Após quase três semanas suspenso, o Sistema de Valores a Receber (SVR) voltará a funcionar na próxima segunda-feira (14). Mas, antes mesmo de estar novamente no ar, a ferramenta do Banco Central para consulta de dinheiro "esquecido" em bancos é utilizada em golpes financeiros.
O anúncio de seu lançamento, em 24 de janeiro, foi seguido pela criação de dezenas de sites falsos. Segundo informações do Valor Investe, os golpistas também utilizam o WhatsApp para enganar os consumidores. Uma formas de fraude pede que a vítima repasse uma mensagem a 10 contatos de sua rede no aplicativo
Quem compartilha a mensagem é encaminhado para sites falsos que sempre apontam que há um valor entre R$ 1 mil e R$ 4 mil "esquecido" em seu nome. Ao usuário também é solicitado que registre o nome completo, CPF e sua chave Pix com a promessa de saque instantâneo do dinheiro.
Não caia nessa
Em comunicado enviado na semana passada, o Banco Central reforça que a instituição não pode pedir que o cidadão informe seus dados pessoais ou sua senha de acesso para regaste dos valores no SVR. É importante manter isso em mente para evitar golpes financeiros.
O BC reforça que não envia a links nem entra em contato com o cidadão para tratar sobre valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais.
Além disso, também não é preciso fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. Portanto, nunca clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.
Como funciona o SVR
O Sistema de Valores a Receber permite que cidadãos e empresas consultem se têm algum dinheiro "esquecido" a receber em bancos e demais entidades do sistema financeiro.
Para acessá-lo, é preciso entrar no site oficial do serviço e possuir um login Gov.br nível prata ou ouro. O Banco Central salienta que não será possível acessar o sistema com o login do Registrato: "Se o cidadão ainda não possuir login Gov.br, ele pode fazer seu cadastro gratuito neste link ou pelo App Gov.br".
Segundo o BC, as informações disponibilizadas no novo serviço são de responsabilidade das próprias instituições, mas o órgão estima que há cerca de R$ 8 bilhões de recursos nesta condição.
Na época do anúncio do sistema, em junho de 2021, a autarquia disse que é comum que as pessoas não saibam ou não se lembrem da existência dos saldos.
"Em algumas situações, os saldos a receber podem ser de pequeno valor, mas pertencem aos cidadãos que agora possuem uma forma simples e ágil para receber esses valores", afirmou o BC.
Resgate no Pix
As pessoas físicas e jurídicas que têm valores a receber poderão solicitar o resgate via Pix no Registrato, sistema do BC em que a população pode consultar informações financeiras como empréstimos em seu nome, dívidas com órgãos públicos, entre outras.
Para essa opção, é necessário, contudo, que os bancos ou instituições financeiras tenham aderido a um termo específico junto ao BC. A outra alternativa é informar os dados de contato no Registrato e, em seguida, a instituição financeira deve informar o meio de pagamento ou transferência.
Segundo o órgão, as instituições autorizadas que tenham valores a devolver receberão documento com os dados dos usuários que já solicitaram a devolução com indicação de chave Pix, e terão 10 dias úteis para fazer a transferência.
"No caso das instituições que não aderiram ao Termo de Adesão, a devolução deverá ser feita na forma acordada entre as partes após o contato do usuário pelos canais da instituição informados no sistema", disse o BC.
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