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Cotações por TradingView
Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Balanço do mês

Os melhores investimentos de setembro: dólar tem a maior alta do mês, e Brasil vai na contramão do mundo com valorização de quase todos os ativos

Títulos prefixados vêm logo em seguida, beneficiados pelo fim do ciclo de alta da Selic no Brasil. Veja o ranking completo dos melhores e piores investimentos do mês

Imagem com conjunto de notas de dólar americano
Dólar voltou para perto dos R$ 5,40, reduzindo sua queda no ano ante o real para apenas 3%. Imagem: Shutterstock

Não teve jeito: o aperto monetário nos Estados Unidos e outros países, bem como a ameaça de recessão no mundo desenvolvido, notadamente na Europa, fizeram os mercados de risco sangrarem em setembro e fortaleceram o dólar globalmente - inclusive ante o real.

Mas no Brasil, que está numa fase do ciclo um pouco diferente do resto do planeta, a pausa na alta de juros animou ativos que costumam ser sacrificados quando a Selic está subindo, mesmo a um mês de eleições presidenciais superpolarizadas.

Assim, na contramão do exterior, a bolsa brasileira conseguiu sobreviver no último mês, e os ativos de renda fixa prefixada e atrelada à inflação viram valorização, em sua maioria.

O dólar foi o ativo com a maior alta de setembro, voltando para perto dos R$ 5,40, menos por preocupação eleitoral, e mais pela alta de juros nos EUA.

Com isso, a moeda americana puxou o desempenho em reais de outros ativos dolarizados, como o bitcoin e o ouro, que, no entanto, tiveram queda em dólar no acumulado do mês.

Os desempenhos modestos do Ibovespa e do IFIX, o Índice de Fundos Imobiliários, colocaram esses indicadores mais para o fim da tabela, mas podem ser considerados uma vitória diante do mau humor externo.

Veja a seguir quais foram os melhores e piores investimentos de setembro:

Os melhores investimentos de setembro

InvestimentoRentabilidade no mêsRentabilidade no ano
Dólar PTAX4,41%-3,11%
Dólar à vista3,71%-3,25%
Tesouro Prefixado 20251,49%5,45%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 20331,24%-
Tesouro Prefixado 20291,23%-
CDI*1,17%8,84%
Tesouro Selic 20251,16%9,23%
Tesouro Selic 20271,15%9,51%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20550,97%1,12%
Bitcoin0,76%-59,32%
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)*0,74%8,34%
Ouro0,70%-13,03%
Poupança antiga**0,65%5,80%
Poupança nova**0,65%5,80%
Tesouro IPCA+ 20450,56%-5,98%
IFIX0,49%6,63%
Ibovespa0,47%4,97%
Tesouro IPCA+ 20350,38%0,27%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20400,35%2,59%
Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)*0,05%5,40%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032-0,22%-
Tesouro IPCA+ 2026-0,42%5,32%
(*) Até dia 29/09. (**) Poupança com aniversário no dia 26.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..

Aumento de juros nos Estados Unidos, fim do ciclo de alta no Brasil

Durante o mês de setembro, as expectativas do mercado em relação a um duro aperto monetário e uma forte desaceleração - se não recessão - nos Estados Unidos tomou conta dos mercados globais.

Os temores acabaram confirmados com os indicadores de recessão técnica na Terra do Tio Sam e o discurso contundente dos dirigentes do Federal Reserve, o banco central americano, contra a inflação.

O Fed acabou elevando os juros no país em mais 0,75 ponto percentual em setembro, terceira alta seguida desta magnitude. E, embora não tenha indicado de quanto deve ser a próxima elevação, a autoridade monetária manteve o discurso de que o duro ajuste deve continuar. A aposta do mercado é de um aumento de pelo menos 0,50 pp na próxima reunião.

O clima na Europa não foi melhor. A guerra na Ucrânia recrudesceu com um Putin acuado pelas reconquistas de territórios do oponente, o que motivou atritos entre a Rússia e os países da União Europeia.

O Velho Continente continuou a enfrentar uma crise energética, com a pausa das operações do principal gasoduto que leva gás natural russo para o Ocidente e a aproximação do inverno.

Assim, a inflação continuou castigando os países europeus, que também elevaram juros no último mês, no que foram acompanhados por outros países, inclusive emergentes, ao redor do mundo.

A força do dólar

Os temores de recessão na Europa ficaram mais fortes, e as principais moedas do continente - o euro e a libra esterlina - seguiram em trajetória de queda, enquanto o dólar americano se fortalecia.

A moeda americana é considerada um porto seguro em tempos de crise, e o aperto monetário nos EUA - que aumenta a remuneração dos títulos do Tesouro do país, considerados os ativos mais seguros do mundo - contribui para atrair capital do mundo inteiro para lá.

Com isso, o dólar avançou 2,36% em setembro ante outras moedas fortes, acumulando uma valorização de mais de 16% no ano em relação aos pares. Como vimos na tabela, a moeda americana também conseguiu se fortalecer ante o real no último mês, e agora seu recuo no acumulado do ano, ante a moeda local, caiu para apenas cerca de 3%.

Com a alta da divisa americana, ativos dolarizados também aparecem com desempenho positivo no nosso ranking, como é o caso do ouro e do bitcoin. Mas em dólar, na verdade, ambos viram queda em setembro.

O ouro perde atratividade como reserva de valor quando os títulos públicos americanos se tornam mais interessantes; já o bitcoin, assim como todo o mercado cripto, continua sofrendo com a forte aversão a risco global.

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As divisas europeias, por sua vez, atingiram suas mínimas do ano no fim de setembro e aprofundaram suas perdas no ano. O euro perdeu a paridade com o dólar e se desvalorizou 2,34% ante a moeda americana no mês. No ano, a queda já chega a 13,6%.

Já a libra não perdeu a paridade com o dólar por pouco: a moeda britânica chegou a cair abaixo de US$ 1,10 nos últimos dias, atingindo sua menor cotação em quase 40 anos. No mês, a divisa caiu 3,79% ante a moeda americana, e no ano acumula baixa de 17,5%.

A situação da libra se agravou com o anúncio do pacote de cortes de impostos apresentado pelo governo da nova primeira-ministra Liz Truss, que na tentativa de aliviar os preços para os britânicos, pode reduzir a arrecadação do governo a ponto de elevar brutalmente seu risco fiscal, o que acaba realimentando a inflação.

A bolsa (sobre)vive

O cenário de inflação generalizada, alta de juros e tensão geopolítica no exterior derrubou as principais bolsas globais em setembro. Em Nova York, o S&P 500 teve um tombo de quase 11% em setembro, o Dow Jones derrapou 10,50%, e o Nasdaq desabou quase 12%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou mais de 8%.

Por aqui, porém, o Ibovespa conseguiu se segurar. No mesmo dia em que o Fed aumentou juros nos Estados Unidos, o nosso Banco Central anunciou uma parada no ciclo de alta da Selic, com os primeiros sinais de arrefecimento da inflação, anunciando que agora os juros devem permanecer estacionados no elevado patamar de 13,75% por algum tempo.

Melhores ações do Ibovespa em setembro

EmpresaCódigoDesempenho
CyrelaCYRE330,08%
MRVMRVE322,85%
CognaCOGN318,95%
EZTECEZTC317,11%
YduqsYDUQ316,98%
BR MallsBRML313,58%
WegWEGE313,38%
FleuryFLRY311,87%
ValeVALE311,61%
B3B3SA311,54%
Fonte: B3/Broadcast

Piores ações do Ibovespa em setembro

EmpresaCódigoDesempenho
IRBIRBR3-32,93%
MarfrigMRFG3-24,49%
São MartinhoSMTO3-20,90%
MinervaBEEF3-19,35%
BRFBRFS3-18,86%
CVCCVCB3-16,78%
EmbraerEMBR3-15,20%
QualicorpQUAL3-15,18%
JBSJBSS3-14,70%
EcorodoviasECOR3-14,68%
Fonte: B3/Broadcast

O fim do ciclo de alta de juros já vinha sendo antecipado pelo mercado, o que já havia beneficiado as ações, os fundos imobiliários e os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação em agosto.

Esses ativos, que tipicamente sofrem com a Selic em alta, continuaram apresentando ganhos em setembro, embora em menor intensidade, mesmo com todo o pandemônio visto no exterior e a aproximação das eleições.

Mesmo que a Selic se mantenha em patamar elevado por algum tempo, agora o mercado já consegue projetar o início de queda nos juros, inicialmente esperado para meados do ano que vem, o que seria um cenário benéfico para esses ativos de risco.

Agora, o fato de o Brasil ter se antecipado e feito seu aperto monetário antes de outros países, além de estar em vias de controlar sua inflação, enquanto o resto do mundo ainda se debate com ela, nos deixa em posição atrativa para o investidor global.

Na renda fixa, prefixados se saem melhor do que os indexados à inflação

Embora quase todos os ativos de renda fixa tenham apresentado desempenho positivo em setembro, os prefixados continuaram com desempenho melhor que os demais títulos, uma vez que eles se beneficiam tanto do fim do ciclo de alta de juros quanto dos primeiros sinais de controle inflacionário.

Já os papéis atrelados à inflação medida pelo IPCA - tanto o Tesouro IPCA+ como as debêntures dessa natureza - perderam um pouco a atratividade com a deflação apresentada nos últimos meses, que reduz a sua rentabilidade, uma vez que parte da sua remuneração é composta pela variação do IPCA. Ainda assim, a queda dos juros futuros e o fim do ciclo de alta da Selic também beneficiam esses títulos, pois parte da sua remuneração é prefixada.

Finalmente, os títulos indexados à Selic e ao CDI não ganharam fôlego extra na sua remuneração, já que não houve alta da Selic em setembro. Mas uma taxa de 13,75% ao ano e que ainda deve ser mantida por vários meses continua sendo uma rentabilidade bastante atrativa, ainda mais considerando-se que esses títulos são os de menor risco.

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