos, conforme prevê o mercado, durarem por muito tempo, haverá um dano grande no mercado como um todo.
“É importante haver um arrefecimento dos juros. Se a Selic chegar a 9,5% ou 10% no ano que vem, já é uma sinalização positiva para o setor corporativo retomar as atividades de investimento”, afirmou o executivo.
O último relatório Focus, do Banco Central, estima uma Selic de 9,25% ao final de 2023, aliada a uma inflação de 4,10%. Mas Carmona não tem muita confiança de que isso vá acontecer.
“Temos choque de oferta, incertezas no cenário geopolítico global, depreciação cambial e incertezas políticas locais. Não me parece óbvio ter um movimento para a Selic cair tanto no ano que vem”, ressaltou.
Para BR Partners, ausência de 3ª via já está precificada
No âmbito das incertezas políticas locais, estão, é claro, as eleições no fim do ano. A possibilidade de uma terceira via que fuja dos atuais líderes das pesquisas, Lula e Bolsonaro, é remota e, de maneira geral, o mercado já precificou isso, segundo Carmona.
“Do ponto de vista de negócios, nenhum dos dois candidatos é uma boa solução”, afirmou.
A vantagem, para ele, é que o Brasil tem um mundo corporativo forte, com veia empreendedora.
“Existe muita oportunidade no mundo corporativo e isso é independente do governo que vier. O mundo privado não vai parar”.
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas
Direito ao voto: Copel (CPLE3) migra para Novo Mercado da B3 e passa a ter apenas ações ordinárias
De acordo com a companhia, a reestruturação resulta em uma base societária mais simples, transparente e alinhada às melhores práticas do mercado
