Tudo tem preço, até mesmo aquela ação ‘pra vida inteira’ que você tem na carteira
Como nos ensinou Benjamin Graham, o Senhor Mercado é um sujeito bipolar, disposto a pagar preços absurdamente baixos ou altos por suas ações, dependendo do humor
Se você acompanha esta coluna há algum tempo, já deve ter lido por aqui sobre o meu carro. Trata-se de um Chevrolet Astra, que está bem longe de ser considerado um carro moderno, mas que serve perfeitamente para as minhas necessidades.
Com quase vinte anos de idade e um valor de tabela de mais ou menos R$ 20 mil, não tenho o que reclamar dele. O carro tem um motor razoavelmente potente, construção sólida, é confortável, não é "beberrão", tem manutenção barata, além de IPVA e seguro bastante acessíveis.
Em minha opinião, em termos de custo-benefício a relação é bastante atrativa e, por esse motivo, não penso em me desfazer dele tão cedo.
Mas será que isso nunca poderá mudar?
Ação de empresa boa não se vende nunca (?)
Muitas vezes, eu recebo reclamação de assinantes inconformados com uma sugestão de venda de uma ação por ela ter subido demais.
"Poxa, a empresa continua muito boa, os fundamentos seguem saudáveis, ela ainda paga dividendos, e mesmo assim você recomendou vender só porque a ação subiu muito? Não faz sentido!"
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Será mesmo que não faz?
Vamos voltar ao meu Astra. Eu já falei sobre os benefícios do carro e que, por R$ 20 mil, eu não consigo encontrar em nenhum outro automóvel uma relação de custo-benefício tão atraente quanto a dele.
Mas o que aconteceria se, de um dia para o outro, algum maluco surgisse querendo pagar R$ 200 mil? Como ficaria essa relação custo-benefício?
Agora, eu tenho um carro que está sendo avaliado pelo mesmo preço de um carro zero, bem mais confortável e potente, mas que continua me oferecendo as mesmas coisas que um carro médio de vinte anos de idade consegue.
O custo aumentou muito, enquanto os benefícios permaneceram os mesmos. Continuar com o Astra, nessas condições, já não faria mais sentido.
Mais frequente do que você imagina
Esse exemplo pode parecer absurdo e até mesmo impossível, mas acontece muito mais vezes do que você imagina no mercado de ações, e deixar passar esse tipo de oportunidade só por questão de apego é o mesmo que rasgar dinheiro.
Muitas vezes, encontramos uma companhia aparentemente perfeita, com gestores honestos, marcas relevantes, liderança de mercado, resultados crescentes e ótimos dividendos.
Em um dia, a ação custa R$ 20 e te paga dividendos de R$ 5 no fim do ano, o que resulta em um ótimo dividend yield de 25%.
Mas como nos ensinou Benjamin Graham, o Senhor Mercado é um sujeito bipolar, disposto a pagar preços absurdamente baixos ou altos por suas ações, dependendo do humor.
No ano seguinte, o humor melhora significativamente, o mercado se anima com a ação e ela sobe para R$ 200, mesmo que os dividendos tenham permanecido no mesmo lugar.
Repare que nada mudou com relação aos fundamentos. A empresa continua ótima, com as mesmas vantagens competitivas incríveis de sempre. Mas neste momento o mercado está pagando muito mais caro do que deveria por ela.
Ou seja, a relação entre o custo da ação e o que você recebe sendo dono dela cai drasticamente. Isso é mais fácil de ser visualizado através do dividend yield.
De um ano para o outro, o custo-benefício de se carregar a ação cai dez vezes.
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Como acionista, você tem duas alternativas: continuar com o dinheiro parado na mesma ação e aceitar os retornos (yields) bem menores sobre o dinheiro investido daquele momento em diante, ou aproveitar a oportunidade para vender um ativo claramente sobrevalorizado e encontrar uma outra empresa interessante, mas que ainda não tenha sido vítima do "oba oba" do mercado e que ofereça benefícios atrativos levando em conta os preços de mercado.
Encontrar empresas com yields bem acima de 2,5% não será uma tarefa difícil, e elas provavelmente vão proporcionar retornos muito melhores no futuro do que a sua antiga paixão.
- Leia também: Por que a Gerdau acertou mais uma vez ao segurar aquele caminhão de dividendos que todos estavam esperando
Não se trata de um adeus
Veja que eu não estou defendendo o trading, ou a compra e venda alucinada de ações a qualquer oscilação boba de mercado.
Estamos falando aqui de situações claras de sobrevalorização, nas quais devemos deixar a nossa paixão de lado e ter a disciplina para tentar entender se não existem relações de custo-benefício mais atraentes no mercado. Só assim você vai conseguir ter retornos decentes no longo prazo.
Também é importante lembrar que não se trata de um adeus. É provável que, alguns meses ou anos depois, o mercado perceba que a tal ação realmente não valia os R$ 200 que estavam pagando por ela.
Em algum momento, ela deve voltar a negociar em níveis atrativos novamente, e você poderá aproveitar para colocar essa ótima empresa na carteira mais uma vez, mas desta vez por uma relação custo-benefício bem mais atraente e com muito mais potencial de te oferecer lucros e dividendos no futuro.
Na série Vacas Leiteiras, estamos sempre atentos à relação custo-benefício, porque é ela quem vai definir o bom desempenho de um investimento.
Quer um exemplo? Neste momento, apesar dos riscos políticos relacionados às eleições, Banco do Brasil negocia por quatro vezes lucros e um dividend yield de 12% para o ano que vem. Custo baixo e benefício alto que nem o meu Astrinha oferece.
Se quiser conferir o restante dessa seleção que está batendo o Ibovespa com folga em 2022, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
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