🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
RADIOCASH

Investidor superestima a China no curto prazo e subestima no longo prazo, diz Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shangai

Em bate-papo com Jojo Washman, sócio-fundador da Vitreo, e com a jornalista Roberta Scrivano, ele também classifica a China como capitalista e fala do poder das fintechs no país

Carolina Gama
19 de janeiro de 2022
17:08 - atualizado às 11:34
foto de perfil do professor da New York University Shangai e doutor em economia pela UFRJ
Rodrigo Zedain, professor da New York University Shangai e doutor em economia pela UFRJ - Imagem: Reprodução Instagram

O mercado acionário da China ganhou a atenção dos investidores ao redor do mundo, incluindo brasileiros, diante da magnitude de sua recuperação econômica na pandemia. Afinal, não é qualquer país que alcançará o feito de crescer 8,1% em 2021 quando o resto do mundo ainda não se livrou dos efeitos colaterais da covid-19. 

Aventurar-se nesse mercado diante de uma expansão tão pujante parece quase irresistível. No entanto, intervenções constantes do governo chinês em setores importantes da economia como o imobiliário e o de tecnologia, além da educação, assustam quem está de fora. 

Mas não deveria. Pelo menos é o que acha Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shangai e doutor em economia pela UFRJ. Segundo ele, a China é um país para investimentos em longo prazo, do contrário, o investidor estará sujeito ao risco.

“Se seu objetivo é gerar retorno semestral com a China, uma regulação pode chegar e mudar tudo”, afirmou Zeidan durante o podcast Radiocash com Jojo Wachsmann, sócio-fundador da Vitreo, e com a jornalista Roberta Scrivano. Ouça a íntegra do podcast:

Desde 2020, as autoridades chinesas vêm intervindo em negócios privados. As medidas incluem a transformação de companhias em entidades sem fins lucrativos, proibição para levantar capital em bolsa e veto a investimentos estrangeiros, a exemplo do que aconteceu no setor de educação.

Na visão de Zeidan, os riscos regulatórios e de intervenção por parte do governo chinês sempre vão existir. “Costumo dizer que os riscos na China são maiores porque os movimentos também são maiores. As pessoas superestimam a China no curto prazo e subestimam no longo prazo”, disse. 

O potencial de expansão da China

Ocupando o segundo lugar no ranking das maiores economias do mundo, ninguém duvida do potencial de expansão da China nos próximos anos.

O governo tem trabalhado para isso, com planos de crescimento baseados em uma economia mais limpa e diversificada, menos dependente do estado e mais aberta ao exterior. 

“A renda média de um cidadão chinês hoje é de US$ 10 mil ao ano, muito parecida com a de um brasileiro. Se o PIB chinês dobrar, a renda do chinês médio vai a US$ 20 mil, ou dois terços da renda de um português”, disse. 

E Zeidan continua: “Para chegarmos na renda de um português, o PIB chinês precisa triplicar. Você consegue imaginar o efeito global disso? Essa é a verdadeira oportunidade”. 

O professor lembra que apesar do cenário promissor, a tendência de longo prazo da China existe, porém, em um caminho bastante volátil diante das intervenções do governo. 

O capitalismo dos capitalismos

Foi assim que Zeidan definiu a China de hoje. Segundo ele, nos últimos 30 anos, todo o emprego gerado pela economia chinesa veio do setor privado, quando as reformas das estatais no país entraram em curso, nos anos 90. 

“Aqui temos o capitalismo mais capitalista que eu já vi. As pessoas pensam o tempo todo em uma forma de ganhar dinheiro e, por isso, a competição é mortal. Os chineses pensam na concorrência e em como se livrar dela. Esse é o capitalismo chinês, de concorrência ininterrupta”, afirmou. 

O professor conta, no entanto, que quando essa competição pode oferece risco ao sistema, o governo aparece. “Quando esbarra em risco sistêmico a brincadeira acaba como no caso da Evergrande, que se endividou até não poder mais e até time de futebol comprou”, disse. 

Veja nossa cobertura sobre a Evergrande, a gigante do setor imobiliário chinês que assustou os mercados mundo afora. 

O sistema financeiro chinês avança 

No mês passado, os investidores brasileiros ficaram sabendo que o Nubank (NU) havia se tornado o banco mais valioso da América Latina, superando (provisoriamente) o Itaú, depois de sua estreia na bolsa de Nova York. 

A notícia surpreendeu muitos por aqui, mas não foi novidade para quem conhece o setor financeiro da China de perto como é o caso de Zeidan.

Ele conta que quase todo o setor financeiro chinês hoje é não bancário, baseando-se em empresas como WeChat e Alipay - esta última uma plataforma móvel de pagamentos do Alibaba Group. 

“A primeira fintech de crédito foi aprovada no Brasil em dezembro de 2018. Elas existem no Brasil há três anos, enquanto na China existem há 15 anos. Alipay e WeChat tem milhões de usuários e são grandes intermediadoras de crédito, algo impensável no Brasil”, disse. 

“Vimos um Nubank valendo muito dinheiro e todo mundo falou ‘uau’, mas isso já é algo que acontece na China há dez anos. As fintechs já comeram os bancos chineses há muito tempo”, acrescentou. 

Ouça a íntegra do podcast:

Compartilhe

CORRIDA DOS CARROS ELÉTRICOS

Elon Musk e Warren Buffett na mira do Alibaba: Saiba como a chinesa quer brigar com a Tesla e a BYD

2 de agosto de 2022 - 12:35

As companhias asiáticas anunciaram nesta manhã o lançamento de um centro de computação para treinar o software para automóveis autônomos

UM GIGANTE AINDA MAIOR?

Alibaba (BABA34) tem plano de listagem primária de ações em Hong Kong

26 de julho de 2022 - 9:55

Segundo o Alibaba, processo deve ser concluído até o fim deste ano e o plano é manter os papéis listados tanto na China quanto nos EUA

EFEITO MANADA

Jack Ma foi preso? Ação da Alibaba despenca com notícia de prisão de um Ma – e não era o Jack

3 de maio de 2022 - 7:17

Posterior esclarecimento de que a pessoa presa não era Jack Ma levou à recuperação das ações da Alibaba na bolsa de Hong Kong

MORDE-ASSOPRA

É a hora do Alibaba (BABA34)? Governo da China quer estimular a economia local e as big techs chinesas

29 de abril de 2022 - 15:16

Com crescimento mais lento da economia em três décadas, autoridades chinesas decidem reduzir a repressão e oferecer estímulos financeiros para o setor de tecnologia

AGORA VAI?

A Alibaba aumentou seu programa de recompra de novo – e as ações dispararam em Hong Kong

22 de março de 2022 - 7:28

Depois de ver suas ações atingirem a mínima histórica em 11 de março, a Alibaba elevou seu programa de recompra pela segunda vez em menos de um ano

PROVENTO INUSITADO

Tencent e JD.com anunciam separação, mas vão continuar amigas: Gigante da tecnologia oferece mais de R$ 90 bi em ações da empresa de e-commerce como dividendo e cede controle

23 de dezembro de 2021 - 12:57

Os acionistas da Tencent ganharão uma ação da JD.com para cada 21 ações que detiverem na carteira; Wal-Mart passará a deter a maior fatia

EFEITO DOMINÓ?

Crise das big techs chinesas atinge em cheio o SoftBank

6 de dezembro de 2021 - 9:19

Ações do grupo japonês de tecnologia caíram mais de 8% hoje, afetadas pelo noticiário envolvendo a Alibaba e a Didi

Queima de estoque

Governo de cidade chinesa assume o controle do estádio do Guangzhou Evergrande, estimado em mais de R$ 10 bilhões

26 de novembro de 2021 - 12:31

Arena começou a ser construída em abril do ano passado, mas crise da Evergrande levou à paralisação da obra

Os ricos também choram

O que está por trás da ofensiva do governo da China contra os bilionários e detentores de grandes fortunas

29 de outubro de 2021 - 7:10

Aperto regulatório, medidas contra a formação de monopólios e estímulo à filantropia estão entre as ações adotadas por Pequim para mitigar as desigualdades no país

Nike e outras

Os 5 BDRs que têm tudo para voar alto com o consumo cada vez mais forte na China

27 de junho de 2021 - 16:02

As vendas no varejo na China sobem forte desde o começo do ano. Veja algumas empresas com forte exposição ao mercado chinês e com BDRs na B3

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies