Trago de volta a pessoa amada em três dias. Esse é um anúncio comum espalhado nos postes de grandes cidades brasileiras, mas também poderia valer para a oferta de ações realizada pelo BR Partners (BRBI11).
O banco de investimentos definiu ontem o preço por ação na oferta. O valor da unit ficou em R$ 16,50, um desconto de 4,57% em relação à cotação de fechamento ontem na B3.
No pregão desta quarta-feira, os papéis BRBI11 reagem em alta de 3,07%, negociados a R$ 17,82 por volta das 13h15.
A operação movimentou cerca de R$ 5,6 milhões, mas esse valor é irrisório e está longe de ser a principal motivação da BR Partners com a oferta.
O que está por trás da operação?
O BR Partners faz parte do grupo de companhias que abriram o capital na B3 com base na instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Essa regra permite que as empresas façam captações de recursos com investidores sem a necessidade do aval prévio da xerife do mercado de capitais.
Em contrapartida, as empresas que fazem IPO nas regras da instrução 476 não podem ter as ações negociadas por pequenos investidores nos primeiros 18 meses após a oferta.
Essa restrição só é liberada antes do prazo se a companhia fizer outra oferta de ações registrada na CVM nesse meio tempo. É justamente o que o BR Partners fez agora.
Outras empresas que abriram o capital usando a instrução 476 como WDC Livetech da Bahia (LVTC3) e 3 Tentos (TTEN3) também anunciaram que farão novas ofertas para destravar a negociação para os pequenos investidores e ampliar a liquidez dos papéis na B3.
A oferta de ações do BR Partners
A BR Partners havia realizado oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em junho do ano passado.
Após a oferta, os papéis chegaram a ser negociados de forma ampla por algumas corretoras, até que a compra das ações por investidores não-qualificados foi bloqueada em setembro de 2021.