Na Roma antiga, a luta entre os gladiadores só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou sem condição de combate. Na guerra na Ucrânia, Moscou e Kiev não devem ficar sem poder de fogo tão cedo.
No maior conflito europeu desde a Segunda Guerra, o presidente russo, Vladimir Putin, entrou na arena armado pela China — ainda que não tenha tornado esse apoio público, Pequim vem comprando petróleo da Rússia e ajudando a encher os cofres do país com bilhões de dólares.
Já os ucranianos, além de contar com um exército de civis para defender o território do invasor, tem nos EUA o seu maior escudo: o Congresso norte-americano aprovou nesta quinta-feira (19) uma ajuda de US$ 40 bilhões para manter Kiev de pé na arena.
O poder de fogo da Ucrânia
Os bilhões que reforçarão a Ucrânia na guerra contra a Rússia foram aprovados primeiro na Câmara e agora passaram pelo crivo do Senado. O próximo passo é a assinatura do presidente dos EUA, Joe Biden, para que o dinheiro chegue ao seu destino.
O pacote inclui US$ 24 bilhões em armas e outras assistências militares. O restante vai direto para o governo ucraniano, aos programas de refugiados e à segurança alimentar.
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Um parte desse montante também será direcionada para os esforços de investigação de crimes de guerra que possam ter sido cometidos por Moscou.
Os novos recursos se somam a um pacote de US$ 13,6 bilhões implementado em março, o que eleva o total de fundos enviados à Ucrânia durante a guerra, que começou em 24 de fevereiro, a US$ 54 bilhões.
A artilharia de Putin
Enquanto os ucranianos recebem bilhões de dólares dos EUA, Putin tem contado com uma forcinha da China para levantar recursos para manter suas tropas em combate.
Pequim, que até o momento não manifestou apoio oficialmente à Rússia na guerra, vem discretamente comprando cada vez mais petróleo de Moscou em um momento de sanções pesadas ao setor.
Mais cedo, fontes ouvidas pela Bloomberg indicaram que russos e chineses negociam em nível governamental uma compra de petróleo para preencher as reservas da China. O montante e o valor ainda não foram revelados.
Além disso, a China também vem estudando como ajudar a Rússia a se manter viva no comércio internacional depois que o país foi expulso do Swift — o sistema de pagamentos global.