Eleições e rali em NY levam Ibovespa a saltar 5,5%; dólar anota a maior queda dos últimos quatro anos
Qualquer que seja o resultado das eleições, uma peça chave para os próximos quatro anos do país já foi definida e agradou ao mercado

“Todos os caminhos levam a Roma” é uma expressão famosa que remonta ao auge do Império Romano e é utilizada até os dias de hoje para indicar que todas as alternativas para uma questão levam ao mesmo resultado.
Por aqui, com uma pequena adaptação, ela também poderia ser utilizada para explicar por que o Ibovespa disparou nesta segunda-feira (3) após o primeiro turno das eleições brasileiras: todos os caminhos levam ao Congresso Nacional.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois principais candidatos ao pleito, se enfrentarão mais uma vez em 30 de outubro. Mas, qualquer que seja o resultado, uma peça chave para os próximos quatro anos do país já foi definida e agradou ao mercado.
A partir de 2023, o Congresso será formado por diversos ex-ministros bolsonaristas eleitos para cargos no Senado e mais de 270 deputados de partidos de direita.
A notícia acalma as preocupações de especialistas financeiros porque indica que, em caso de um novo governo de Bolsonaro, o atual presidente deve ter uma melhor governabilidade. Na prática, será mais fácil aprovar reformas, sem a necessidade de abrir os cofres para costurar acordos.
Já no caso de vivermos um novo governo petista — que, apesar da força demonstrada por Bolsonaro, ainda é o cenário mais provável para boa parte dos analistas —, diminui o risco de que Lula consiga aprovar medidas mais voltadas à esquerda e hostis ao mercado.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Além disso, os investidores também receberam um impulso do bom desempenho das commodities e do exterior positivo. Os principais índices de Wall Street — Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq — subiram de 2,2% a 2,6%.
A alta em Nova York representa uma recuperação dos tombos de setembro. O movimento apoiou-se ainda na queda dos juros dos títulos do tesouro norte-americano e no bom desempenho das ações do setor de energia.
Por aqui, o saldo final do primeiro turno e do rali nos EUA foi um bom humor quase generalizado na B3: apenas duas ações do setor de educação recuaram e o Ibovespa fechou na máxima do dia, em alta de 5,54%.
O principal índice acionário brasileiro encerrou o dia aos 116.134 pontos, patamar de fechamento que não era visto há mais de cinco meses.
Já o dólar caiu forte, cotado em R$ 5,1737. A tendência global de queda da moeda foi intensificada pelo resultado da primeira parte das eleições e culminou em um recuo de 4,09%, o maior desde junho de 2018.
Bolsonaro mais forte no segundo turno anima o mercado
No primeiro turno, encerrado ontem, o ex-presidente Lula garantiu 48,4% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro encerrou a noite com 43,2%, cerca de 7 pontos percentuais acima do que a maior parte dos institutos de pesquisas mostrava.
Ou seja: o atual presidente foi de carta fora do baralho para um candidato competitivo, que tem potencial de ganhar o pleito mais uma vez — um cenário que agrada parte dos investidores.
Esse resultado apertado entre os dois principais candidatos alimenta a esperança de que tanto Lula quanto Bolsonaro terão que calibrar as suas alianças, em uma convergência ao centro. Além disso, no caso do ex-presidente, se espera uma confirmação de que Henrique Meirelles de fato fará parte de um eventual governo petista.
De acordo com um levantamento realizado pela Warren Investimentos, 54,8% dos agentes do mercado avaliaram o resultado do primeiro turno como melhor do que o esperado, enquanto para 30,8% foi em linha.
Sobe e desce do Ibovespa
Com o salto de 5,5% do Ibovespa, não é surpresa que boa parte das ações do índice tenha registrado avanços expressivos.
Entre os principais destaques estão as empresas estatais federais e estaduais. A Sabesp (SBSP3), por exemplo, subiu quase 17% e foi a maior alta do dia, enquanto as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) anotaram avanços na casa dos 8%.
Além deles, as áreas também aparecem entre os principais nomes da sessão, com a queda do dólar amenizando os efeitos da alta do petróleo no mercado internacional.
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 58,00 | 16,94% |
GOLL4 | Gol PN | R$ 10,05 | 12,54% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 16,39 | 11,35% |
VIIA3 | Via ON | R$ 3,54 | 10,97% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,91 | 10,69% |
Já a ponta negativa do índice foi ocupada por apenas duas ações do setor de educação. Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), que, para o mercado, seriam favorecidas em um eventual novo mandato petista, devolveram os ganhos recentes. Veja abaixo:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 14,22 | -1,59% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 2,93 | -0,34% |
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos