É hora de comprar ações? Saiba como ganhar dinheiro enquanto o mundo parece prestes a acabar
Ninguém sabe o que vai acontecer no futuro, mas é possível argumentar com algum grau de precisão quando a assimetria parece estar a nosso favor no mercado

Eu odeio perder dinheiro. Tenho quase certeza que você também odeia. Apesar de todos odiarmos, pode acontecer com qualquer um de nós. Eu sempre falo que é muito mais fácil perder dinheiro quando não se sabe o que está fazendo, mas isso não significa que você está imune a esse risco.
Sim, é possível, ainda que momentaneamente, perder dinheiro mesmo sabendo o que está fazendo. Aliás, como investidor, isso é mais comum do que parece. Ainda mais em um país que até o passado é incerto.
A não ser que você tenha uma carteira indexada ao CDI, imagino que você também esteja sofrendo no bolso os efeitos da abrupta quebra de expectativas do mercado financeiro brasileiro com o novo governo — que, por sinal, ainda nem tomou posse, diga-se de passagem.
O cenário brasileiro e os investimentos em ações
Se, até pouco tempo atrás, o cenário era de queda de juros já em 2023, a péssima comunicação em torno da PEC da transição (ou do rombo, como alguns estão falando), que prevê o aumento desenfreado de gastos sem qualquer contrapartida de corte de despesas, já faz o mercado precificar uma nova alta da Selic ainda no primeiro trimestre do próximo ano, o que levaria a taxa básica para além dos 14% ao ano.
Diante de um cenário de juro pra cima e de uma inflação persistentemente mais alta nos próximos anos — principalmente por conta da falta de credibilidade fiscal do país —, o mercado parece ter ativado o modo "vende tudo, espera a poeira baixar e depois a gente vê o que faz".
Não à toa, o Ibovespa cai 6,3% e o índice de small caps derrete 13,7% (mais que o dobro) somente em novembro. O pior comportamento das small caps é devido à maior exposição em empresas ligadas ao ambiente doméstico, e também pela menor liquidez dos papéis.
Leia Também
Super Quarta de contrastes: a liquidez vem lá de fora, a cautela segue aqui dentro
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
Estando o mercado certo ou errado e tendo em mente que cada um dos agentes (fundos de pensão, fundos de ações e multimercados, investidores estrangeiros, pessoas físicas, traders etc) têm diferentes objetivos e mandatos, eu já ouvi de tudo: já ouvi que é melhor perder dinheiro por 3 semanas do que durante 4 anos, que as reações (justificadas) do mercado estão sendo boas para orientar o governo a não fazer besteira futuramente, que o Lula precisa melhorar o discurso e caso contrário não chega até o final do mandato, dentre outras inúmeras interpretações.
A verdade dos investimentos
No final do dia, a verdade é uma só: ninguém sabe o que vai acontecer no futuro, principalmente falando de política.
Afinal, quando se fala de ações e, consequentemente, empresas, também é difícil obviamente, mas é possível argumentar com algum grau de precisão quando a assimetria parece estar a nosso favor.
Quem nunca entrou num supermercado e viu aquele azeite da sua preferência em promoção e ficou feliz em comprar algumas garrafas dele por saber da sua qualidade e do quão barato ele estava em relação ao seu histórico? Eu, particularmente, fico muito feliz quando isso acontece.
É fácil falar, difícil é fazer, até porque o dinheiro não é infinito (só é possível ficar feliz com a queda da bolsa quando se tem dinheiro para comprar mais).
Leia também:
- Fundo imobiliário HCTR11 usa reservas e segura dividendos, mas negocia com desconto de mais de 19% na B3
- ‘Investigando o colapso da FTX’: comitê quer ouvir corretora sobre falência — e processo pode endurecer a lei sobre criptomoedas
- Lula convida Reino Unido e outros países para se juntarem ao Fundo Amazônia
Quando é hora de comprar ações?
A hora de comprar ações não é quando elas estão subindo, mas sim quando parece que o mundo vai acabar, que é justamente o que está acontecendo no Brasil.
Ah, mas e se o juro subir mais? E se a trajetória da dívida explodir? E se o Brasil virar uma ditadura? Se existe incerteza, há desconto, se há desconto é porque parte do pior cenário possível já está no preço. Nunca vai ser óbvio. Quando parecer óbvio, a oportunidade certamente terá passado.
Como disse Warren Buffett, a quem eu sempre recorro quando preciso de algum conselho milenar:
"Quer estejamos falando de meias ou ações, gosto de comprar produtos de qualidade quando estão com desconto."
Posso estar tremendamente errado, mas a hora é de encher o carrinho com ações de qualidade e não de esvaziá-lo. Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.
Abraço,
Matheus Soares
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
Fora do ar condicionado e dos escritórios muito bem acarpetados, há um Brasil real de fronteira tecnológica, liderando inovação e produtividade
O que a inteligência artificial vai falar da sua marca? Saiba mais sobre ‘AI Awareness’, a estratégia do Mercado Livre e os ‘bandidos’ das bets
A obsessão por dados permanece, mas parece que, finalmente, os CMOs (chief marketing officer) entenderam que a conversão é um processo muito mais complexo do que é possível medir com links rastreáveis
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana