Onda roxa: Nubank (NU) tem potencial de alta de 70%, dizem bancos estrangeiros
As perspectivas de crescimento na base de clientes e na rentabilidade servem como argumento para o otimismo das instituições — muitas das quais atuaram como coordenadoras do IPO do banco brasileiro
O Nubank (NU) chegou à bolsa americana cheio de pompa, mas suas ações tiveram um desempenho tímido até agora: após um rali nos primeiros dias de negociação, os ativos perderam tração e, agora, têm oscilado perto do nível de US$ 9,00 — justamente o preço do IPO. Para as grandes casas de análise do exterior, no entanto, os papéis possuem um enorme potencial de alta ao longo do ano.
Nesta segunda-feira (3), diversos bancos e instituições financeiras iniciaram suas coberturas para o Nubank com recomendação de compra — entre eles, o Morgan Stanley, o Goldman Sachs e o UBS BB. Os preços-alvos variam entre as casas, com a projeção mais otimista fixada em US$ 16,00, o que implica num potencial de ganho de 70% em relação ao fechamento da última sexta-feira (31), de US$ 9,38.
Antes de passarmos para a visão de cada uma dessas casas, é preciso fazer uma ressalva importante: elas atuaram diretamente no IPO do Nubank, assumindo o papel de coordenadoras da oferta no Brasil ou no exterior. Sendo assim, uma postura mais construtiva em relação às ações não chega a ser surpreendente.
Dito isso, é importante entender o racional por trás de cada um dos bancos. Comecemos, então, pelo Morgan Stanley, a instituição que fixou o preço-alvo mais elevado para os ativos do Nubank.
Morgan Stanley: "um dos preferidos na América Latina"
- Recomendação: overweight (semelhante à compra)
- Preço-alvo: US$ 16,00
- Potencial de alta: +70,6%
O Morgan Stanley destaca que o Nubank é um dos maiores bancos digitais do mundo e apresenta uma taxa de crescimento bastante alta, ao mesmo tempo em que conta com uma marca bastante reconhecida e bem avaliada.
"Considerando a experiência de alto padrão ao consumidor, a superioridade tecnológica e a baixa estrutura de custos — tudo isso em meio à ineficiência dos sistemas bancários na América Latina —, o Nubank pode ganhar espaço através da venda cruzada de produtos que ainda possuem baixa penetração, como empréstimos pessoais, investimentos e seguros", escrevem os analistas Jorge Kuri, Jorge Echevarria e Felipe Martinuzzo.
Leia Também
A última dança de Warren Buffett: 'Oráculo de Omaha' vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Em termos de projeção, o Morgan Stanley enxerga uma taxa de crescimento anual composta de 68% para as receitas do Nubank nos próximos três anos; para o lucro bruto, o ritmo de expansão chega a 80%. "O Nubank será um dos maiores e mais rentáveis bancos da América Latina em 2026", dizem os analistas.
Goldman Sachs: "bem posicionado para crescer"
- Recomendação: compra
- Preço-alvo: US$ 15,00
- Potencial de alta: +59,9%
Para o Goldman Sachs, o Nubank está numa boa posição para ganhar espaço no 'altamente rentável' sistema bancário da América Latina, com destaque para o Brasil, Colômbia e México — os países em que já atua. A instituição, inclusive, acredita que o banco roxo tem potencial para chegar a uma rentabilidade de 39% em 2025, impulsionada pelo crescimento em cartões de crédito e empréstimos pessoais.
Apenas como base de comparação, o Santander Brasil (SANB11) fechou o terceiro trimestre de 2021 com uma rentabilidade de 22,4%; o Itaú (ITUB4) ficou em 19,7%; o Bradesco (BBDC4), em 18,6%.
Mesmo as turbulências da economia brasileira não geram grandes preocupações ao Goldman Sachs. Em relatório, os analistas Michael Ng, Tito Labarta, Tiago Binsfeld e Katherine Campagna avaliam que a plataforma digital do Nubank e sua participação de mercado relativamente baixa podem permitir que o banco cresça de maneira contra cíclica, ao mesmo tempo em que mantém a qualidade dos ativos sob controle.
UBS BB: "vantagens competitivas atraentes"
- Recomendação: compra
- Preço-alvo: US$ 12,50
- Potencial de alta: +33,3%
Embora veja uma valorização implícita menos intensa, o UBS BB também mostra otimismo em relação às ações do Nubank (NU). E boa parte dessa visão construtiva se deve à comparação com outros bancos digitais do mundo: numa comparação entre valor de mercado e base de clientes, os brasileiros estão num nível de preço mais barato.
"Apesar de reconhecermos que ainda há uma longa estrada adiante, cheia de riscos regulatórios e de execução, acreditamos que a combinação entre a grande base de clientes e cultura centrada nos usuários providencia vantagens competitivas na indústria bancária da América Latina", escrevem os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Rayna Kumar.
Em termos de base de clientes, o UBS BB projeta que o Nubank poderá chegar aos 100 milhões de usuários em 2026 — cerca de 80 milhões no Brasil, 15 milhões no México e 5 milhões na Colômbia.
Nubank: o mapa das recomendações
Abaixo, veja uma tabela com as recomendações e preços-alvo de diversas instituições financeiras que iniciaram suas coberturas para o Nubank (NU) nesta segunda-feira; vale lembrar que, ainda em dezembro, o BTG Pactual já tinha dado recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de US$ 10,00.
| Instituição | Recomendação | Preço-alvo (US$) | Potencial de alta |
| Morgan Stanley | Compra | 16,00 | +70,6% |
| Goldman Sachs | Compra | 15,00 | +59,9% |
| Susquehanna | Compra | 14,00 | +49,3% |
| Wolfe | Compra | 13,00 | +38,6% |
| UBS BB | Compra | 12,50 | +33,3% |
| KeyBanc | Compra | 12,00 | +27,9% |
| HSBC | Neutro | 10,00 | +6,6% |
NU: ações em alta
A onda de recomendações positivas surtiu efeito em Wall Street: as ações do Nubank (NU) sobem mais de 5% no primeiro pregão do ano, sendo negociadas a US$ 9,86 — um ganho acumulado de pouco menos de 10% em relação aos níveis do IPO.
Na B3, os BDRs do Nubank (NUBR33) também reagem positivamente, avançando quase 4% e rompendo a casa dos R$ 9,00 — por aqui, os papéis estrearam a R$ 8,38.

Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
